O alucinante labirinto temporal
Por Miguel Carqueija Em: 11/10/2013, às 11H12
O ALUCINANTE LABIRINTO TEMPORAL
Miguel Carqueija
“Puella Magi Madoka Magica” 1 — New Pop, 2013. Houbunsha Co., Tokyo (Japão), 2011. História: Magica Quartet. Arte: Hanokage.
Está nas bancas o primeiro dos três volumes do extraordinário mangá “Madoka Magica”. Este universo ficcional gerou também um seriado animê em doze episódios, igualmente de 2011, e desdobramentos posteriores representando um sucesso cabal e efetivo.
Histórias de meninas mágicas — toda uma família da fantasia e dos mangás e animes — mas com propriedades de fato inusitadas. O traço infantil das garotas da história contrasta com o aspecto sombrio, trágico e fatídico da trama.
Nela, bruxas aparecem como seres bem diferentes do folclore europeu. Não são mulheres humanas que se dedicam a feitiços, são seres monstruosos de origem misteriosa, que se ocultam em barreiras mágicas e armam ciladas contra as pessoas, provocando suicídios, desaparecimentos e crimes de morte.
Madoka, ingênua e bela menina japonesa de 14 anos, vive uma vida harmoniosa com sua família e colegas da escola (como Sayaka e Hitomi), até a noite em que um aterrador pesadelo invade o seu espírito. Ela vê uma garota desconhecida e de longos cabelos escuros enfrentando sozinha alguma força maligna, coisa que estava acima das suas forças. Então a horrorizada Madoka é abordada por um estranho bichinho que parece alguma mistura de gato, raposa e coelho, que lhe pergunta: “Você quer mudar o destino?” E depois de afirmar que ela, Madoka, tem poder para tanto, ele propõe um contrato.
No dia seguinte, na aula, Madoka fica perplexa quando a menina do sonho aparece como uma aluna transferida, de nome Homura Akemi. Logo torna-se evidente que Homura oculta algum grave segredo e já sabe quem é Madoka. Entra em cena Mami Tomoe, uma garota mágica que revela a Madoka e sua amiga Sayaka a existência das bruxas e seus servos, e todo o aparato que acompanha a contínua guerra entre garotas mágicas e bruxas. A atitude de Homura é ambígua e, a princípio, incompreensível: ela parece hostilizar Madoka e as demais. Só ao longo da história as verdadeiras motivações de Homura se esclarecerão.
“Madoka Mágica” é uma das mais incríveis narrativas de “looping” temporal e intervenção alienígena já elaboradas, embora esses aspectos de ficção cientifica fiquem de início em segundo plano diante do aspecto avassalador de fantasia e mesmo de terror.
Uma série desconcertante e de grande impacto.
(Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2013)