[Antonio Carlos Rocha*]

Outro dia fiquei pensando sobre o porquê de gostar tanto das cores verde e branca. São vários os motivos, vou abordar apenas um deles.

Aos 16 anos, li um artigo do professor, escritor e jornalista Rogel Samuel, no jornal “A Flor do Mal”(inspirado em um poema de Baudelaire) e fiquei fascinado pela Filosofia Budista. 

Tempos depois, comecei a estudar o Zen que me marca até hoje. Vejam a seguir que bela passagem, página 51, “Além do Despertar – Textos do Mestre Hakuin sobre Meditação Zen, comentários de Albert Low”, editora Teosófica, 2007: 

Perguntaram ao mestre Bassui (1327-1387) quem era o Mestre dele? Bassui vivia em uma cabana nas montanhas japonesas, muito conhecido pela simplicidade tinha vários discípulos, até o governador da província contava-se entre os admiradores e o presenteou, certa feita, com um terreno para construir um mosteiro que existe até hoje, o Kogaku-Ji (um dos ramos do Budismo Rinzai).

Poeticamente respondeu Bassui: “O universo e você pertencem à mesma raiz; você e qualquer outra simples coisa são uma unidade. O murmúrio do córrego e o suspiro do vento são as vozes do Mestre. O verde do pinheiro, a brancura da neve – estas são as cores do Mestre, aquele mesmo que levanta as mãos, move as pernas, vê, ouve. Aquele que assimilar isso diretamente, sem recurso da razão e do intelecto, pode-se dizer possuir algum grau de realização interior”.

Mais adiante vi que na antiga China haviam diversas imagens do Buddha em jade, em pedras preciosas verdes, indicando a iluminação da Natureza. Em Bangkok, capital da Tailândia, existe a famosa imagem do Buddha Verde de esmeralda e como já trazia da infância a ligação com a Energia Esotérica/Espiritualista Verde foi tranqüila a aceitação em cromoterapia do verde e branco.

O Zen afirma: Buddha é o ecossistema, as folhas, as montanhas, o ar que respiramos... tudo é Buddha, eis o estado máximo de comunhão com tudo o que respira, incluindo as pedras, rochas, areias das margens dos rios.

No Ocidente chamamos Deus, Poderoso Criador El Shaddai; na Ásia chamam de Adhi-Buddha, o Buddha Primodial. Idem ... idem ...

Em tempo, Albert Low, que compilou o citado livro, é diretor do Centro Zen de Montreal, Canadá, desde 1966.

 

(*) http://estudoliteraturas.blogspot.com.br