Nos 10 anos de O morro da casa-grande, autor narra cada capítulo em áudio.

[Dílson Lages Monteiro]

Em 2007, escrevemos ao longo de um ano a novela O morro da casa-grande. Quinzenalmente, postávamos cada capítulo em Entretextos; ao tempo de cada inserção, após sucessivas releituras, fazíamos reescritas dos capítulos em obsessivo processo de encontrar a expressão exata para os efeitos de sentido que buscávamos. Entre nossos interlocutores, o romancista Rogel Samuel, a quem muito agradecemos o diálogo permanente sobre linguagem e livros.

Recebida com sucesso por amigos e meio punhado de leitores, incentivadores e conterrâneos, a obra logo ganhou edição em papel pela Editora Nova Aliança, em 2009, um dos primeiros livros publicados por umas das principais editoras de Teresina hoje.

O morro da casa-grande une memória, poesia e ficção e fundamenta-se, pelos processos de associações mentais próprios da mímese literária, sobretudo, nas densas transformações ocorridas na cidade de Barras do Marataoã-PI, em meados do século XX. Focaliza, nos jogos metafóricos-metonímicos, a destruição do patrimônio histórico (igreja e cemitério centenários em), a vida rural e seus desdobramentos, em narrativa lírica de exploração do sentido da infância e da natureza.

Sobre a obra, muito se escreveu. Sobre a obra, discussões acaloradas motivaram curiosidade e interesse pela identidade das pequenas comunidades urbanas do Nordeste. O morro da casa-grande alcançou grandes escolas, chegou a vários estados, sendo também reimpressa várias vezes, assegurando até a data desta postagem a circulação de mais de 4 mil volumes.

No fim de 2019, tornou-se uma das 150 obras da Coleção Centenário (conjunto de  uma centena e meia de livros vitais do pensamento cultural do Piauí, livros editados pela Academia Piauiense de Letras sob coordenação do então presidente, o  jurista,  contista e historiador Nelson Nery Costa, que dando continuidade a projeto nascido na gestão do historiador Reginaldo Miranda à frente da APL, organizou um dos mais bem-sucedidos projetos editoriais realizados por uma instituição de cultura no País. Uma pequena digressão: as mais de cento quarenta obras reeditadas por Nelson Nery, marcam solenemente um variado rol de atividades em momento em que  a Casa de Lucídio Freitas festejava seus 100 anos de fundação, criada que foi em 1917. 

Para festejar os 10 anos de  boa recepção de O morro da casa-grande, que cativa a cada dia novos leitores, comovidos com o lirismo de sua narrativa, convidamos você acompanhar  cada um dos vinte oito capítulos da novela em leitura realizada por nós. Convidamos também cada leitor a adquirir a nova edição da novela (já vendida na sede da APL) e a revisitar as páginas de uma narrativa escrita para vencer o teste das releituras. Obrigado a você por nós acompanhar, por você que compartilha cada capítulo, ajudando a socializar a literatura de autores do Piauí.

Ouça cada capítulo em áudio narrado por nós! Compartilhe! Basta clicar no endereço abaixo:

https://soundcloud.com/morro-casagrande