[Flávio Bittencourt]
Autor de Espaço e Tempo do Folclore Potiguar faleceu no início de fevereiro
Deífilo Gurgel, natural de Areia Branca, estava internado no Hospital Papi, em Natal, tinha 85 anos e era admirado por especialistas em literatura oral e tradições populares (teatro de bonecos) do Rio Grande do Norte.
APRESENTAÇÃO MARAVILHOSA
DO TECNÓLOGO - CRIADOR DE MARIONETES - E
MARIONETISTA (manipulador dos bonecos) RUSSO
VIKTOR ANTONOV,
YOUTUBE:
http://www.youtube.com/watch?v=jT9oBGlRRQo&feature=related
"O HISTORIADOR POTIGUAR DEÍFILO GURGEL,
RECENTEMENTE FALECIDO, ESCREVEU
UM POEMA ESPANTOSO, NO QUAL ESTÁ SUGERIDO,
EM OUTRAS PALAVRAS - se não houver erro de
interpretação de nossa parte - QUE AS PESSOAS QUE
INTEGRAM CERTA PLATEIA DE ESPETÁCULO DE FANTOCHES
TALVEZ FANTOCHES (do marionetista) SEJAM [NAQUELE MOMENTO
MÁGICO, APENAS, evidentemente]!"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
(http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/deifilo_gurgel.html)
MUNICÍPIO (litorâneo-potiguar) DE AREIA BRANCA,
ASSINALADO NO NO MAPA DO RIO GRANDE NO NORTE:
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Areia_Branca_(Rio_Grande_do_Norte))
“Clotilde [CLOTILDE TAVARES], aceito sua homenagem, mas peço licença para dividi-la com todos aqueles que, na distância dos humildes povoados, esquecidos da civilização, preservam na memória privilegiada os tesouros fabulosos de uma cultura que o Brasil insiste em ignorar. Estes, sim, no silêncio do seu anonimato são, para mim, as grandes personalidades da cultura brasileira e norte-rio-grandense. ”
(DEÍFILO GURGEL)
Praia de Upanema - Areia Branca - Rio Grande do Norte:
Imagens do Folclore Potiguar
Por Alexandro Gurgel
[email protected]
Na sua sapiência, é o próprio Cascudo quem nos ensina que todos os povos do mundo possuem um patrimônio de tradições que se transmite oralmente que é defendido e conservado pelo costume. Esse patrimônio milenar é o folclore, que cresce com os conhecimentos diários, se integrando aos hábitos grupais, domésticos ou nacionais.
O folclore norte-riograndense é contado feito uma ópera pictórica erudita através das fotografias de Hugo Macedo, que inventa novos ângulos para capta o menino brincante, o transformando num herói anônimo que defende as tradições potiguares numa dança bem compassada.
Com seus cocares, arcos e flechas, os Caboclinhos de Ceará Mirim desfilam fagueiros diante da casa do Mestre Cascudo, reverenciando a morada do grande folclorista e embalando as horas vadias da tarde que passa deixando um aroma de charuto inacabado.
No conjunto de elementos artísticos populares, o Boi Calemba é um ícone dessa tradição centenária, vivendo nas festanças potiguares tendo a frente o Mestre do Boi, quase sempre dono do espetáculo. Conforme o folclorista Deífilo Gurgel, o Boi Calemba se diferencia dos outros folguedos brasileiros e não tem enredo, por ter se descaracterizado, limitando-se o brinquedo hoje, pelo menos em Natal e em São Gonçalo do Amarante, quase só as danças e cantigas.
No elenco fotográfico “macediano” destaca-se o menino galante, dançando tal qual gente grande, trazendo no espírito os compassos da tradição. Mateus, Birico e Catirina compõem a trupe do Boi encantado, espalhando cantigas natalinas, na zoada de um pequeno conjunto de pau-e-corda que acompanha o folguedo.
Na vila de Ponta Negra, os velhos reis do Congo de Caçola reúnem elementos temáticos africanos e ibéricos nas suas congadas, transformados num cortejo real, como se fosse uma cerimônia de coroação de reis escravos.
As imagens silenciosas e suas silhuetas riscando a noite compõem, quadro a quadro, o perfil folclórico da terra potiguar.
(http://fotohugo.blogspot.com/2007_07_01_archive.html)
(http://umaseoutras.com.br/deifilo-gurgel-1926-2012/)
"homenagem dos várzeanos a um grande homem!
faleceu nesta manhã, um grande nome da cultura popula do nosso estado, DEIFILO GURGEL considerado o sucessor de CÂMARA CASCUDO, nossas homenagens a este grande nome da cultura potiguar e querido pelos várzeanos o qual deu a nossa cidade o titulo de cidade da cultura".
"(...) Deífilo foi importante na minha vida de muitas maneiras, mais do que posso relatar aqui, pois a emoção e a dor não me deixam escrever direito.
Minha eterna saudade. (...)"
(CLOTILDE TAVARES)
PARA DEÍFILO GURGEL (1926 - 2012), QUE VIVE, PARA
O POVO DE AREIA BRANCA-RN - onde o Prof. Deífilo nasceu - E
PARA O CONTADORES DE ESTÓRIAS DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL,
ENVIANDO SINCERAS CONDOLÊNCIAS À
FAMÍLIA ENLUTADA DO ERUDITO HISTORIADOR,
NA PESSOA DE SUA ESPOSA,
SENHORA ZORAIDE DE OLIVEIRA GURGEL
29.2.2012 - Deífilo Gurgel era admirado por especialistas em literatura oral e tradições populares (como, por exemplo, os estudiosos do teatro de bonecos) do Rio Grande do Norte - O historiador e folclorista Deífilo Gurgel escreveu - entre vários outros livros, importantíssimos, sempre - uma obra que é considerada clássica: Espaço e Tempo do Folclore Potiguar. (Deífilo Gurgel faleceu, infelizmente, no início de fevereiro e estava com 85 anos.) F. A. L. Bittencourt ([email protected])
LARA PAIVA
(NO MINUTO PONTO COM)
INFORMOU (6.2.2012):
"Segunda-feira, 06/02/2012 às 13h00
Morre o folclorista Deífilo Gurgel aos 85 anos
A confirmação da morte foi dada pela família em nota de falecimento. Ele estava internado no Papi e apresentava avançado quadro de desnutrição.
Por Lara Paiva
O folclorista Deífilo Gurgel faleceu no final da manhã desta segunda-feira (6) em Natal em decorrência de falência múltipla dos órgãos. A confirmação da morte foi dada pela própria família em nota de falecimento. O folclorista estava internado desde o final de janeiro no hospital Papi e se encontrava num avançado quadro de desnutrição e pneumonia.
O velório será ainda nessa tarde (06) no Cemitério Morada da Paz, em Emaús. Já o enterro está marcado às 21 hs, no mesmo local.
Segue a íntegra da nota divulgada pela família de Deífilo Gurgel;
"A família do poeta e folclorista Deífilo Gurgel - Zoraide de Oliveira Gurgel, esposa, e os filhos Káthia, Carlos, Mário Sérgio, Gardênia, Fernando, Cláudia, Alexandre, Marcelo e Ana Márcia - comunica oficialmente, o falecimento do grande mestre da cultura popular do Rio Grande do Norte, ocorrido hoje em Natal.
Diante das inúmeras manifestações de solidariedade, a família agradece encarecidamente aos familiares e amigos, e comunica que tão logo sejam definidos os locais para o velório e sepultamento, todos serão informados.
Deífilo faleceu aos 85 anos, após 17 dias de internação na UTI do hospital PAPI, em consequência de falência de múltiplos órgãos.
Natal, 06 de fevereiro de 2012
Zoraide de Oliveira Gurgel - esposa
Káthia, Carlos, Mário Sérgio, Gardênia, Fernando,
Cláudia, Alexandre, Marcelo e Ana Márcia - filhos".
Biografia
Nasceu em Areia Branca e aos 18 anos de idade veio para Natal estudar. Aos 25 anos, casou-se com dona Zoraide. Em 1967, o pesquisador ainda se formou Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Natal, em 1967.
Em 1970 foi nomeado Diretor de Cultura do município do Natal, por João Faustino, que na época era secretário de Educação. A partir daí, o escritor passou a estudar o Folclore . Como poeta, escritor e pesquisador, Deífilo Gurgel atuou também como diretor do Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Natal (SMEC), diretor de Promoções Culturais da Fundação José Augusto (FJA) e presidente da Comissão Norte-Rio-Grandense de Folclore.
O pesquisador ainda foi professor de Folclore Brasileiro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele estava para lançar a obra "Romanceiro Potiguar", que reúne uma série de romances coletados pelo autor entre 1985 e 1995."
Giovanni Sérgio captou magnífica imagem de
Deífilo Gurgel entre esculturas de madeira da
tradição potiguar:
(http://www.carito.art.br/?p=2429)
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CLOTILDE TAVARES PRODUZIU
A SEGUINTE CRÔNICA DE SAUDADE
EM SEU SITE Umas & Outras:
"Deífilo Gurgel (1926-2012)
Por que Deífilo Gurgel?
No mais recente número da Revista Preá, ao ser entrevistada para a coluna 13 x 1, pediram-me que citasse uma “personalidade cultural do Rio Grande do Norte”. Não precisei pensar muito, e citei o nome de Deífilo Gurgel.
Mas quem é Deífilo? Se o meu caro leitor não sabe, informo-lhe que o pesquisador e folclorista Deífilo Gurgel é filho de Areia Branca, mas adotou Natal como moradia há mais de cinqüenta anos. Estudioso e entusiasta do folclore potiguar, vem trilhando os caminhos abertos por Câmara Cascudo, tendo sido professor da Disciplina de Folclore Brasileiro da UFRN até aposentar-se, no início dos anos 90. Além de folclorista é poeta e ensaísta, tendo publicado inúmeros livros, entre os quais se destaca “Espaço e Tempo do Folclore Potiguar”, uma obra fundamental para conhecer a cultura do nosso povo e que ainda espera uma edição mais bem cuidada, à altura da importância do conteúdo.
Deífilo Gurgel é irmão do escritor Tarcísio Gurgel, pai do poeta Carlos Gurgel e do artista plástico Fernando Gurgel, além de outros sete filhos, belos e talentosos. Junto com Zoraide, sua esposa, protagoniza uma história de amor que já dura décadas e que parece ter fôlego para estender-se até a Eternidade.
Mas, o que torna este homem uma personalidade cultural maior neste estado? O que faz brilhar sua luz acima de todas as outras? Para mim, o que distingue Deífilo Gurgel entre os inúmeros homens cultos deste estado, todos eles produtores de obras importantes para a nossa vida cultural, é a sua postura de intelectual sinceramente comprometido com o exercício e a prática da busca do conhecimento. É a abnegação quase franciscana com que se dedica aos estudos da cultura popular, empregando na maioria das vezes seus próprios recursos, pagando para produzir conhecimento, tirando do orçamento doméstico para financiar viagens, para comprar fitas para o gravador e muitas vezes ajudando financeiramente os artistas que o descaso da sociedade deixa muitas vezes morrer à míngua. É a simplicidade que ele professa como traço principal de caráter numa terra de culturas ocas, de falsas competências, de reputações construídas sobre o vazio. É a boa vontade que manifesta em auxiliar aqueles que o procuram com dúvidas sobre os temas que estuda, nunca sonegando informações, nunca exercendo qualquer monopólio sobre o conhecimento. É Deífilo Gurgel, o homem afável, bondoso, simpático, alegre. É a inocência marota com que nos conta a história do “cabelinho crespo”, mais uma colhida dentro da sua pesquisa sobre os contos do “demônio logrado”.
Por isso o admiro, e quero hoje com você, meu caro leitor, dividir e proclamar essa admiração. Ao ler minha entrevista na Revista Preá, ele me mandou uma carta, onde se diz envaidecido pela indicação e conclui com uma frase que deixo aqui, concluindo este elogio público, para que você possa alcançar o grau de simplicidade que ele mostra em tudo o que faz, e que o torna único entre todos.
Diz Deífilo Gurgel: “Clotilde, aceito sua homenagem, mas peço licença para dividi-la com todos aqueles que, na distância dos humildes povoados, esquecidos da civilização, preservam na memória privilegiada os tesouros fabulosos de uma cultura que o Brasil insiste em ignorar. Estes, sim, no silêncio do seu anonimato são, para mim, as grandes personalidades da cultura brasileira e norte-rio-grandense.”
É por isso que admiro e louvo Deífilo Gurgel."
(http://umaseoutras.com.br/deifilo-gurgel-1926-2012/)
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VERBETE 'Deífilo Gurgel ',
WIKIPÉDIA:
"Deífilo Gurgel
Deífilo Gurgel (Areia Branca-RN, 22 de outubro de 1926 - Natal-RN, 6 de fevereiro de 2012 [1]), foi um advogado, professor universitário, administrador público, antropólogo, folclorista, poeta e historiador brasileiro. Deífilo Gurgel, que presidiu a Comissão Norte-Rio-Grandense de Folclore, foi professor da disciplina "Folclore Brasileiro", da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo levado um número significativo de alunos para encontros de pesquisa com Câmara Cascudo, quando este, na época, era o mais citado, em trabalhos científicos e historiográficos, teórico e pesquisador da cultura popular do Rio Grande do Norte.
Dados biográficos
Nascido na cidade litorânea de Areia Branca, o pesquisador, aos 18 anos, mudou-se para Natal para cursar o Curso Colegial. Em 1967, Deífilo Gurgel bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Natal. Tardiamente, ao 44 anos, fascinado com a riqueza da cultura popular de seu estado, iniciou suas pesquisas na área do folclore. Em 1970, o pesquisador foi nomeado Diretor de Cultura do município do Natal. Atuou também como diretor de Promoções Culturais da Fundação José Augusto (FJA) e presidente da Comissão Norte-Rio-Grandense de Folclore. Quando faleceu, em fevereiro de 2012, estava para lançar a obra Romanceiro Potiguar, que reúne uma série de romances coletados pelo autor entre 1985 e 1995 [2]. Para produzir essa obra, o pesquisador debruçou-se, por mais de uma década, sobre romances ibéricos: os que migraram para o Brasil e os que foram criados no país por portugueses e seus descendentes, muitos dos quais, mestiços (mamelucos ou caboclos, mulatos e cafuzos).
Afirmou certa vez Deífilo Gurgel: “Assim como Cascudo, eu acho que a matéria-prima do meu estudo está aqui. Me considero um provinciano incurável” [3]. Em outras entrevistas concedidas a veículos de comunicação de massa e a pesquisadores acadêmicos, Deífilo Gurgel mencionava que foram muito importantes, em seu percurso de estudioso do folclore potiguar, por exemplo, o encontro com o coquista Francisco Antônio Moreira, o Chico Antônio, no município de Pedro Velho, como a descoberta da célebre romanceira Dona Militana, em São Gonçalo do Amarante [4].
Deífilo Gurgel faleceu de causas naturais, em 6 de fevereiro de 2012, em Natal-RJ, aos 85 anos de idade [5].
Livros de Deífilo Gurgel
Poesia:
- Cais da Ausência
- Os Dias e as Noites
- 7 Sonetos do Rio e Outros Poemas
- Os Bens Aventurados
Sobre o Folclore Potiguar:
- Danças Folclóricas do Rio Grande do Norte
- João Redondo – Teatro de Bonecos do Nordeste
- Romanceiro de Alcaçus
- Manual do Boi Calemba
- Espaço e Tempo do Folclore Potiguar
Ensaio historiográfico:
- Areia Branca – A Terra e a Gente [6]
Categorias:
(http://varzea-cultura-rn.blogspot.com/)
(http://anacadengue.com.br/?p=5255)
Dunas de Ponta do Mel
(Areia Branca-RN):
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Areia_Branca_(Rio_Grande_do_Norte))