[Flávio Bittencourt]

Notícia do dia 16

No estado de Santa Catarina, infelizmente chegou a certas cidades a onda de violência.

 

 

 

 

 

 

 

 
 

Ônibus da Jotur foi incendiado na noite dessa quarta-feira / Foto: Capitão Ricardo/PPT de Palhoça/Divulgação / CP 
 

(http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=476150)


 

 

 

 

 

 
02/11/2012 - 07:31
 
Polícia

O que está por trás dos atentados do PCC em São Paulo

Reportagem de VEJA desta semana explica razões para onda de assassinatos que já vitimou 88 policiais. E por que os criminosos devem recuar em breve

Laura DinizA ROTA NA RUA - Na favela São Remo, em São Paulo, policiais buscam bandidos que mataram um PM da tropa de elite

A ROTA NA RUA - Na favela São Remo, em São Paulo, policiais buscam bandidos que mataram um PM da tropa de elite (Clayton de Souza/Estadão conteúdo)

A guerra velada que estourou entre policiais e criminosos nas últimas semanas em São Paulo tem origem em duas mudanças. A primeira foi a troca de comando na Secretaria de Segurança Pública paulista, em março de 2009. Ao assumir a pasta, o ex-promotor de Justiça e ex-oficial da Polícia Militar Antonio Ferreira Pinto fez uma faxina na cúpula da Polícia Civil, então às voltas com escândalos de corrupção, e definiu o combate ao crime organizado como uma de suas prioridades. Para isso, integrou os vários departamentos de inteligência - o da polícia Civil, o da Militar e o da Secretaria de Administração Penitenciária, que monitora os presos - e elegeu a Rota como a tropa que o ajudaria a efetivar seu plano. Grupo de elite da PM paulista, a Rota não tem uma região de atuação específica - então, pode ser acionada para agir em determinado crime ou para executar operações previamente planejadas. Sua primeira operação sob o comando de Ferreira Pinto, em abril de 2009, resultou na prisão de dezoito bandidos da facção criminosa PCC. Assim como a escolha de Ferreira Pinto para o comando da secretaria, a união de esforços entre as polícias foi uma mudança positiva - aumentou a eficiência da repressão ao crime em geral e às ações do PCC em particular. Mas cobrou o seu preço.

Da parte da Rota, houve comprovados abusos, como na operação feita em maio deste ano em uma favela na Zona Leste de São Paulo. Nela, um criminoso do PCC, já rendido, foi executado às margens da Rodovia Ayrton Senna, conforme investigação da polícia (os policiais acusados pelo crime estão presos). O episódio serviu de pretexto para que lideranças menores do PCC ordenassem a matança de policiais. "Se for executado um (integrante do bando) será executado 2 policial (sic)", dizia um dos bilhetes vindos de criminosos que passaram a circular em favelas da Zona Sul de São Paulo. Numa delas, a de Paraisópolis, a polícia encontrou na semana passada um conjunto de papéis supostamente pertencentes ao PCC. Eles incluíam uma lista com o nome e a rotina de quarenta policiais, prováveis alvos do bando.

Até agora, as investigações apontam que os maiores líderes do PCC, como o detento Marcos Willians Camacho, o Marcola, não têm envolvimento nos crimes. Há tempos a facção criminosa deixou em segundo plano a prática de extorquir presos para se dedicar à muito mais lucrativa atividade do tráfico de drogas. Marcola e companhia sabem que o tumulto prejudica os negócios. E reside aí a certeza de especialistas de que a onda de assassinatos de policiais está prestes a ceder. O PCC visa ao lucro. A guerra traz prejuízo. Sendo assim, em breve seus líderes deverão ordenar um recuo. A polícia, mesmo tendo perdido 88 dos seus desde o início do ano, não fará o mesmo."

(http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/por-que-comecou-e-onde-vai-parar)

 

 

 

19.11.2012 - No estado de Santa Catarina, infelizmente chegou a certas cidades a onda de violência - Notícia de 16 de novembro de 2012, publicada pelo Correio do Povo, de Porto Alegre.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

Correio do Povo

 

 

 

 



Correio do Povo 

Notícias > Polícia

16/11/2012 09:29 - Atualizado em 16/11/2012 10:38

"Santa Catarina e São Paulo registram nova noite de violência

Ônibus foram incendiados no estado vizinho e oito pessoas foram mortas em cidades paulistas

Ônibus foi incendiado na cidade de São José, em Santa Catarina
Crédito: Débora Klempous / Notícias do Dia / CP

A onda de atentados e incêndios registrados nos estados de Santa Catarina e São Paulo não deu trégua mais vez. Na quarta noite seguida, cidades catarinenses e paulistas foram alvo de ações de criminosos.

Os vizinhos dos gaúchos conviveram nessa madrugada com mais uma jornada de terror quando um coletivo foi queimado na cidade de São José. Segundo informações do jornal Notícias do Dia, o crime ocorreu por volta das 22h10min, no pátio da empresa Santa Terezinha, no bairro Sertão do Imaruí.

As chamas atingiram dois outros coletivos, que ficaram parcialmente destruídos. O fogo foi contido por cinco moradores, que decidiram agir por conta da demora do Corpo de Bombeiros. Conforme o Notícias do Dia, o prejuízo da empresa foi orçado em R$ 500 mil.

A série de incêndios não se encerrou no interior de Santa Catarina. Conforme a Rádio Record, a capital Florianópolis também passou por momentos de terror. Por volta das 8h dessa quinta-feira, quatro coletivos pegaram fogo. Às 6h de hoje, em Palhoça, dois homens em uma moto jogaram pedras contra um ônibus. No município de Tubarão, um coquetel molotov foi arremessado contra uma viatura da polícia militar. O artefato, porém, não explodiu.

 

Mortes em São Paulo

Em São Paulo, ao menos oito pessoas foram mortas e cinco feridas a tiros em mais uma noite de violência na Região Metropolitana. Uma das vítimas é uma criança de 1 ano e 8 meses, baleada e morta dentro do carro em São Bernardo do Campo, no ABC, durante um ataque a um casal.

Um ônibus foi alvo de incendiários e dois homens acabaram presos durante assalto a um bingo na zona leste da capital. Os crimes ocorreram num intervalo de apenas 10 horas, entre o início da noite de quinta-feira, 15, e as 4h desta sexta-feira. Desde as 21h dessa quarta-feira, a soma da violência na capital e nos demais municípios da Grande São Paulo chega a 16 mortos e 17 feridos.

Um dos seis tiros disparados contra um veículo em São Bernardo do Campo, no ABC, na noite de quinta-feira matou uma criança de 1 ano e 8 meses de idade. Mesmo encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Demarchi, o menino Pedro Henrique, ferido no pescoço, não resistiu. A mãe e o padrasto da criança saíram ilesos. Quando foi atacado, o casal voltava para casa pela Estrada Galvão Bueno, no bairro Battistini, após fazer compras em um supermercado. O técnico em fibra ótica Jurandir Luís da Silva Filho, de 20 anos, padrasto de Pedro, estava ao volante do carro, um Celta preto, e era acompanhado também da esposa, mãe do menino.

Na altura do número 5.200 da mesma estrada, um veículo prata surgiu e o condutor passou a sinalizar, piscando os faróis. Pensando que fossem parentes ou conhecidos da família, Jurandir parou o carro. O veículo então passou ao lado do Celta, porém o motorista voltou pela contramão. O criminoso que estava no banco do passageiro atirou pelo menos seis vezes na direção do Celta. Um dos disparos atingiu Pedro Henrique. A dupla está foragida. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.

Confundido


O segurança Jeones Ferreira da Silva, de 47 anos, foi morto a tiros, na noite de quinta-feira por dois homens numa moto na região de Guaianazes, na zona leste de São Paulo. A vítima teria sido confundida com policial militar segundo a polícia. Silva voltava para casa quando foi atacado na Avenida José Pinheiro Borges, altura da rua Benedito Leite de Ávila. Ele trabalhava como auxiliar de merenda em uma escola pública, porém, nas horas vagas, fazia bico de segurança em uma farmácia. Em uma passagem sob um viaduto da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ele foi abordado por dois homens, que surgiram em uma moto.

Os desconhecidos teriam perguntado se ele era policial militar antes de atirarem duas vezes. Mesmo a vítima tendo afirmado que não era da PM, foi atingida pelos bandidos na cabeça e no peito. O segurança ainda foi levado para o Hospital Geral de Guaianazes, mas não resistiu. A polícia acredita que os criminosos o confundiram com um policial por causa das botas que Silva trajava, muito parecida com às utilizadas pelos PMs. O crime foi registrado no 50º Distrito Policial, do Itaim Paulista.

Também na noite de quinta-feira um homem identificado como Gilberto Fábio dos Santos, de 34 anos, foi esfaqueado e morto, no final da noite, na região central de São Paulo. Ferido por desconhecidos em uma das ruas da região do Parque Dom Pedro II, Santos entrou correndo no terminal de ônibus e caiu em uma das plataformas. Uma Unidade de Suporte Avançado (USA) dos Bombeiros foi acionada por testemunhas, mas a vítima já estava morta quando a equipe de resgate chegou. Não se sabe em que circunstâncias Gilberto foi esfaqueado. Policiais do plantão do 8º Distrito Policial (Brás/Belém) não informaram se a vítima tinha ou não passagem pela polícia.

RS em alerta e monitorando


O chefe da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Jr., afirmou nesta quinta-feira que tem trocado informações com as autoridades de Santa Catarina após os diversos atentados ocorridos nos últimos dias. Em entrevista ao programa Guaíba Cidades, Vieira fez apenas uma consideração para não alarmar o cidadão gaúcho por conta dos ataques que começaram em São Paulo.

"Eu tenho entrado em contato com o chefe da Civil de Santa Catarina, o delegado Aldo Pinheiro, e ele me disse que não há uma organização criminosa daqui envolvida nesses crimes. É claro que estamos monitorando essa situação e até nos colocamos à disposição para um eventual auxílio", disse.

Vieira destacou que essa onda de ataque não é uma novidade para a polícia. "Isso já acontece há mais de uma década no Brasil. Começou no Rio de Janeiro, passou por São Paulo e chegou até Minas Gerais no passado. O ápice desse movimento criminoso ocorreu naquele Dia das Mães em que o Primeiro Comando da Capital (PCC) organizou uma série de ataques que pararam o estado paulista", lembrou. 


Fonte: Correio do Povo e AE"

(http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=476150)