MODERNIDADES DA TECNOLOGIA E SEUS MALES

CUNHA E SILVA FILHO

Fiquei muito velho para os tempos atuais. Na verdade, desde os inícios do computador no país, passei a sofrer enfrentando as novas formas de lidar com tecnologias digitais, a começar do referido computador.

Fui forçado a aprender o feijão com arroz do uso de seus funcionamentos. Tive muita dificuldade também quando ia aos bancos, estes cada vez mais precisando de nosso conhecimento em fazer operações de pagamentos digitais de retirada de dinheiro extratos e outros recursos das máquinas. Vejam esse fato curioso na universidade em que lecionei, me deram até uma disciplina: inglês para computação. Aí fui obrigado a ler textos sobre essa matéria.

Aprendi apenas teoricamente sobre o assunto, a terminologia em inglês, mas me valia muito do conhecimento que meus bons alunos de informática tinham do assunto. Porém, o meu uso do computador deveu-se à obrigação de digitar textos para as provas. Isso começou quando lecionei língua inglesa no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Além disso, tinha que,  de qualquer forma, dominar o básico a fim de processar exigências burocráticas, lançamentos de notas de alunos .

Tinha um certo medo de enfrenta-los dado que, se cometesse alguma erro na digitação de valores, a máquina . o caixa eletrônico iria me punir com um bloqueio por erro de uso da máquina. Me remia todo pensando que não iria dar certo. Ainda hoje, não me sinto bem em operar essas caixas eletrônicas quem para sacar um valor, me exigia seguir procedimentos m uso de letras de senha etc. Isso me deixava irritado.

É óbvio que o computador, as maquinas eletrônicas , a internet, em suma, são úteis e vieram para ficar. Contudo, ainda resisto a fazer uso de outras novidades que vieram, segundo os experts do universo digital, facilitar o usuário cada vez mais no pagamento das suas contas mensais através da última moda, os pagamentos via pix.

Não o uso nem vou usá-lo. Além disso o uso do pix, implantado e autorizado pelo Banco Central tem dado muitos problemas ligados à violência que, no país, e sobretudo no eixo Rio de Janeiro- São Paulo, tem sido o meio mais selvagem de se fazer vítimas de bandidos,os larápios de celulares.

Em São Paulo, por exemplo, virou moeda corrente marginais, em bicicletas e em alta velocidade, tomar à força das mãos dos distraídos celulares em plena luz do dia. E essa prática revoltante tanto atinge homens como principalmente mulheres que falam ao celular caminhando pelas ruas e praças do centro da cidade.

O pix é ainda muito perigoso nos sequestros de pessoas que se tornem reféns de facínoras que obrigam o sequestrado a fazer transferências bancárias para as contas dos meliantes organizados em quadrilhas espalhada pelos quatro cantos do país. Os idosos são também as grandes vítimas de celerados que extorquem. Usando a violência, as agressões e até levam suas vítimas a óbitos.

Creio que , em contrapartida, agentes das polícias civil ou militar não dão conta de tantos assaltos e sequestos. É preciso fazer-se algo efetivo da parte tanto dos bancos quanto dos meios de segurança de que dispomos a fim de minimizar essas práticas covardes e hediondas. O prazer que, em tempos idos, tínhamos em passear pelos centros das grandes cidades ou por seus diversos bairros está impedindo as pessoas de serem felizes, de poderem andar pelos centros, seja para negócios, ou tratar de assuntos vários, seja por lazer. Eu mesmo estou evitando idas frequentes ao centro do Rio de Janeiro quem em alguns horas do dia, se tornam uma ameaça à integridade física dos transeuntes.

Falta policiamento e maior efetivo de policiais fazendo rondas , em diversos pontos da cidade a fim de dissuadir que criminosos ajam com facilidade contra vítimas vulneráveis, visto que eles, os delinquentes, usam armas de fogo ou facas a fim de cometerem seus crimes.

Sinto, contudo, que, se o idoso não procurar aprender, aqui voltando às idas a bancos, a mexer com as máquinas, ele ficará semçpre dependente de um familiar a fazer pra ele os diversos procedimentos digitais. Os bancos, por sua vez, estão cada ve mais digitalizados e m assim, dispensando funcionários. Não tardará o dia em que ir ao banco só encontremos um robô atendendo, com toda aquela conhecida impessoalidade própria da máquina e que está contaminando os próprios humanos em direção a uma desumanização das relações de negócios bancárias, socais, afetivos. Será o apogeu do comportamento humano deste nosso já maravilhoso novo mundo à Huxley. Quanando , nos anos de 1980 fiz exame de proficiência em inglês da Universidade de Michigan, coordenado pelo IBEU de Copacabana, entre os assuntos que tinha que escolher para fazer a minha redação em inglês eu optei pelo tema da automação. Escrevi com facilidade sobre o assunto, porém o meu texto era bem crítico embora reconhecesse, na época, que a automação já fosse uma realidade no mundo moderno do século XX.

Fui bem aprovado e recebi o Certificate of Proficiency in English da referida universidade americana. Mal sabia o quanto eu, mais tarde, ia penar para me ajustar, sem muito jeito, unhandy, como um “gauche da vida”, aos tempos digitais distópicos que atravessamos no tumultuado e apocalíptico século XXI.

 

 

1 d