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[Chagas Botelho] 

Enfim, a Copa do Mundo chegou. Vivas! E o Catar é logo ali. Nos próximos dias, os terráqueos respirarão futebol, é o que se espera. Estarei de olho em nossa seleção e nas demais passíveis ao título da FIFA. Porém, acredito no hexacampeonato. Ele virá. A taça dourada a ouro será nossa. Neymar e companhia alimentam minhas esperanças. De repente, você diga: “lá vem esse cronista com suas profecias de glória”. Sim, meus caros, sou mais Brasil. Sou torcedor raiz e varonil.

 

Por isso, agora mesmo, tirarei das entranhas do guarda-roupa meu mantra verde amarelo. Não custa pedir uma ajudinha extra. O mantra ao qual me refiro, é uma camisa puída que costumo vestir nos jogos da seleção em copas. Uso desde a conquista do penta, quando Ronaldinho, o fenômeno, na grande final, guardou dois belos tentos no fundo do barbante alemão. É claro que, nas copas seguintes, o ritual da vestimenta da sorte, não logrou êxito. Paciência.

 

Vide, por exemplo, no Mundial de 2018 quando fomos eliminados nas quartas de final pela Bélgica. Um horror. Aquele fatídico 2 × 1 ainda dói como pedrada na cabeça. Pudera. Os Diabos Vermelhos foram mais combativos e engenhosos do que nós. E olha que nem mencionei o humilhante 7 × 1 em pleno Mineirão, em 2014. Mas deixemos para lá. Agora é hora de lavar o coração de frustrações antigas. Bola pra frente.

 

Meu mantra verde amarelo, apesar de gasto, está limpinho da silva. Um pouco amarrotado, é verdade. Nada que diminua seu significado. Também está um pouco apertado, queria o que filho (a) de Deus? Da Rússia para o Catar, o papai aqui ganhou uns quilinhos epopeicos. O consumo exagerado de lipídeos e carboidrato me tornou adiposo. Tudo tranquilo. Foquemos no que nos interessa. Bem, como disse, hoje cedo vistoriei meu mantra e garanto que na próxima quinta-feira, na estreia do Brasil contra a Sérvia, estará impecável. Imaculado como batina de padre.

 

Apenas precisarei colocá-lo, coisinha de meia hora, sob o nosso sol tropical e sentir a ardência, para que as possíveis lágrimas retroativas possam ser enxugadas de uma vez por todas. Feita as abluções necessárias sobre o tecido cem por cento de algodão, é só aguardar as batucadas e o coro esperançoso de: “Brasil, tun tun tun! Brasil, tun tun tun! Brasil, tun tun tun!”. E para a primeira partida, bebidas e petiscos serão providenciados. Para o primeiro gol brasileiro em terras árabes, seja de quem for, um vinho a seco será divinamente desarrolhado.

 

Agora chega de papo furado. Vamos nos concentrar nos jogos da seleção canarinho. Vamos com garra e fé para a guerra-festa no Catar. Vamos torcer por um primeiro lugar, logo na primeira fase. Vamos torcer por excelentes resultados. Apegue-se a qualquer coisa que possa levar bons fluidos aos nossos jogadores, isto é, caso você seja supersticioso como eu. Meu mantra está pronto e o seu?

 

Ah, ia me esquecendo de informá-los. Devido a ação do tempo, a insígnia “Ordem e Progresso” estampada na parte frontal do meu mantra, foi apagada. Tranquilo. Sem problemas. Com a bagunça política em que vive o país do futebol, é melhor mesmo torcer somente com as cores verde e amarelo.