NA ESCÓCIA DEIXEI MEU CORAÇÃO


Cunha e Silva Filho


                           O título acima pertence ao poema. “My heart‘s in the Hightlands, do poeta escocês, Robert Burns (1756-1796). Burns se situa no período pré-romântico da literatura de língua inglesa. Seu lirismo, de acordo com a crítica , é o seu lado poético mais visível. Morreu jovem e na miséria, aos trinta e sete anos.Distingue-se sua poesia pelo individualismo, sentimento e profunda comunhão com a Natureza. Dos seus temas se destacam aqueles que descrevem a beleza da paisagem escocesa. Consideram-no o maior poeta escocês.
                         Jovem nascido no interior, foi instruído pelo pai em Ayrshire. Trabalhou no campo, mas, ao lado disso, teve tempo para estudar latim, francês, matemática e ler os grandes escritores e poetas. Além de grande lírico, for um poeta da revolução no sentido de rebeldia contra convenções moralistas e rigorismos religiosas presbiterianos e Entre suas obras mais importanates estão The Banks of Doon, Mary Morrison, To Mary in Heaven, The Cottar’s Satuday Night, To a Montain Daisy e The Jolly Beggars.
                        No poema mencionado, que a seguir, apresento ao leitor em tradução bilíngüe, sinto algum parentesco temático-sentimental com o famoso poema “Canção do exílio,” de Gonçalves Dias (1823-1864).


MY HEART’S IN THE HIGHLANDS


Farewell to the Highlands, farewell to the North,
The birth-place of valour, the country of worth;
Wherever I wander, whereever I rove,
The hill of the Highlands forever I love.

My heart’s in the Highlands, my heart is not here;
My heart’s in the Highlands, a-chasing the deer
A-chasing the wild deer, and following the roe.
My heart’s in the Highlands wherever I go.

Farewell to the mountains, high-covered with snow,
Farewell to the straths and green valleys below,
Farewll to the forest and wild-hanging woods,
Farewell to the torrents and loud- pouring floods.

My heart’s in the Highlands, my heart is not here;
My heart in the Highlands, a-chasing the deer;
A-chasing the wild deer, and folowing the roe,
My heart’s in te Highlands wherever I go.

NA ESCÓCIA DEIXEI MEU CORAÇÃO

Adeus, Escócia, adeus, montanhoso norte, noroeste.
Berço valoroso, terra benfazeja.
Aonde quer que eu vá, onde quer que vagueie,
Para sempre hei de amar as colinas escocesas.

Deixei lá meu coração, não aqui.
Está lá, sim, nas montanhas, caçando  o cervo,
Caçando  o cervo selvagem, atrás da cerva também.
Lá deixei meu coração, não importasse aonde fosse.

Adeus às montanhas cobertas de neve,
Adeus aos amplos vales, aos verdes vales lá embaixo.
Adeus às florestas e aos bosques cerrados,
Adeus às correntezas e às rumorosas enchentes.

Deixei lá meu coração, não aqui.

Lá ficou meu coração, caçando  o cervo ;

Caçando o cervo selvagem , atrás da cerva também,


Aonde quer que eu vá, meu coração deixei na Escócia