O CASAMENTO REAL – ROGEL SAMUEL
 
Assisti pela TV (só para isso ela serve) ao casamento real e vi como a nossa televisão não perdeu o seu “complexo de vira-lata”: Nenhuma referência à nossa família real.
Começa que a pobre repórter estava deslumbrada com a Ordem da Jarreteira (que é a ordem da liga da meia de mulher) no peito do príncipe.
Somente 42 pessoas detém esse galhardão no mundo todo, entre os quais o nosso rei D. Pedro II, que em 1871 foi criado “cavaleiro estrangeiro”.
D. Pedro II foi a única pessoa em toda a América a receber tal comenda que se encontra no museu imperial de Petrópolis.
Como o Commonwealth incluía países asiáticos e africanos, os cidadãos negros assistiram como convidados à coroação da Rainha Elizabeth.
Dizem que um dos poucos brasileiros a participar da coroação foi o nosso saudoso Professor e Reitor Pedro Calmon que eu conheci pessoalmente.
Foi representando o Brasil, pois Vargas não viajava nunca para o exterior. Pedro Calmon era seu Ministro da Educação.
A única pessoa no Brasil que conversou com a rainha quando ela visitou nossa terra foi meu primeiro mestre de budismo, o Venerável Annuruddha, do Ceilão, na época pertencente ao Commonwealth.
Ela perguntou o que ele fazia no Brasil e seu marido disse que tinha feito meditação num retiro budista cingalês.
A fila parou, enquanto eles conversavam.
Não se falou hoje (é claro) ao banquete que a Rainha Elizabeth ofereceu a um presidente brasileiro hoje preso injustamente em Curitiba.
A nossa TV nunca mostrou o vídeo da Rainha conversando na porta do Palácio com D. Mariza, já falecida.