Meu colega Marquinhos chorou copiosamente quando a Professora Edna faleceu
Por Flávio Bittencourt Em: 17/12/2010, às 10H48
[Flávio Bittencourt]
Meu colega Marquinhos chorou copiosamente quando a Professora Edna faleceu
A estória infelizmente é verídica e aconteceu em 1995, em Manaus.
NO PRIMEIRO PLANO, UM AUTOMÓVEL CORSA, COR VINHO
(SEM A LEGENDA ACIMA APRESENTADA, A FOTO DOS AUTOMÓVEIS
DA FÁBRICA CHEVROLET ESTÁ, NA WEB, EM:
"Terça-feira, 29 de junho de 2010 - 17:53
De fevereiro a junho deste ano, ela desenvolveu o projeto Cuidar do Planeta – Uma Questão de Cidadania, envolvendo alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da [ESCOLA] Carvalho Leal. Pais, professores e servidores da escola e a própria comunidade participaram do projeto, que teve como objetivo sensibilizar a comunidade escolar quanto à importância da preservação do meio ambiente para uma melhor qualidade de vida. (...)".
Mapa Geográfico do Estado de Amazonas
Confeccionada em folha branca laminada em BOPP, com exclusiva e inédita embalagerm UNIPACK, com manuseio simples, ótimo de transportar, de fácil identificação e excelente relação custo benefício.
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EM PARIS, FRANÇA, A MOVIMENTADA AVENIDA DOS CAMPOS ELÍSEOS E
O ARCO DO TRIUNFO, segundo o artista plástico Michael Leu
(SÓ A BELA GRAVURA, SEM A LEGENDA ACIMA DIGITADA:
Relógio Municipal:
Encomendado a uma relojoaria suíça, está instalado em um pedestal de pedra construído em 1927 (POR DECISÃO DO PREFEITO JOSÉ FRANCISCO DE ARAUJO LIMA, autor do livro clássico de amazonologia AMAZÔNIA - A TERRA E O HOMEM). Compõe a paisagem arquitetônica do Largo da Matriz.
Onde?
Manaus-AM - Av. Eduardo Ribeiro, Centro, em frente à Praça da Matriz".
(http://www.flickr.com/photos/roodolfo/462955895/)
"Festival de Música movimenta escola na Zona Leste [DE MANAUS]
11/24/2008 - Segunda-feira
A Escola Estadual Roderick Castelo Branco, localizada na Zona Leste de Manaus, promove, nesta sexta-feira (28), a segunda edição de seu Festival de Música anual. Durante o festival, os alunos irão concorrer com composições musicais próprias. O evento terá como atração 160 crianças e adolescentes atendidas pelo Projeto TIM Músicas nas Escolas, que integram atividades como os Núcleos de Agitação Cultural, Brincadeiras Musicais e a Bateria-Mirim do projeto.
Além de mostrar ao público os talentos individuais, o festival unirá os concorrentes a outros estudantes assistidos pelo projeto para fazer workshops e apresentar os resultados de algumas ações desenvolvidas no TME desde o início do ano. A Bateria-Mirim, composta, na ocasião, por 90 alunos das quatro instituições de ensino contempladas pelo projeto atualmente, dará um brilho especial ao encerramento do evento, com canções de seu repertório natalino. (...)".
HOMENAGEANDO AS MEMÓRIAS DO DR. ARAUJO LIMA, QUE FOI PREFEITO DE MANAUS, E
DA PROFª EDNA, QUE LECIONOU NA E. E. PROFESSORA ITACYARA MARQUES PINHO,
LOCALIZADA NA MESMA CAPITAL DO EXTREMO NORTE DO BRASIL, BAIRRO DE
CAMPOS ELÍSEOS
17.12.2010 - Quando o Natal se aproxima, as estórias podem conter tocantes conteúdos de humanismo, pela evocação que a data do nascimento de Jesus propicia - Os fatos, que verdadeiramente aconteceram em Manaus, na Escola Estadual Professora Itacyara Marques Pinho, situada no bairro (de classe média) de Campos Elíseos, em Manaus (Estado do Amazonas, Brasil), são relatados por Bruno Rodrigo, que, em 1995, tinha apenas 10 anos de idade. F. A. L. Bittencourt ([email protected])
Marquinhos começou a chorar assim que soube da triste notícia
Bruno Rodrigo (*)
"Quando eu tinha dez anos de idade, cursava a terceira série de uma Escola Estadual de Manaus. A professora se chamava Edna e um dia perguntou quem tinha um mapa do Amazonas, para auxiliá-la na aula de geografia do dia seguinte.
Eu era o único aluno que tinha, em casa, um mapa do nosso Estado. Levei-o, no dia seguinte, para ela, que, mostrando-se agradecida e amiga, pegou emprestado aquele documento cartográfico a vivamente apresentar, com diferentes cores do arco-íris - ou da aquarela de um pintor de quadros de arte -, os municípios do Amazonas: Manaus, Tefé, Coari, Manacapuru, Parintins, Codajás, Itacoatiara etc. (Até hoje associo os nomes dos principais municípios às cores com as quais eles eram pintados...)
Aconteceu um fato muito triste, no mesmo dia, mais tarde: a Profª Edna veio a falecer horas depois de ter apanhado, emprestado, o meu mapa colorido do Amazonas.
Ela sofria de uma alergia aguda e recebeu, num hospital que a atendeu (SPA - Serviço de Pronto Atendimento [UNIDADE PÚBLICA DE SAÚDE] Alvorada) uma injeção de um medicamento à qual era alérgica - e morreu.
No dia seguinte, houve colegas meus que se mostraram animados - ou quase alegres, alguns, mas eles eram uma ínfima minoria -, porque não houve aula, naquele dia letivo. Por que há pessoas assim?
Marquinhos era o garoto danado da turma. Um pouco metido a valente, às vezes, e inconveniente, sempre, vivia fazendo piadas, com tudo e com todos. A professora falava uma coisa, ele "puxava" [A DISCUSSÃO DA AULA, PROPOSTA PELA MESTRA] para outra. Mas naquele dia ele mostrou sua outra faceta, a de grande e pecaminoso sofredor.
A classe foi comunicada, pela Direção da Escola, que a Profª Edna tinha morrido. Lembro-me que essa Professora tinha um [AUTOMÓVEL DE MARCA] Corsa (se não me engano, verde: ou era verde ou era vinho...).
Quando soube que a estimada Profª Edna havia morrido, Marquinhos começou a chorar. E não parou mais. Nós ficamos muito tristes - a Profª Edna era muito querida por seus alunos -, mas Marquinhos estava quase histérico. E chorava, chorava, chorava.
Perguntado se ele era da família da Professora, ele disse que não, mas:
"- Eu vivia dizendo que queria que ela morresse", o ex-"forte" Marquinhos falou, sem parar de soluçar.
Até hoje não sabemos se ele achava que seus maus pensamentos tinham contribuído para o óbito, porque ele não estava chorando de tristeza, de medo de ser punido, nem de algum tipo de falsidade para criar imagem de pessoa que se compadece.
Uma criança de dez anos não se torna, de repente, ótimo ator de teatro, nem muito menos carpideira quase profissional: Marquinhos sofria, de verdade, naquele momento de dor.
A possibilidade de que ele tenha desejado, sinceramente, a morte da nossa mestra apresentou-se, então, claramente: estava esclarecido o mistério do choro compulsivo daquele antes considerado insensível aluno impossível, tido como hiperativo, por alguns.
Mas por que um aluno travesso pode desejar o fim de uma professora?
Todos nós, que com ele convivemos, temos uma hipótese, que parece bastante plausível: ele não gostava de professor algum, porque detestava fazer deveres escolares, qualquer dever.
Mas, como era - e, se ainda estiver vivo, penso que continua sendo - uma pessoa boa, estava inconformado com os pensamentos pecaminosos que teve.
UMA COISA É NÃO SUPORTAR ESTUDAR, OUTRA É DESEJAR QUE PROFESSOR DESAPAREÇA DO MAPA. Parece que ele incorreu no pecado do desejo da morte de outrem.
(Por falar em mapa, nunca mais vi o meu mapa colorido do Amazonas, que acho que a minha estimada Professora Edna levou consigo para o céu)". (BRUNO RODRIGO)
(*) - Bruno Rodrigo é irmão da minicontista Roberta Christian, cujo relato "Desculpe, ele veio sentar no jardim" - até então inédito - foi apresentado nesta Coluna "Recontando estórias do domínio público", em fevereiro de 2010, tendo como personagens: Elli, Benny, Agneta e A Morte; o referido miniconto de R. Christian pode ser lido em:
(http://blogsorridentes.blogspot.com/2010/11/5-coisas-bizarras-que-voce-nao-sabia.html)