O Cristianismo e a pluralidade da vida no Universo
Por Miguel Carqueija Em: 17/04/2013, às 13H52
(Miguel Carqueija)
Qual a posição dos crentes sobre este assunto?
O CRISTIANISMO E A PLURALIDADE DA VIDA NO UNIVERSO
Já mais de uma vez tenho deparado com a idéia de que o conceito da pluralidade da vida, dos mundos habitados, entre em conflito com os dogmas cristãos ou, mais especificamente, com a Igreja Católica. Esse pensamento é de todo errado. Como católico sempre me interessei por esse assunto. E sempre constatei espaço para essa crença nos meios católicos e também entre os protestantes embora sobre estes últimos eu não possa afirmar muita coisa, seja por desconhecimento, seja pela multiplicidade de seitas, cada qual um caso a parte.
Sei que Walt Disney era protestante, e produziu um belo filme sobre vida alienígena, “Moon pilot”, de 1961 (lançado no Brasil com o ridículo título “O incrível homem do espaço”), sem falar nos desenhos animados e histórias em quadrinhos onde Mickey, Pateta, Donald & Cia. Se vêem às voltas com marcianos e outros uranídeos. E entre os escritores norte-americanos de FC, muitos são protestantes.
Mas voltemos aos católicos. Em 1971 conversei com o Padre Jorge de Paiva, estudioso do assunto, que assim me falou: “Já está provado por A mais B que disco voador existe e vem de outro planeta” (ou outros planetas: só não me lembro se ele falou no singular ou no plural). Anos depois um sacerdote argentino, num programa de tv, explicou porque, a seu ver, os UFOS preferem o continente americano. Segundo ele, na América existem basicamente poucos idiomas (português, espanhol e inglês — podemos acrescentar o francês), enquanto no Velho Mundo são inúmeros. Por isso é mais fácil entender as emissões da América.
Não estou endossando essa tese, apenas exemplificando com sacerdotes que crêem em ET’s.
Em excelente livro escrito no início do século XX e publicado no Brasil péla Editora Progresso, de Salvador (tenho a segunda edição brasileira, de 1956), “Serão habitados os outros mundos?”, o Abbé Moreux, clérigo e astrônomo francês, no último capítulo assim declara taxativamente: “Em todo o tempo, mesmo nas épocas em que imperava a doutrina geocêntrica, nos textos dos Padres da Igreja, encontrávamos a tese da pluralidade dos mundos.” Por “Padres da Igreja” são designados certos escritores eclesiásticos dos primeiros séculos do Cristianismo.