Moema tinha 16 anos.
  Era filha de Antonio e Angelica, que viviam brigando.
  De vez em quando, Antonio sumia para os lados da "cidade"
       e quando voltava de noite, às vezes bem tarde, as nulheres
       ja estavam dormindo:
       - Angelica com seu bico de raiva e ódio, como quase era
                       seu estado constante
       Moema, infeliz com seus sonhos, que mudavam, cada dia um.

 Moema estudara numa escola ali perto, e, gostava de escrever seus
       sonhos em cadernos que comprava num bazar.
       Ela era canhota, e como fora obrigada a escrever com a mão
       direita, porque "era feio escrever com a esquerda", tinha dificuldade
       em ler depois, pois a letra não era boa.

 O pai era aposentado por causa de doença no pulmão.

  Moema não era feia nem bonita - tinha em sua pele, as tres raças:
     negra, branca e india - mas os namorados não ficavam muito tempo
     com ela: "tinha umas conversas esquiitas..."
     Ela ja tinha se acostumado com a visão "do homem que vinha pela
     estrada" - a estrada de barro, poeirenta, a imagem do homem desfeita
     pelo Sol e a poeira, e quando estava quase perto, desaparecia...

  Um dia, ela resolveu acabar com aquela vida oca, cruel e quebradiça.
  Quando viu o homem na estrada, ela caminhou para ele, e o que passava
  por ela, caminhão, charrete, gente, ela não prestava atenção, sempre
  perseguindo a visão do homem que não alcançava nunca...