MODERNISMO BRASILEIRO: A DIMENSÃO QUE LHE FALTOU (CONCLUSÃO)
Por Cunha e Silva Filho Em: 29/11/2017, às 14H24
CUNHA E SILVA FILHO
6. CONCLUSÃO
É ponto pacífico que o Modernismo brasileiro foi o grande emancipador da literatura brasileira, sobretudo pelo que pôde realizar e de atualizador da realidade nacional, aproximando-se, se não do povo, ao menos de nossos crônicos problemas sociais.
Não é possível que a esta altura do desenvolvimento alcançado pelo país, posto que com tantas desigualdades e injustiças gritantes, a surrada questão xenófoba possa tomar força entre defensores nacionalistas provincianos que não vêem na troca de cultura a vantagem de países se beneficiarem mutuamente. O que seria reprovável é a completa passividade do povo em geral de só valorizar voluntariamente, ou por influência de um colonialismo cultural ainda arraigado e reforçado pelo globalização da mídia, o que é de fora, sejam teorias modas, produtos ou lazer.
Repensar o movimento Modernista a partir da perspectiva do povo, tanto como sujeito de nossa realidade como voz narracional é um passo decisivo para integrarmos o movimento em suas raízes autônomas que pudessem continuar nessa direção o filão inaugurado por Manuel Antônio de Almeida, passando – por que não? – por Machado de Assis (1839-1908), Lima Barreto (1881-1922), Marques Rebelo (1907-1973), Antônio Fraga (1916-1973), e alcançando resultados brilhantes em João Antônio.
Os conceitos de Modernismo e Modernidade não podem ser dissociados de pressupostos econômicos e culturais, mas também não são corolários indispensáveis ao desenvolvimento só pelo caminho do neoliberalismo. Entretanto, nos parece que os tentáculos neoliberais procuram instilar nos espíritos menos avisados que as premissas da Modernidade devam sempre estar nas promessas da economia programada além fronteiras. É possível ser moderno sem ser neoliberal e sem ser tampouco xenófobo.
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