Memórias d'O Tico-Tico
Por Flávio Bittencourt Em: 05/10/2009, às 05H34
Memórias d'O Tico-Tico
Pesquisador gaúcho Athos Cardoso lançou livro sobre história dos quadrinhos brasileiros
Flávio Bittencourt
Brasília (5.10.2009) - Não são muitos os pesquisadores das estórias em quadrinhos, no Brasil, mas que eles existem, existem. Ocorrem-me, agora, nomes como Álvaro de Moya, Moacy Cirne (desse estudioso fui aluno, na UFF, em 1977 e 1979), Otacilio D'Assunção, Naumim Aizen, Joaquim Marinho (esse pesquisador, jornalista e empresário - dono de cinemas e loja de discos em Manaus - foi o apresentador da seção cultural do noticiário AM-TV, da TV Globo, na capital baré, tendo comentado, ao vivo, em setembro de 1993, trechos do livro Patiguá, de meu pai, Ulysses Bittencourt, coletânea que foi publicada postumamente, na qual estão reunidas crônicas publicadas na imprensa de Manaus, a maioria delas em A Crítica, entre 1983 e 1985; sobre o vínculo do respeitado jornalista Joaquim Marinho com a história dos quadrinhos nacionais, reuniu ele e apresentou uma coletânea de estórias de Alcides Aguiar Caminha - o "Carlos Zéfiro", como assinava seus celébres "catecismos de sacanagem" -, o mais seguidamente produtivo autor de quadrinhos eróticos da América Latina, reconhecido hoje como "o Milo Manara do Brasil"), além de lembrar-me de teóricos do quilate dos professores da USP Sônia M. Bibe Luyten e Antônio Luís Cagnin, mas outros há. A proposito, é bom que eu não me esqueça de aqui citar, com merecido destaque, Gonçalo Junior, autor do livro A guerra dos gibis - A formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos (1933-64) (São Paulo, Companhia das Letras, 2004, http://www.universohq.com/quadrinhos/2005/review_guerra_dos_gibis.cfm) e, principalmente, Athos Cardoso, cuja disserção de mestrado apresentada na UnB abordou produtos culturais de amplo consumo brasileiro na primeira metade do século passado.
Athos Cardoso, pesquisador gaúcho que já lecionou no Uniceub (Brasília), onde, aliás, formou-se em jornalismo, não fez publicar em forma de livro sua importante dissertação de mestrado, mas já havia publicado dois livros, antes desse que acaba de lançar. Os títulos de seus livros são os seguintes:
O que é Aventura (São Paulo, Brasiliense, 1987, Coleção Primeiros Passos) e As aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros (1869-1883) (Brasília, Senado Federal, 2002; pesquisa, organização e introdução de A. E. Cardoso).
Como ainda não li o novo livro de Athos, saudando o pesquisador por ocasião desse evento que considero internacional, qual seja, o seu lançamento em Brasília (o prefácio de seu livro anterior, sobre a arte de Angelo Agostini, foi elaborado pelo embaixador da Itália no Brasil), limito-me a adiante transcrever as linhas produzidas pelos jornalistas da Agência Senado - citando a fonte, como o Jornal do Senado solicita que se faça -, adiantando que se trata de álbum de luxo, colorido e cujo apuro gráfico justifica o tempo durante o qual ficou sendo esteticamente trabalhado, depois da entrega dos originais ao setor que cuida das artes gráficas do Senado Federal Brasileiro.
Dados sobre a obra: Memórias d'O Tico-Tico - Juquinha, Giby e Miss Schocking, pesquisa e texto de Athos Eichler Cardoso, projeto gráfico e capa de Josias Wanzeller da Silva, Brasília, Senado Federal, 2009.
Sobre o citado lançamento nesta Capital Federal - e já houve dois: um em Curitiba e outro na Feira do Livro, no Rio -, não sou "enxerido" (espero, pelo menos, que não), mas peço a Athos Cardoso, de público, que não se esqueça de me convidar para participar do auspicioso evento, do qual ainda não fui comunicado (dia, hora, local, preço do exemplar, se será servido ou não coquetel... e assim por diante). Acrescento que nos lançamentos dos livros de Athos Cardoso as pessoas que comparecem são muito bonitas, também "por dentro", diga-se de passagem! [Nota - Como nunca estive numa recepção oferecida pelo Itamaraty, repleta de embaixadores e altas autoridades dos poderes da República, aproveito os lançamentos dos livros de Athos para recolher estórias do grand monde federal, em Brasília, se tiver a sorte de "cair" em roda de conversa de quem as conte... Tudo pelo deleite futuro de meus amáveis leitores, que apreciam estórias de variadas faunas, tupiniquins ou não tupiniquins.]
CULTURA - 24/08/2009 - 20h12 - Senado publica 'Memórias d'O Tico-Tico'