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Morre Gilberto Mestrinho


Rogel Samuel

De origem pobre, professor de primeiras letras, auditor fiscal, prefeito de Manaus, Governador três vezes, senador várias vezes, Gilberto se anunciava: "Vote certo no Gilberto!" Ele era um vencedor. Inteligente, homem do povo caboclo, era uma lenda viva. Atacado por ambientalistas, tinha virtudes. Principalmente sobrevivência. Era um PMDB antigo, desde a fundação do MDB. Gilberto tem sido criticado, atacado, mas poucos como ele sabiam da arte de fazer política. À moda antiga. Defensor da Amazônia, dizia: "Se eles nos derem em troca Nova York e os países europeus e os Estados Unidos abrirem suas fronteiras para brasileiras, eu não vou me opor à proposta de transformar a Amazônia em patrimônio da humanidade".

Eu era jovem repórter em Manaus quando me mandaram escrever matéria sobre a mãe do Governador Mestrinho.


Professor até os 22 anos, intelectual, estudioso, prefeito de Manaus aos 28 anos, secretário de finanças, foi um dos primeiros a ser cassado pelo golpe militar, passou meses escondido em São Paulo, virou empresário, no Rio. Amazonino Mendes foi nomeado por ele. A perda de um filho de 18 anos foi para ele um duro golpe.

Filho de índia, Gilberto era lenda.