Nova estação das águas
Em: 27/04/2018, às 17H52
[Dílson Lages Monteiro]
O cheiro da terra
renovada de reflexos
recompõe de cores
o corpo do chão.
Chove em minha audição
o tilintar do céu
desabando nas matas
na areia no barro
a força de sua fúria
(in)contida.
Caminham por entre meus olhos
borboletas em ondas
o orvalho levitando
verde em tudo.
Até a noite baixa lenta e límpida
sob a luz tímida da lua
sua camada escura
de sons sombras
assombrações.
No arado de meu peito
chove a abundância de águas
transbordando correntezas
nos limites das sensações.
Do livro inédito Cantos das entranhas da terra.