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Maurice Maeterlinck


Rogel Samuel


Quando jovem, eu li Maeterlinck em prosa. Mas o conhecia como poeta. Li "A vida das formigas", e das tenho vontade de reler "La Mort" (1913) e outros livros meio místicos.

Ele estudou num colégio jesuíta fez Direito na Universidade de Gante. Transfere-se para Paris, onde conhece Mallarmé. Estuda Hegel e Schopenhauer, descobre os recursos intuitivos do mundo literário alemão, muito distante do racionalismo predominante na literatura francesa. Influenciado por Novalis.

Lecionou nos Estados Unidos da América e ali passou a II Guerra Mundial. Escreveu o prefácio do discurso político de Salazar: Une révolution dans la paix.

Foi lido por Rainer Maria Rilke, Isadora Duncan, Bertrand Russell, Henry Miller, Cecília Meireles, Marguerite Yourcenar e Indira Gandhi.




Vamos agora ler seu poema:





CANÇÃO



E se ele volta um dia

que se há-de dizer?



- Diz - lhe que o esperamos

até mais morrer...



E se ele ainda insiste

sem me conhecer?



- Fala - lhe como irmã,

será por sofrer...



E se por ti pergunta

que hei-de responder?



- Dá - lhe o anel de ouro

sem lhe responder.



E se quer saber como

a sala é deserta?



- Mostra a luz extinta

mais a porta aberta.



E se inda pergunta

à derradeira hora?



- Diz - lhe que eu sorri

de medo que ele chore... ,





trad. de Jorge de Sena

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Amélia Pais
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