Nações divididas: um desafio na Pós-Modernidade
Por Cunha e Silva Filho Em: 23/02/2014, às 11H50
Cunha e Silva Filho
Três exemplos, pelo menos, temos de países que se distinguem por diferentes posições ideológica, i.e., com populações desunidas no enfrentamento de antagônicas correntes políticas e sociais.. Este fato enseja problemas perigosos pela frente na condição de filhos da mesma pátria que pensam como se fossem,cada um dos lados, dois países.É o que está ocorrendo com a Síria, Venezuela e agora, em grau menor, com a Ucrânia, já que esta representa a indignação da maior parte da população.
Estes países assim divididos tendem a seguir dois caminhos: ou podem ser levados a uma guerra civil, ou têm que encontrar formas de entendimento e acordos para mudar seus chefes de governo ou presidentes.
A razão principal que acarreta tumultos sociais , na maioria dos caso, tem suas raiz em países que não atendem aos anseios e reivindicações das sociedades como um todo. Em outras palavras, países que decidem de cima para baixo o que julgam ser certo para seus povo, tendem a esquecer que a vontade popular é o componente sine qua non a fim de que um governo corresponda às aspirações dos indivíduos. Se por acaso empregassem a inteligência e tivessem uma visão apurada das necessidades de uma nação, certamente modificariam sua posição unilateral e, ao contrário, procurariam ir ao encontro das exigências fundamentais da nação.
Tomar decisões que afetam as vidas de tantas pessoas é um risco para um governo, mesmo para as denominadas nações democráticas. A fonte das soluções está nas mãos e no modo de vida de uma sociedade. Portanto, um governante prudente, antes de tudo, deveria ouvir os reclamos do povo na rua porquanto sem o apoio popular um governo dificilmente se sustenta no poder.
Os protestos mundiais generalizados contra líderes políticos, inclusive o Brasil, praticamente se originam de um fato básico: maus governos, governantes autoritários, ou ditadores ou democráticos, tendem a não durar muito em seus cargos com poucas exceções hoje em dia, como Cuba, Síria, China, Coreia do Norte e outros países.
No campo das instituições políticas sente-se que há uma tendência mundial segundo a qual somente existe um único e correto caminho que efetivamente reduziria as guerras mundiais, as guerras civis e as desordens sociais no mundo inteiro, e isso se concretizaria por vias democráticas, eleições, liberdade de imprensa, liberdade de expressão e respeito aos direitos humanos. Obviamente, seria ingênuo de nossa parte se acreditássemos cegamente que, em países democráticos, estaríamos a salvo de inúmeros problemas nas múltiplas áreas governamentais.
Dever-se-iam abolir as diferenças sociais na democracia? É exequível isso? Seria um sonho utópico? Estas são questões imensamente complexas que deveriam constituir um debate permanente em países de alto nível de vida decente e de alto nível de uma sociedade instruída.
Sei que estamos longe de equacionarmos estratégias que poderiam levar a uma sociedade moderna melhor com princípios democráticos que ensejariam profundas modificações em várias áreas da vida social: melhor educação, transporte, melhores hospitais, salários mais altos para funções vitais, tais como ensino, prática médica, cientistas, pesquisadores, pilotos, motoristas de ônibus, maquinistas de trens, condutores de metrôs etc.
Se tais problemas não forem atacados de frente e com uma vontade política, nenhum dos atuais males socias ( corrupção política, violência, tráfico de droga, altos índices de crimes, delinquência juvenil), políticos, econômicos e culturais, será reduzido. È hora de nossas autoridades mundiais voltarem a atenção para todas estas questões que estão provocando derramamento de sangue pelo mundo afora.
Por conseguinte, todos os países acima citados deveriam ter em mente esta verdade simples: caso eles desejem ter um país livre de todos os incômodos - haja a vista para as manifestações maciças em praças públicas, com toda a população exigindo uma vida melhor com liberdade de expressão, deveriam desistir de sua atual forma de governo e tratar o povo com o devido respeito, permitindo estes inalienáveis direitos: viver em paz e livre da pobreza, tráfico de drogas, extrema violência, tortura carência de necessidades essenciais, com tempo para o lazer e oportunidade de desenvolver seu nível cultural, salários compatíveis com a competência e habilidade de cada um. Encareço estas afirmações aos governantes: eguir o caminho conducente à desordem e confrontação entre forças policiais e manifestantes, ou ainda pior, banho de sangue, ou querer um paz mundial duradoura há tanto tempo ansiada.
Lembrem-se, líderes mundiais, quantas mortes inocentes teriam sido evitadas se os gritos dos povos tivessem sido ouvidos e tomados em consideração por todos os senhores.
Finalmente, lembrem-se das palavras de Charles Chaplin e de seu alcance universal: “Máquinas não sois, sois homens!”