Nº 9 - Boletim da regional RECORTE da associação de comunicação e semiótica
Por Flávio Bittencourt Em: 23/07/2013, às 15H59
O Schwitters nunca foi um pintor medíocre dado que nunca terá sido um artista pintor no sentido histórico de que se reveste essa forma de expressão artística. Terá ido na onda do Dada, como toda a arte de vanguarda de então, a dizer poesia e a fazer barulho.
É um dos nomes maiores da cultura ocidental.
Adorei todas as paginas,pinturas,e tambem os comentarios.
Gostaria que voces me mandacem algum arquivo detalhado sobre radiologia,
ou radiografia pois sou facinada pelo assunto.
Obrigado! estou agradando ansiosamente.
Fátima, já visitou os nossos arquivos da secção de Artes e Letras?
Poderá faze-lo aqui: http://blog.uncovering.org/archives/artes_e_letras/
Olá,
Acho louvável seu interesse por Kurt Schwitters, mas realmente inaceitável a denominação de mau pintor. O que vc quer dizer com isto e qual a referência bibliográfica para uma afirmação tão pouco ponderada?
Nos anos 30, época em que as vanguardas modernas como o dadaísmo e surrealismo surgiram, não havia a pretensão de uma belas artes como o século XIX. Se Schwittres era um mau pintor, todos da sua época também poderiam ser considerados assim, até mesmo Braque e Picasso. Não acha que essa leitura histórica é um tanto defasada com relação à pintura e à colagem nos dias de hoje?
caro bloguero, agradeço as imagens e informações de seu blog, mas "não passava de pintor medíocre" é uma expressão desagradável, ainda que fosse verdade. o que não acontece, decididamente.
obrigado de novo,
rafa
Nossa, nunca vi tanto comentário ignorante na minha vida!
Dadá e surrealismo surgindo nos anos 30??? Ooooooooi? Vá se informar, por favor...
E,Isabeau, não brinque q não havia mais a pretensão de se fazer uma arte ilusória? Jura? Que bom q vc descobriu isso!
E o texto q o 1º amigo mandou,o José Gervásio, q q é aquilo? Ooooi, vc fala português?
Pelo amor, hein...
Minha cara Mônica,
Primeiro, a educação é a prova dos 9! Se é que vc sabe o quer dizer esta expressão?
O termo "anos 30" se refere a década de 1930, que compreende a década de 30, a década começa em 1921 e vai até 1930. Claro, que algumas expressões artísticas começaram nos anos 20 (período que vai de 1911 a 1920). Quando falei que o dadá e o surrealismo são movimentos dos anos 30 foi porque só na década de 1930 esses movimentos tiveram uma significação maior no campo da hitória da arte. Mas uma vez, lembrando. Por mais conhecimento que tenhamos para trocar. A educação e a gentiliza vem em primeiro lugar. E esse blog deveria ser retirado do ar, por mau uso que fazem da democarcia do saber como é a internet. Vc e seu amigo ajudam a propagar a informação errada e ante pedagógica. Kurt Schwitters sabeia pintor como qualquer pintor medíocre da modernidade!
E obrigada mais uma vez pela ignorancia mostrada para que possam ser catequizá-los.
att,
Isabeau.
Olá,
concordo que o debate aqui deve ser cordial pra ser construtivo. Aquele que tem o intuito apenas de agredir o outro deve procurar outros meios para se expressar.
Porém, terei de concordar com o conteúdo proposto pela Mônica, apesar de discordar da forma.
Por favor, Isabeau, explique novamente essa sua lógica de denominação de décadas.
Quer dizer que de 1911 a 1920 é anos 20? Então, se eu nasci em 1982 significa que estávamos nos ano 90? Já que, segundo a sua obscura lógica, de 81 a 90 vivemos os anos 90.
Por favor, deixemos o surrealismo para as obras estudadas e não para os comentários aqui apresentados.
Sua besta quadrada que dá por nome pretensioso de Isabeau e que não sabe sequer escrever nem contar:
Como se permite afirmar que o blog devia ser retirado do ar??? Julga que isto é o quê? Vem para aqui dizer asneiras e dar pontapés na gramática, arrotar postas de pescada sobre História da Arte, dar lições sobre democracia na internet... Imbecil ignorante! Onde é que diz que Schwitters era um mau pintor? Sabe o significado de "medíocre" ao menos?
Você é que vai ser retirada do ar. Nem mais um comentário.
meu nome é kerolayne eu quero saber quando vc nasceu
Por favor, eu gostaria que vocês se xingassem um pouco mais. Está ficando divertido.
Para aclarar la idea de lo que es un movimiento antiarte se debe definir primero lo que es "arte". Una de las definiciones más aceptadas, menciona al arte como el acto ligado a las emociones, relacionado estrechamente con la creación y apreciación de la belleza, entendiendo la belleza como aquella cualidad contenida en un objeto que satisface las necesidades de un sujeto. Junto a ello, la historia se ha encargado de inmortalizar de manera notoria a aquellos creadores que lo realizaban manifestando un dominio de las técnicas a niveles de excelencia. Esto no sólo los separaba del resto de los hombres, sino que los hacía merecedores de la admiración y respeto de los círculos de poder.
Orígenes
El antiarte pudo nacer de una lucha contra la percepción de que el arte podía ser sólo realizado por personas dotadas de una habilidad innata, y desarrollada mediante un lento proceso de aprendizaje y maduración. En una sociedad cada día más rápida y ávida de soluciones prácticas e inmediatas, la idea de resultados a largo plazo parece anticuada; El deseo de notoriedad, con las ventajas económicas e históricas que van unidas al "artista", hacían muy probable la desaparición paulatina de los antiguos estándares, mismos que mantenían demasiado estrecha la puerta a nuevos integrantes. La figura del artista como manifiesto de "habilidades superiores" cambia a la de un un manifiesto de "ideas superiores" que no necesariamente deben ser demostradas o entendidas por el observador; La moda, el snobismo, y el mercado tienen ahora una importante influencia, siendo capaces de crear a un artista de la misma forma en que se genera un producto de consumo. Numerosos e insistentes manifiestos en donde se decreta la llamada "Muerte del Arte" se suceden a lo largo del siglo xx, haciendo que el denominado "antiarte" se ofreciera como un sucedáneo más rápido, accesible, moderno y menos exigente, tanto para los artistas como para el observador. Casos excepcionales como el de Vincent Van Gogh, que sin el debido estudio pareciera ser producto de una inspiración sobrenatural y a la vez accidental, hacen probable la premisa de que cualquier persona podría ser el heredero natural de su póstumo valor. Por último, la irreverencia que caracteriza a la sociedad moderna, con el deseo de renovar y reemplazar lo que está obsoleto, entrega uno de los últimos ingredientes para la instauración definitiva del denominado "antiarte".
Véase también
Bibliografía
- Hans Richter (1965) (en francés). Dada Art et Anti-Art. Bruselas: La Connaissance.
- Nikolaï Taraboukine, (1972) (en francés). Le Dernier Tableau. Du chevalet à la machine. Pour une théorie de la peinture, textos presentados por Andréi Nakov, traducción desde el ruso por Andréi Nakov y Michel Pétris. París: Champ Libre.
- Mario Perniola, (1977) (en francés). L'Aliénation artistique, prefacio de Pierre Sansot, traducción de Anton Harstein. París. ISBN 2-264-00187-9.
"Perfil // Jorge Ramos Gomes -
A voz das manhãs")
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books about kurt schwitters, photos of collages and assemblages, posterskurtschwitters.org
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É difícil retratar a obra de Kurt Schwitters (1887-1948) sem ... Revista de literatura e artewww.germinaliteratura.com.br/sibila2005_
kurtschwitters.htm
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Kurt Hermann Eduard Karl Julius Schwitters (20 June 1887 – 8 January 1948) was a German painter who was born in Hanover, Germany. Schwitters worked in several ...en.wikipedia.org/wiki/Merz_picture
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As composições abstratas de Kurt Schwitters (1887-1948) apresentam um equilíbrio surpreendente. Essa distribuição perfeita dos elementos que compõem suas obras ...www.diretoriodearte.com/.../artistas-
dada-kurt-schwitters
Charles Sanders Peirce
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Born | September 10, 1839 in Cambridge, Massachusetts |
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Died | April 19, 1914 (aged 74) in Milford, Pennsylvania |
Nationality | American |
Fields | Logic, Mathematics, Statistics,[1][2] Philosophy, Metrology,[3] Chemistry, Experimental psychology[4] Economics,[5] Linguistics,[6] History of science |
Religious stance | Episcopal but unconventional[7]" |
Praça da Liberdade, s/ nº
Prédio Rosa
Belo Horizonte, MG, Brasil (..)
“A crise dos universais (2005)
Por Sérgio Paulo Rouanet
Ao contrário do homem de letras ou do filósofo, cuja data de nascimento é incerta, o intelectual nasceu numa data perfeitamente documentada: 13 de janeiro de 1898, quando o jornal Aurore publicou J’accuse, de Emile Zola, exigindo a revisão do processo que havia condenado Alfred Dreyfus por crime de alta traição. No dia seguinte, o mesmo jornal publicava um abaixo-assinado em apoio a Zola, redigido por vários artistas, escritores e cientistas, que passou a ser conhecido como a Petição dos intelectuais. A palavra não existia em francês, mas o neologismo deixava claro que com J’accuse um fenômeno novo tinha surgido, para o qual era necessário uma nova terminologia. O intelectual era alguém que se definia, sociologicamente, por seu lugar no processo de produção e reprodução da cultura - um médico, um físico, um jornalista, um romancista - e se definia, politicamente, por sua ação no espaço público. Era um personagem que exercia um ofício não-manual e que saía da esfera que lhe cabia na divisão social do trabalho para intervir num assunto de interesse coletivo. O romancista Zola (critério sociológico) transformou-se no intelectual Zola (critério político) quando entrou no espaço público paradefender a vítimaa de um odioso erro judiciário. Sem dúvida, não era a primeira vez que um escritor tinha se batido por causas humanitárias - o exemplo de Voltaire lutando pela reabilitação de Calas [*] ou daintelligentzia russa que combatia o despotismo czarista são antecedentes óbvios - mas era a primeira vez que essa ação se dava no quadro de uma democracia moderna, com uma imprensa livre e com partidos políticos organizados.
J’accuse fez mais que originar um conceito. Estabeleceu um divisor de águas. Como intelectual, Zola recorreu ao repertório universalista do iluminismo e da tradição republicana francesa. Falava em nome dos direitos do homem, mas, com isso, provocou a emergência de 'outros' intelectuais, que recorreram, para demarcar-se de Zola, a uma tradição oposta, a do antiuniversalismo contra-iluminista, associado ao nome de Joseph de Maistre, para o qual só existiam franceses ingleses e alemães, e não o homem em geral. Assim, ao definir e ocupar seu campo, Zola contribuiu para a cristalização do contrário. Onde Zola falava em humanidade, seus adversários falavam na França. Não havia para eles uma verdade ou uma moralidade em si, mas uma verdade bretã e uma moralidade lorena. J'accuse está assim na origem, direta ou indiretamente, das duas principais linhagens que se enfrentaram no século passado e continuam a enfrentar-se em nossos dias: os intelectuais universalistas e os particularistas.
Os intelectuais universalistas são herdeiros diretos de Zola. São os que nos anos de 1930 protestaram contra o fascismo, no pós-guerra se opuseram à bomba atômica e ao colonialismo, nos anos de 1960 e 70 condenaram a guerra do Vietnã e instalaram o Tribunal Russel, e nos primeiros anos do nosso século se opuseram à agressão anglo-americana ao Iraque. Os intelectuais particularistas, ao contrário, são em grade parte descendentes dos adversários de Zola. São escritores de direita como d'Annunzio e Kipling no século passado e, hoje em dia, intelectuais que mesmo não sendo de direita têm como horizonte cognitivo e ético sua própria comunidade étnica, linguística ou nacional, independente dos interesses mais gerais do gênero humano.
Na conferência, continuará a ser seguida a trajetória dessas duas linhagens, defendendo-se a tese de que somente a perspectiva universalista é compatível com o ideal da construção de uma civilização humana. O intelectual universalista opõe-se ao relativismo ético e epistemológico, porque acredita em ideias e valores de validade transcultural, bem como ao hegemonismo e unilateralismo americanos, que em sua opinião são formas especialmente perversas de particularismo. A resposta a esse novíssimo particularismo não pode ser, no entanto, a reativação de particularismos arcaicos, como é o nacionalismo ou os fanatismos étnico e religioso, mas sim a criação de novas formas de organização pocífica da humanidade, como a implantação de uma democracia mundial. Nisso papel do intelectual universalista pode ser decisivo.
[Sérgio Paulo Rouanet, apresentação da palestra "A crise dos universais", do ciclo
O Silêncio dos Intelectuais - Cultura e pensamento em tempos de incerteza, texto de apresentação da palestra pronunciada pela primera vez em 31.8.2005 (Rio), ###===em edição=== o grifo é nosso.]
"22/12/2009
Rebeldes que mudaram o mundo: Voltaire, Rousseau, Zola, T. Paine, Thoreau
Por L&PM Editores
As ideias, e, portanto, os livros, mudam o mundo, as pessoas, a sociedade. O processo civilizatório – parafraseando o grande antropólogo Darcy Ribeiro – depende diretamente do livro, o suporte que leva às pessoas as novas idéias, que denuncia ao mundo as injustiças, que espalha, proclama e difunde a ideia de liberdade.
E esta ideia de liberdade esteve no fundo de grandes livros que mudaram a história. Alguns exemplos do livro como “arma” de cidadania” foram publicados em nossa coleção L&PM POCKET:
Rousseau com seu Contrato social propunha uma nova ordem social, o fim do feudalismo e por isso foi perseguido e expulso pela monarquia francesa. Suas ideias, como as de Voltaire, influenciaram diretamente a Revolução Francesa que, como se sabe, mudou literalmente o mundo. Tratado sobre a tolerância de Voltaire trata da defesa de Jean Calas, de religião protestante, preso e executado pelo Estado francês em 1762 acusado de matar o próprio filho. Voltaire escreveu este livro contra a perseguição religiosa e provou a inocência de Calas que foi reabilitado pós-morten. Zola, através do clássico J’accuse, prova a inocência do Capitão Dreyfus condenado por traição ao desterro na Ilha do Diabo, nos confins da Guiana Francesa. Como jamais foi visto na história da imprensa, o escritor mobilizou a opinião pública para corrigir outra enorme injustiça cometida pelo Estado contra um indivíduo; um “affaire” onde junta-se à intolerância política o preconceito racial, pois Dreyfus era judeu.
Thomas Paine, autor de Senso comum foi o revolucionário que atormentou as monarquias inglesas e francesa no final do século XVIII. Decisivo na revolução americana, foi um dos líderes que conclamaram o povo a fazer a Guerra da Independência dos Estados Unidos. Vencida esta etapa rumou para a França para incorporar-se à Revolução Francesa.
Finalmente Henry Thoreau e o seu célebre Desobediência civil escrito na prisão, onde esteve por recusar-se a pagar impostos. Este livro é a verdadeira “bíblia” libertária, tendo inspirado os anarquistas e o próprio Gandhi que com sua política de não violência derrubou o colonizador britânico."
[http://www.lpm-editores.com.br/site/default.asp?TroncoID=805133&SecaoID=816261&SubsecaoID=935305&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=526383]
Carlos Ribeiro | |
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Nome completo | Carlos Ribeiro |
Nascimento | 21 de Outubro de 1950 (62 anos) Lisboa Portugal |
Nacionalidade | portuguesa |
Ocupação | Radialista, Locutor e Apresentador |
BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO RECORTE / CIDADE DE FORMOSA / GOIÁS / BRASIL, ANO I, Nº 9 - PERIODICIDADE: QUINZENAL - 2ª quinzena de JULHO de 2013, 23.7.2013 - Editor responsável: Cláudio Ramalho / e-mail: [email protected], endereço: R. 1, Cs. 952, Pq. Laranjeiras, 73.805-610 - Formosa-GO, Brasil - Editor da RECORTE (Revista anual de Teoria da Literatura, Comunicação e Semiótica): Rogel Samuel - Redator: Cláudio Ramalho - Revisor e copidesque: Flávio Bittencourt - Orientador editorial (in memoriam): Reynaldo Jardim - Diretor Honorário da Associação Recorte de Comunicação, Media e Semiótica: Umberto Eco.
Sócios-correspondentes da Associação Recorte:
Varsóvia (Polônia): Jerzy Pelc
Helsínque (Finlândia): Eero Tarasti
Paris (França): Rafael Mário Hime
Perpignan (França) [in memoriam]: Gérard Deledalle
Lafayette, Indiana (EUA): Floyd Merrell
Brasília/início Asa N: Cleber José Coimbra
Brasília/ponta Asa N: Herondes Cezar
Brasília/início Asa S: Athos Cardoso
Brasília/ponta Asa S: Sandro Machado
Brasília (in memoriam): Profª. Regina (SQN 216 [Dona Helena, pseudônimo literário])
Brasília/Condomínios do Lago (SHDB): Sílvio Rocha
Sobradinho/DF: Geraldo Lima
Teresina: Dílson Lages Monteiro
Fortaleza: Jorge Tufic
Recife: Eduardo Henrique Accioly Campos
Manaus: Jair Jaqmont Cantanhede
Boa Vista: Maurício Zouein
Campos dos Goytacases: Frederico Schwerin Secco
Rio de Janeiro/Copacabana: Frank Fragoso Willye
Rio de Janeiro/Urca: Rogel Samuel
Rio de Janeiro/Vila Isabel: Luiz Cesar Saraiva Feijó
Rio de Janeiro/Tijuca: Miguel Carqueija
São Paulo: Norval Baitello Júnior
The Charles S. Peirce 2014 International Centennial Congress
As Artes como sistemas comunicativos – o intercâmbio de signos no universo do possível. O fenômeno da invenção visto pela sua ontologia. É a arte semioticamente cognitiva?" http://www4.pucsp.br/cos/docentes/ivo_assad.html]
"Bastidores Do Mundo Literário
Os Dez Amigos de Freud
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Desvendando a mente de Freud
A partir de lista de livros indicados pelo pai da psicanálise, o filósofo Sergio Paulo Rouanet faz descobertas surpreendentes
Rouanet: 10 anos para realizar pesquisa inédita sobre as 10 obras que teriam feito a cabeça de Sigmund Freud
Da primeira vez em que se deparou com uma lista de ''bons livros'', escrita de próprio punho por Sigmund Freud a pedido do editor Hugo Heller, até o momento em que pôs o ponto final em Os dez amigos de Freud (Companhia das Letras, 2 volumes, 426 páginas cada, R$ 75), o filósofo Sergio Paulo Rouanet levou 20 anos. A metade deles debruçado na pesquisa, realizada no intervalo de suas inúmeras atividades como diplomata, em Brasília, Berlim, Praga, Londres e em Paris. É um trabalho de fôlego, complexo e ambicioso: fazer um cruzamento da literatura com as idéias de Freud, sugerindo influências jamais identificadas. Mas não é preciso ser um especialista para acompanhar o livro, a prosa límpida de Rouanet, uma das características de sua obra, faz com que as mais de 800 páginas sejam devoradas como um romance ou história de mistério. Apesar da abrangência da pesquisa, Rouanet está lançando mais dois livros nesta Bienal: Idéias (Unimarco), com os artigos publicados na coluna mensal que escrevia no JB , e Interrogações (Tempo Brasileiro), com ensaios publicados em revistas especializadas. - Como você chegou a essa lista com as preferências literárias de Freud? - Ela é relativamente conhecida pelos leitores das biografias de Freud. Encontrei uma referência a ela pela primeira vez no final da biografia feita pelo Ernest Jones, A vida e a obra de Sigmund Freud . Li esse livro há 20 anos. Mas a idéia só tive há 10 e desde então venho trabalhando nisso. - Em que medida a escolha de Freud foi acidental? - É difícil dizer. Se alguém pedisse uma lista semelhante para um escritor na época da guerra do Iraque, ele provavelmente estaria lendo algo relativo ao Oriente Médio. A lista de Freud pode ter sido influenciada por preferências profundas, assim como pela leitura do jornal, razão pela qual um dos caminhos que segui foi ler de cabo a rabo a edição do jornal que Freud certamente leu no dia em que ele compôs a lista, o Neue Freie Presse . - Aonde você queria chegar? - A um confronto sistemático com cada um dos 10 livros. Em cada capítulo, tento resumir o livro, analisar o pensamento do autor, estudar sua relação com o meio e a época. E compreender qual seria a relação de Freud com este livro em especial. Em que medida ele pode ter encontrado materiais para suas idéias naquela obra e também de que maneira ela pode ser iluminada pela aplicação da teoria psicanalítica. Procurei uma unidade externa, dada pelo espírito do tempo, o princípio do século 20, e interna, dada pela subjetividade de Freud. - Qual dos 10 livros teve a maior influência na obra de Freud? - É engraçado que, na carta que enviou ao editor Hugo Heller, Freud faz questão de dizer que não está fazendo uma lista dos dez maiores livros da literatura universal. É daí que vem a metáfora dos bons amigos. Os bons amigos não são as melhores pessoas, as mais inteligentes, santos ou heróis. São pessoas com quem a gente conversa. Alguns dos livros mencionados poderiam até ser classificados como subliteratura. À primeira vista, sem muita reflexão, eu diria que um dos livros que têm relação mais direta com a obra de Freud é o do russo Merejkovski, autor de uma biografia romanceada de Leonardo da Vinci. Praticamente todos os materiais que Freud usaria para escrever sobre as recordações de infância do Leonardo da Vinci vieram da leitura deste romance. Ele analisa um fato em especial: Leonardo da Vinci se lembra de que, quando bebê, um abutre posou em seu berço, abriu sua boca e colocou a cauda lá. Freud faz toda uma análise em cima deste fato, imagem que foi encontrada no romance do russo. Ele também encontrou ali a informação sobre a hiperafetividade da mãe do pintor em relação ao filho, que teria influenciado sua orientação homossexual. A hipótese do abutre é das mais curiosas. Está na cara o que isso significa psicanaliticamente: uma fantasia de felácio. O abutre, para os antigos, era um pássaro feminino, que concebia com o vento. Isso, para Freud, seria maneira pela qual Leonardo simbolizava que ele era uma criança sem pai. O problema é que houve um erro de tradução do livro para o alemão. O pássaro não era um abutre, e sim um níbio , um milhafre, ao qual não estão associadas essas imagens de feminilidade. Existe outro imaginário que Freud não explorou, mas que eu tentei explorar. O milhafre é um pássaro que, segundo a sabedoria popular, é invejoso, maltrata a prole. Portanto, a pista teria levado a um caminho completamente diferente. Ou seja, em vez de Leonardo ser um menino mimado por uma mãe excessivamente carinhosa, ele seria uma criança rejeitada por uma mãe invejosa e repressora. Um erro de tradução teria levado Freud a um erro de interpretação. - Você nota que, apesar de toda a erudição de Freud, ele também gostava de subliteratura. - Exatamente. Freud, como bom psicanalista, pega a carta de Heller e diz mais ou menos isso: ''Deixa eu começar interpretando o seu pedido. Você está querendo dez bons livros. Você não quer os dez maiores da literatura universal, os mais significativos do ponto de vida científico. Nesta caso, poderia indicar Sófocles, Shakespeare ou Milton. Eu interpreto bons livros, como bons amigos. O adjetivo bons remete a indivíduos com que a gente se relaciona bem. Não vou tratar os melhores, os mais sublimes os que mudaram o mundo, mas o livros que são bons amigos.'' A lista mostra que Freud consumia, sim, o que hoje nós chamaríamos de literatura de massa. - É estranho que Freud não tenha citado Schnitzler, que tanto parentesco tem com sua obra. Por quê? - Schnitzler foi um dos que responderam à enquête. Era um contemporâneo de Freud, seus livros não tinham passado ainda pela triagem do tempo, ele era recente demais, contemporâneo demais para ser citado. - O Livro da selva , citado por Freud, hoje é lido como uma história infantil. Mas, de alguma forma, teria sido uma antecipação dos Homem dos Lobos? - Freud começou a analisar o Homem dos Lobos depois, em 1910. Mas há uma enorme quantidade de contos infantis em que aparece o lobo como personagem, como a história da Chapeuzinho Vermelho. Freud tratou do medo das crianças por animais, a zoofobia infantil. O Pequeno Hans tinha medo de girafas e depois de cavalos. O Homem dos Lobos tinha medo dos lobos. No caso do Pequeno Hans, ali havia a representação do pai. Ele tinha medo do pai-cavalo. - O Kipling é estudado ainda hoje. Zola também. Mas o mesmo não se pode dizer de Anatole France, outro autor citado por Freud. Por que escritores que fizeram a cabeça de uma geração são esquecidos na outra? - As reputações literárias são mais ou menos como uma bolsa de valores, com ações que sobem e descem. Na geração dos nossos pais e avós, Anatole France era um dos autores mais importantes do mundo. Era um homem do ceticismo, da ironia fina, da razão, do não-sentimentalismo. Numa época em que estes valores eram predominantes, havia uma sintonia do homem que os exprimia com a opinião pública. Mas aquela ironia corrosiva ficou inadequada para exprimir coisas tão terríveis como as que aconteceram durante a guerra. Essa é uma explicação sociológica. Psicanaliticamente, há a ascensão e o declínio, mas também a regressão, a volta do recalcado. João do Rio, por exemplo, foi recalcado por muito tempo. Era considerado um autor frívolo. Depois descobriu-se que era precursor de Walter Benjamin. Aí entrou na moda. Foi trazido das catacumbas da amnésia coletiva por algo puramente circunstancial. O coitado do Anatole France, ao contrário, foi esquecido. - Isso pode um dia acontecer com Freud? A psicanálise pode estar perdendo seu poder explicativo, assim como aconteceu com o marxismo e outras grandes narrativas? - Pode ser. Mas há certas glórias que não estão mais sujeitas a este movimento de bolsa. Verdadeiramente imortais, alguns autores são subtraídos às oscilações cíclicas da reputação e da opinião pública. Esta talvez seja uma definição dos clássicos: autores cujas ações não são mais negociadas na bolsa. No caso de Freud e de Marx, acho que claramente está havendo este sintoma: depois de terem sido idealizados ao infinito, eles começam a perder importância. Talvez só agora Marx esteja livre para ser apenas um pensador e não o chefe de uma ortodoxia religiosa chamada marxismo. O declínio do Marx ideólogo liberou o Marx pensador para dizer coisas significativas para os nossos tempos. Aí eu aplicaria um conceito do Walter Benjamin, que é o índice de legibilidade. Benjamin diz que certas obras são obscuras no momento em que são escritas. Só se tornam legíveis um ou dois séculos depois. Só agora que o marxismo e o freudismo estão morrendo, in extremis , eles podem ser trazidos de volta, com todo seu poder explicativo. Pode-se dizer que Marx previu várias coisas que não se concretizaram. Mas estas previsões não tiveram chance de serem testadas, porque surgiram contratendências no mundo capitalista. Não houve pauperização da classe operária porque os sindicatos passaram a adquirir importância muito grande. Não houve exclusão social que levasse à crise geral do capitalismo porque as políticas estatais começaram a adotar medidas keynnesianas ou anticíclicas, que controlaram o desemprego. Agora, com a globalização, todas estas contratendências que acolchoaram o capitalismo foram deixadas de lado. E tudo o que Marx previu está acontecendo. _ E Freud? - Neste momento em que o freudismo está sendo contestado, quem sabe se a psicanálise coletiva pode finalmente deixar de ser um adendo da psicanálise individual? Acho que se pode explicar o belicismo americano em termos de tendências econômicas, petróleo, os conselheiros neoconservadores do Pentágono etc. Mas pode-se pensar em algo mais tradicional, a relação de pai e filho, o complexo de Édipo. - No capítulo sobre Zola, você não trata exatamente do que ele e Freud tem em comum, mas no que eles se opõem. Por que, embora as teses do naturalismo e da psicanálise sejam tão diferentes, Freud cita Zola? - Eles têm diferenças, mas também semelhanças. No caso específico do livro que Freud selecionou, que é Fecundidade , a diferença é que Zola acreditava nas famílias numerosas e num antimalthusianismo patriótico. Para ele, a França estaria despovoada em relação à Alemanha e era preciso aumentar a população depois da derrota de 1870. As práticas de controle de natalidade, segundo ele, interferiam na saúde das mulheres e na saúde política da França. Freud não concordava, era malthusiano. Ele tinha seis filhos, achava demais. Sua grande descoberta teórica veio com a dissociação da reprodução do prazer. Neste sentido havia uma diferença radical. Mas ambos acreditavam no efeito nocivo de certas práticas de controle de natalidade. Segundo Freud, o coito interrompido era algo terrível para a saúde psíquica da mulher. Zola acreditava nisso também. Mas as motivações eram diferentes. Zola não queria o controle da natalidade e Freud percebia a relação deste tipo de prática e a neurose. Isso também é visível em relação à série de livros dos Rougon-Macquart, uma família com taras hereditárias, como o alcoolismo, que vão se perpetuando de geração em geração. Zola dá uma importância enorme à hereditariedade. Freud não. As famílias poderiam ser patogênicas na medida em que optassem por uma educação severa demais, o que poderia gerar personalidades neuróticas, mas não naquele sentido quase biológico de Zola. No entanto, a hereditariedade que Freud recusava no plano individual, ele aceitava no plano filogenético, no plano da espécie. Ele acreditava que na origem da humanidade teria havido de fato um incesto e um parricídio primordial. O que ele relativiza no plano individual, ele voltava a admitir no plano da espécie. - Também é curioso Freud citar Mark Twain, não? - Ele usa o Mark Twain como exemplo para sua teoria sobre o cômico. Este capítulo sobre Mark Twain é engraçado, porque Freud cita vários exemplos de episódios narrados pelo autor, mas ele cita tudo errado. Pouco a pouco fui descobrindo as fontes das principais citações. E minha surpresa foi total quando percebi que Freud citava de memória e as deformações eram gritantes. É interessante analisar estes ''erros'' à luz de seu trabalho sobre o ato falho. [JB - 24/MAI/2003]" |
Mariana Costa/UnB Agência |
Chiquinho com o livro que Ísis Valverde comprou. A atriz tentou disfarçar quem era |
(...) MULHER BONITA PAGA – Os atores não passaram despercebidos pelo Minhocão. Ísis Valverde, que esteve na Livraria do Chico, na Ala Norte do Minhocão, foi reconhecida imediatamente pelo livreiro. “Perguntei se era a atriz Ísis Valverde, mas ela disse que não”, conta Francisco Joaquim de Carvalho, o Chiquinho, que vende milhares de títulos no lugar há mais de 30 anos.
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Confira, abaixo, alguns dos produtos que o Artesanato Rústico Estrada Real faz, de forma bem artesanal:
Trabalho apresentado na pós em Comunicação, Publicidade e Negócios - IV, CESUMAR, 2008.
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Prince Sports Inc. | |
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Rule the court (Manda en la pista) |
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Tipo | Privada |
Industria | Material deportivo |
Fundación | 1970 |
Sede | Bordentown, Nueva Jersey, Estados Unidos |
Personas clave | Bob McClure |
Productos | Raquetas, ropa deportiva, accesorios de moda, máquinas de pelotas, equipamiento de tenis |
Sitio web | www.princetennis.com |
Enfim, do avião desce o Papa Francisco, um argentino descendente de italiano. Sorriso largo, simpático, de estatura mediana. Lá vem ele, em movimentos firmes, descendo a escada encostada à porta do avião. No outro extremo do avião, de outra porta haviam primeiro saído os homens de segurança.
Aguardavam-no as autoridades locais e nacionais. Todos bem vestidos e compenetrados . Entre uns e outros, havia um homem amável, carismático, observador, de voz mansa e frágil. Na sua agenda, o objetivo mais elevado dele seria estar com os jovens de diversas partes do mundo. Jovens que vieram ao Rio para se alegrarem com a presença a mensagem do Sumo Pontífice nos dias em que acontecerá a Jornada Mundial da Juventude. Portanto, na realidade Papa Francisco aqui veio para esse encontro multirracial. O Brasil serviu apenas de espaço na geografia do Planeta Terra.
A figura de um Papa traz por si mesma um clima de festa, de paz, de esperança. Por isso, é bem-vinda. Eu bem me lembro do tempo em que João Paulo Segundo esteve no Rio de Janeiro. Foi uma comoção geral. Uma semana de tranquilidade, de união de pessoas, de todas as idades. Nem se falava em violência. Desconfio até de que os próprios marginais se recolheram, fugindo aos seus hábitos selvagens. Tudo em nome de um homem que representa o líder máximo da religião católica. Não há quem não se sinta emocionado com essa figura do Vaticano conquanto se sabe que o catolicismo não vai bem em muitos aspectos da vida material, moral e espiritual.O momento da visita do Papa, contudo, apazigua, infunde um clima inédito de esperança e fraternidade.
Papa Francisco, cujo nome foi tão bem escolhido para o momento conturbado universal, ao chegar ao Brasil, traz novas energias de certeza de que alguma coisa tem que ser feita ou mudada para o bem do povo brasileiro que, a um tempo que se torna enfurecido, como dissera bem ontem uma manchete de jornal inglês, sabe também se comportar com espírito pacífico, alegria, brandura e carinho.
Vejo como o povo é sábio no que faz por vezes.Sabe ser grande hospitaleiro, carinhoso, cuidados com essa figura frágil do Papa Francisco cuja atuação como líder do catolicismo tem-se pautado por uma postura de decisões firmes e de humildade na função que ocupa na Igreja.
Desde aquele momento em que ficou ouvindo ao coral de crianças cantando uma canção em sua homenagem, em português, espanhol e, se não me engano, em inglês, até o seu deslocamento do Aeroporto do Galeão em direção ao Centro do Rio de Janeiro presenciou-se um exemplo do quanto o brasileiro se sente órfão de afeto de líderes que merecem respeito e em quem confiam de al ma aberta. A multidão que o cercou na Avenida Presidente Vargas, cada qual querendo segurar-lhe a mão, dar-lhe um abraço e dizer-lhe palavras afetuosas é uma cena de encantamento da alma simples do povo brasileiro, de todas as idades e níveis sociais. O povo sabe a quem prestar tributo, essa é uma lição que tiro da permanência do Papa Francisco em solo brasileiro.
Por outro lado, fico imaginando a distante grande entre o afeto dedicado ao Papa e a indiferença do povo em geral pelas autoridades. Não há o menor sinal de admiração pelos governantes e por toda a estrutura do poder público. No caso do Rio de Janeiro, temos o exemplo de divórcio completo de laços de consideração e respeito entre o povo e o governador atual.
No encontro do Papa Francisco no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador, é que se pode ver com nitidez o poço fundo entre o governador e o povo. Lá dentro, no palácio, os discurso incompatíveis entre o que a Presidente da República disse sobre o seu governo e a realidade que o país está atravessando. Lá fora, o aparato policial pronto para qualquer evnetualidade a serviço do poder.
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