Miriam Leitão escreve sobre as enchentes

O Piauí acaba de passar por um enorme susto que foi o rompimento da Barragem de Algodões a 250 km de Teresina. Eu estive em Teresina na semana passada e dá para ver os estragos que as recentes enchentes deixaram no meio da cidade. O Rio Poty subiu tanto que desbarrancou em várias partes.

No pior dia das chuvas lá, choveu 100% mais do que a pior chuva já ocorrida na história recente da cidade, segundo me contaram professores universitários com quem encontrei.
Obras que foram feitas sem os devidos cuidados ambientais acabaram provocando previsíveis problemas.

A cidade agora está com medo. Medo de rompimento de barragens e essa ficou longe da capital, mas há outras perto da cidade. As chuvas tinham dado uma trégua quando fui lá, mas é preciso prevenir as cidades e o estado dos riscos.

Me explicaram que o Parnaíba é um rio mais fraco, mas o Poty é caudaloso e forte e que no Ceará muitos acudes, em época de chuva, acabam desaguando seus excessos no Rio Poty que vai de lá para o Piauí e atravessa a capital.

O assunto tem que ser olhado com mais atenção porque esse episódio está dando vários sinais antecedentes do que pode vir a acontecer na cidade no cenário que os cientistas temem com o aquecimento global. A mudança climática provocará eventos mais extremos e mais frequentes. Um desses eventos são as inundações. As cidades todas precisam se preparar para isso. Piauí, Santa Catarina e todo o Nordeste recentemente tiveram exemplos de como estamos todos despreparados para as ameaças do clima. "

(Na foto, cruzamento das ruas Taumaturgo de Azevedo com Fileto Pires Ferreira, em Barras, uma das principais cidades atingidas pelas enchentes de 2009)