O CENTENÁRIO DE CLÁUDIO PACHECO

 

Elmar Carvalho

 

Foi hoje a primeira sessão da Academia Piauiense presidida pelo historiador Reginaldo Miranda. Os acadêmicos manifestaram suas felicitações e lhe desejaram uma profícua administração. O presidente, talvez para mostrar o seu intuito de que deseja trabalhar vigorosamente em prol da instituição, já apresentou um número do boletim Notícias Acadêmicas, cuja regularidade prometeu retomar, assim como prometeu “zerar” as edições atrasadas da Revista da Academia.

 

Na continuação dos trabalhos, em que vários assuntos importantes foram abordados, o acadêmico Celso Barros Coelho assinalou que o centenário de acadêmico deve ser comemorado por sua academia, uma vez que a sua imortalidade é a sua presença espiritual, é a lembrança e o estudo de sua obra, e que a Academia não se lembrou de comemorar o centenário de nascimento de Cláudio Pacheco, sobre o qual teceu comentários elogiosos, informando que a Justiça Federal, Seção do Piauí,  comemorou a efeméride, tendo ele proferido uma conferência no auditório de sua sede.

 

Paulo Nunes, em aparte, informou que o Conselho Estadual de Cultura se lembrou dessa centúria, inclusive tendo sido publicado na revista Presença, editada por essa entidade, um artigo de Celso Barros sobre ele, como  constitucionalista. Cláudio Pacheco foi deputado estadual, suplente de senador, consultor jurídico do Banco do Brasil, advogado, professor, jornalista, escritor e poeta. Nasceu em Campo Maior, em 11.05.1909, e faleceu em Teresina, em 14.03.1993, poucos meses após a morte de sua mulher. Suas principais obras são: História do Banco do Brasil, Tratado das Constituições Brasileiras (14 volumes), Luzes e Água na Planície (poesia), As Pedras Ficaram Magras (romance) e Roda Viva (romance).

 

As obras meramente doutrinárias sobre determinada Constituição, quando esta é substituída por outra, inevitavelmente terminam por perder a importância, mormente no que tiver de mais específico. Entretanto, o Tratado das Constituições Brasileiras, de Cláudio Pacheco, sempre atrairá o interesse dos juristas e doutrinadores, uma vez que analisa crítica e historicamente as Cartas Magnas do Brasil, mostrando os seus defeitos e virtudes, as suas evoluções e eventuais involuções, à luz da doutrina, sobretudo a francesa, e de possíveis estudos comparativos.

 

6 de fevereiro de 2010