ROGEL SAMUEL
Escrever sobre o ano novo sempre me lembra uma frase de Dugpa Rimpochê que assim diz: “Quem deseja a sorte alcança-a sempre. Não deprecies nunca os teus sonhos. Deves fazer um pacto com eles. Eles são a nascente e a força inesgotável que te levarão à vitória. Atrás do obstáculo, encontra-se uma liberdade virginal, um horizonte mais vasto.”
Apesar de tudo, o pensamento de esquerda é otimista, a realidade não é algo estável, eterna, imutável. Tudo é um processo em permanente transformação. Tudo pode piorar, mas quanto mais piora mais perto fica da transformação, da eclosão do novo. Por isso a sorte está na porta da desgraça, a vitória sai da derrota.
Eu conheci um monge budista, já falecido, D. Kulatunga Jayanetti, que dizia: “Muito bom, não bom”. E os tibetanos diziam: “Se tem solução, não se preocupe”.
O ano novo traz esta maravilha: o imprevisto. A mudança, porque as estruturas velhas e caducas se quebram. É a adolescência da História.