No rasto da tristeza
Em: 09/01/2012, às 10H22
Mal entrei
vi
a mulher passeava os olhos
nas paredes cheias do café
duas lágrimas de vinho no copo branco
uma maçã mordida ao lado do jogo de xadrez
Entrou-me aqui - disse a dona do café-
só adivinho misérias
Voltei a olhar
vi
a mulher tinha uma medalha no fio
nas mãos dois anéis de coração
um de vidro outro de ouro
olhava o fim da tarde na serpentina
da televisão
Um ruído sobressaltado e decifrado pela dona do café
-não tenho visto nada em condições
só adivinho misérias_
A mulher dizia isto
naquele tempo os campos só davam estradas
as estrelas morriam no calor das noites
havia um coração peregrino que era o meu
não sofria caminhos nem dava morte
anoitecia tanto
eu ainda não estava aqui
Levantou -se e veio ao meu encontro
disse -me
vou contar-lhe um segredo
cheguei pela margem aqui
estendeu-me as mãos frias
fechou os olhos
no contentamento de calor humano
eu não incomodo ninguém
a mulher passeava os olhos
nas paredes cheias do café
duas lágrimas de vinho no copo branco
uma maçã mordida ao lado do jogo de xadrez
Entrou-me aqui - disse a dona do café-
só adivinho misérias
Voltei a olhar
vi
a mulher tinha uma medalha no fio
nas mãos dois anéis de coração
um de vidro outro de ouro
olhava o fim da tarde na serpentina
da televisão
Um ruído sobressaltado e decifrado pela dona do café
-não tenho visto nada em condições
só adivinho misérias_
A mulher dizia isto
naquele tempo os campos só davam estradas
as estrelas morriam no calor das noites
havia um coração peregrino que era o meu
não sofria caminhos nem dava morte
anoitecia tanto
eu ainda não estava aqui
Levantou -se e veio ao meu encontro
disse -me
vou contar-lhe um segredo
cheguei pela margem aqui
estendeu-me as mãos frias
fechou os olhos
no contentamento de calor humano
eu não incomodo ninguém