Monólogo de um pé vermelho
Em: 13/10/2012, às 19H21
[Marco Cremasco]
amanheci o céu na grama amarelecida
...
só para comê-lo com pão e margarida
já bem tarde, cansado de ser caçado por uma sombra,
rejeitei as sobras de ser ninguém para ser sol na face de alguém
meio urbano meio caipira tangi vinte liras
fora de moda, pois a moda não é violeta, é de viola
fiz-me assim para ser celestino longe do nepal
caçar rimas e colher sons é uma preferência nacional
nesta noite, quando muitos brigam por sobremesa,
fico de tocaia no prazer de virar a mesa
esfomeado, aguardo a saci astronauta
para completá-la na perna que lhe falta
saciado, adormeço no seio de um riacho
para acordar numa cama de capim
e assim tudo será como sempre foi:
olhar de índio velho sorriso de curumim
já bem tarde, cansado de ser caçado por uma sombra,
rejeitei as sobras de ser ninguém para ser sol na face de alguém
meio urbano meio caipira tangi vinte liras
fora de moda, pois a moda não é violeta, é de viola
fiz-me assim para ser celestino longe do nepal
caçar rimas e colher sons é uma preferência nacional
nesta noite, quando muitos brigam por sobremesa,
fico de tocaia no prazer de virar a mesa
esfomeado, aguardo a saci astronauta
para completá-la na perna que lhe falta
saciado, adormeço no seio de um riacho
para acordar numa cama de capim
e assim tudo será como sempre foi:
olhar de índio velho sorriso de curumim