[Flávio Bittencourt]

Mario Monicelli assinou 65 filmes

Gassman, Mastroianni, Totò e Cardinale foram dirigidos pelo grande realizador cinematográfico italiano Mario Monicelli, em 1958.

 

 

  

 

 

 

 

 

 

CIDADE DO RIO DE JANEIRO, BRASIL:

REPRESENTAÇÃO INFOGRÁFICA (GRAVURA COMPUTADORIZADA)

DE PISCINA DE CONDOMÍNIO NO BAIRRO DE FREGUESIA

(ZONA OESTE:

CONDOMÍNIO GIARDINI DELLA TOSCANA,

http://www.realnobile.com/giardini-della-toscana-casas-freguesia-rj.html)

 

 

 

 

 

"(...) Em filmes como Scipione L’Africano, há sempre um comandante. No entanto, Scipione L’Africano eles fizeram sério, fizeram, os fascistas, fizeram de modo sério, não fizeram para fazer rir. Faz rir, mas eles não sabiam quando fizeram (*). Brancaleone pode ser uma caricatura de Scipione e de todos os comandantes, em suma".

(MARIO MONICELLI, última resposta da entrevista adiante trancrita na íntegra)

 

(*) - POR COINCIDÊNCIA, HÁ POUCOS DIAS AQUI FOI MENCIONADO UM FILME,

O caso dos dez negrinhos (1974), QUE GERAVA RISOS NO MOMENTO EM QUE

DEVERIA PRODUZIR SUSPENSE:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/rubens-ewald-filho-diplomatico-evita-espinafrar-o-filme-muita-calma-nessa-hora,236,5251.html

 

 

 

 

 

EURONEWS - ENTREVISTA - MARIO MONICELLI [aos 93 anos de idade],

concedida a ANDREA NERI (EuroNews), repórter de Assuntos Europeus,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=5yShgbDeDQw

 

 

 

 

 

 

MUNICÍPIO DE ITACOATIARA, ESTADO DO AMAZONAS (BRASIL)

 


 

(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=25153850)

 

 

 

 




 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Longe da poluição característica das grandes cidades, Itacoatiara está localizada a 175 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas. Logo na entrada, o visitante já é recepcionado pelas flores coloridas que parecem dizer 'seja bem vindo' ".
 

(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=25153850)

 

 

 

 

 

 
Foto: Bonfilho Zulian
Foto

 

IMAGEM FOTOGRÁFICA, COM (POR ASSIM DIZER) HALO PICTÓRICO, DA REGIÃO DA TOSCANA, ITÁLIA

(SÓ A FOTO, SEM A LEGENDA DESTA COLUNA:

http://oriundi.net/site/oriundi.php?menu=noticiasdet&id=14153)

 

 

 

 

 

 “(...) Alunos de escolas públicas vieram aqui [AO CINEMA REFORMADO DE ITACOATIARA-AM] e assistiram filmes, pela primeira vez, em tela grande. Eles não sabiam como era um cinema”, disse Munhoz.  (...)".

(TRECHO DE MATÉRIA JORNALÍSTICA ADIANTE TRANSCRITA NA ÍNTEGRA)

 

 

 

 

 

(http://enodeco.blogspot.com/2009_11_01_archive.html

 

 

 

 

  Alberto Pizzoli/AFP  
O cineasta Mario Monicelli durante o Festival de Veneza em 2006; ele morreu nesta segunda-feira
O cineasta Mario Monicelli durante o Festival de Veneza em 2006; ele morreu nesta segunda-feira [29.11.2010]

(http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/838101-cineasta-italiano-mario-monicelli-suicida-se-aos-95-anos.shtml)

 

 

 

 

 

[EM LÍNGUA NORUEGUESA:
"SAIBA MAIS SOBRE (A CIDADE DE) VIAREGGIO" (Toscana, Itália)]
Bilde fra Viareggio
Liker du dette bildet?

 Bilde fra Viareggio, Toscana

Av et Facebook-medlem på apr 2010"

 

(http://no.tripadvisor.com/LocationPhotos-g194946-w2-Viareggio_Tuscany.html,

tradução do norueguês para o português:

"Você gosta deste quadro? Imagem de Viareggio, Toscana  

Por um membro do Facebook em abril 2010")

 

 

 

 

 

 

POR COINCIDÊNCIA,

ENQUANTO OS ADMIRADORES DO CINEMA DE MONICELLI,

NO MUNDO INTEIRO, RECEBERAM COM GRANDE TRISTEZA A

NOTÍCIA DA MORTE DO MESTRE DA COMÉDIA ITALIANA, NO INTERIOR DA

AMAZÔNIA UMA FAMÍLIA PROPRIETÁRIA DE CINEMA 

ESTAVA CELEBRANDO, COM SEUS CO-MUNÍCIPES, UM ANO DO 

FUNCIONAMENTO DE UMASALA EXBIDORA: O CINE THEATRO DIB BARBOSA

FOI REFORMADO E REABRIU SUAS PORTAS; ESSE ANTIGO CINEMA

DA CIDADE VOLTARA, em grande estilo, AINDA QUE ALGUMAS PROJEÇÕES

TENHAM SIDO FEITAS, RELIGIOSAMENTE, PARA POUCAS PESSOAS

[A FREQUÊNCIA POR LÁ AUMENTA, AO LONGO DOS MESES: HAVIA

PESSOAS QUE NÃO TINHAM O HÁBITO DE FREQUENTAR CINEMA PELA

RAZÃO DE QUE NUNCA TINHAM ENTRADO NUM]


 

 

 

NOTICIOU O JORNAL A CRÍTICA

 

"Cinema no interior [DO AMAZONAS] comemora um ano

Itacoatiara, primeiro município a contar com uma sala profissional de exibição de filmes, celebra primeiro aniversário da reabertura do Cine Theatro Dib Barbosa

[Manaus,] 19 de Dezembro de 2010

Elaíze Farias

Cine Thetro Dib Barbosa, que leva o nome do antigo dono do prédio, foi reaberto há um ano, após duas décadas. A revitalização foi feita pela família Barbosa

Cine Thetro Dib Barbosa, que leva o nome do antigo dono do prédio, foi reaberto há um ano, após duas décadas. A revitalização foi feita pela família Barbosa (Foto: Bruno Kelly)

Há um ano, Itacoatiara voltou a curtir a “magia do cinema” na telona. Carente de uma sala de cinema, a população do município foi contemplada com a revitalização do prédio que, há quase 20 anos, estava fechado: o Cine Theatro Dib Barbosa, uma homenagem ao proprietário original do espaço, falecido há seis anos.

A reabertura da sala é fruto de um empreendimento familiar um tanto visionário, formado por filhos, filhas, genros, viúva e netos de Dib Barbosa.

Essa iniciativa deu um status significativo ao município de Itacoatiara: é o único do interior do Amazonas que possui uma sala de cinema no modelo tradicional – tela em cinemascope, projetor de 35mm, poltronas e bilheteria. Esta informação foi confirmada pela Agência nacional de cinema (Ancine) à reportagem.

“A gente reabriu o cinema para realizar um sonho. Para resgatar as atividades que o Dib Barbosa realizava no passado. É uma iniciativa da família, para que a população de Itacoatiara saiba como é assistir na tela grande”, conta João Alberto Vieira, genro de Dib e um dos responsáveis pelo funcionamento da sala.

O artista plástico Thyrso Munhoz, autor da produção de um documentário sobre as ecléticas atividades de entretenimento patrocinadas por Barbosa, no passado, conta que o cinema resgatou o interesse de um público que estava acostumado a assistir filme apenas pela televisão. “Alunos de escolas públicas vieram aqui e assistiram filmes, pela primeira vez, em tela grande. Eles não sabiam como era um cinema”, disse Munhoz.

Programação
A programação do Cine Theatro Dib Barbosa segue as novidades do cinema norte-americano, sobretudo os que são garantia de sucesso. Atualmente, está em cartaz “Harry Potter e as relíquias da morte”, que deve ficar em temporada durante 15 dias. Entre os títulos já exibidos, os maiores sucessos foram “Avatar”, o brasileiro “Nosso Lar” e a saga adolescente “Lua Nova”, responsável pelo maior público do cinema, 4 mil pessoas.

Na época de ouro, o palco do cinema também se destinava às montagens de teatro e a lutas de boxe, outra paixão de Dib Barbosa.

Coordenada
Jorge Luiz Barbosa, 14, é o projecionista do Cine Theatro Dib Barbosa. Ele aprendeu a manusear o equipamento em um curso feito no município, por dois projecionistas de Manaus. Desde então, Jorge é o responsável pelas exibição nas sessões ao longo da tarde e à noite. O rapaz sabe quais os filmes mais vistos, os que causam mais entusiasmos, aqueles que atraem mais pessoas.

Segundo Jorge, há sessões frequentadas por 50 pessoas e outras por apenas dez. Mas, independente da quantidade de público, os filmes são rigorosamente exibidos. “Exibidos até para duas pessoas”, diz ele. A sala tem 200 lugares. O modelo arquitetônico interno lembra o padrão adotado pelas antigas salas de Manaus, já fechadas.

 “O velho tinha vontade de reabrir o cinema, mas não conseguiu. Ele queria reeditar o espaço, mas morreu antes. Por isso resolvemos reformar e fazer com que o cinema funcionasse de novo”, conta João Alberto.

Por dentro do Cine Theatro

- O Cine Theatro Dib Barbosa fez um ano de reinauguração ontem, dia 18. As comemorações incluíram sessões matinais do novo “Harry Potter”.

- O aniversário de um ano também inseriu as alvoradas (apresentações musicais desde a madrugada) e um almoço em frente ao cinema, na rua Rio Barbosa.

- O maior público da sala de cinema é o filme “Lua Nova”, saga vampiresca adolescente de sucesso mundial.

- O tempo médio de temporada por filme é de 15 dias. A seleção das produções exibidas toma como base o sucesso obtido em Manaus".

 

 

Toscana.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VISTA AÉREA DE UM ASPECTO DE TOSCANA, ITÁLIA

(http://my.opera.com/somanystars/albums/showpic.dml?album=833986&picture=11380938)

 

 

 

 

 

 

 

           OCASIÃO EM QUE SE HOMENAGEIA VIDA E OBRA DE M. MONICELLI (1915 - 2010),

           O POVO DE VIAREGGIO (TOSCANA, ITÁLIA),

           O POVO DE ITACOATIARA-AM E

           O POVO DO RIO DE JANEIRO-RJ, especialmente

           os moradores dos bairros de Freguesia e de Jacarepaguá (ZONA OESTE)

 

 

 

 

19.12.2010 - Ele reinventou a sétima arte - Siga com Deus, mestre Mario Monicelli, pai da comédia italiana!  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

NOTICIOU A FOLHA DE SÃO PAULO,

NO FINAL DO MÊS PASSADO (NOV. / 2010)

 

29/11/2010 - 19h59

"Cineasta italiano Mario Monicelli suicida-se aos 95 anos

DA FRANCE PRESSE, DE ROMA 

o cineasta italiano Mario Monicelli, que morreu nesta segunda-feira em Roma aos 95 anos, era considerado um dos mestres da comédia à italiana, gênero que o elevou à celebridade.

Mario Monicelli suicidou-se hoje, atirando-se da janela do hospital San Giovanni de Roma onde estava internado.

Entre suas obras-primas, deixa para a posteridade filmes como "O Exército de Brancaleone", "Quinteto Irreverente", "Meus Caros Amigos" e outras muitas produções.

Em "Meus Caros Amigos", encontramos o ator francês Philippe Noiret como um jornalista florentino, partindo para a realização de golpes com seus companheiros quinquagenários, entre eles Ugo Tognazzi, Adolfo Celi, Gastoni Moschin e Duilio del Prete, seguindo-se "O Quinteto Irreverente", a história do enterro do mesmo jornalista - um de seus melhores filmes.

Mario nasceu em 15 de maio de 1915 em Viareggio, na Toscana, onde passou toda a infância.

"I soliti ignoti", Os Eternos Desconhecidos, de 1958, apresenta um elenco especial, composto por Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Totò e Claudia Cardinale, sendo considerado o primeiro filme do filão da 'commedia all'italiana'.

Em 1959, seu filme "A Grande Guerra" ganhou o Leão de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Veneza, rendendo ainda sua primeira indicação ao Oscar. A segunda viria em 1963, com "I compagni".

A partir de 1934 - com menos de 20 anos -, estreou dois curtas-metragens com seu amigo Alberto Mondadori: "Cuore rivelatore" e "I ragazzi della via Paal". Este último foi destaque na Mostra de Veneza, criada dois anos antes.

Até o final de 1940, colaborou em cerca de 40 filmes, às vezes como roteirista, outras como diretor-assistente.

A partir de 1953, Monicelli lançou-se sozinho na direção, tornando-se um mestre de um gênero de comédia que colocava em cena problemas da sociedade da época, em plena evolução.

Trabalhou com os maiores atores da Itália, de Totò, Aldo Fabrizi, Vittorio De Sica, a Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Anna Magnani, Alberto Sordi, Nino Manfredi, Paolo Villaggio, Monica Vitti, Enrico Montesano, Giancarlo Giannini, Philippe Noiret, Giuliano Gemma, Stefania Sandrelli, Gian Maria Volonté e Leonardo Pieraccioni.

Monicelli, que também produziu para o teatro e a televisão, assinou 65 filmes".

(http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/838101-cineasta-italiano-mario-monicelli-suicida-se-aos-95-anos.shtml

 

 

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JOÃO ANDRÉ BRITO GARBOGGINI apresenta entrevista com M. Monicelli

(Roma, Itália, 10.1.2004)

 

 

"Pergunta: Por que o Sr. Escolheu o período Medieval para situar os acontecimentos de L´Armata Brancaleone?

Resposta: Porque é um período que eu gosto muito, que eu estudei, me ocupei, li muito, pensei sempre. Eu falo do período que se fala da Itália. E que nas escolas, nas universidades, se fala deste período em termos falsos, isto é, segundo as tradições do Roman della Rose, La Table Ronde, etc. E se dava uma visão toda da corte, dos cortesãos, dos castelos, de damas. Entretanto a Idade Média na Itália era selvagem, incivil, era brutal, era...A atividade estava mais na Arábia, no Islã e não na Itália, nem na Europa.

Então eu queria fazer uma comédia. E então naturalmente, fazendo uma comédia, um não sério, exagerando numa porção de coisas. Eu fiz este filme para recontar como era a Idade Média, segundo minha visão, ali na Europa e, sobretudo na Itália, inventando também a linguagem. Você sabe, nós fizemos também a linguagem. Porque eles ali não falam italiano. Falam um idioma inventado por mim, por nós que escrevemos o roteiro.

P: Como nasceu a idéia de elaborar a língua/dialeto das personagens do filme? Como isso foi feito?

R: Do nada, inventamos um pouco nós, um pouquinho, pegamos de uma linguagem italiana antiga dos anos 1000, 1100, depois pegamos os dialetos, você sabe que na Itália existem muitos dialetos. Então, depois usamos um pouco de tudo, mas não existe, nós inventamos para fazer rir um pouco. Os atores diziam aquilo que nós escrevemos. É um italiano inventado. Não se pode dublá-lo. Tem um pouco de latim, um pouco do italiano de hoje: um dialeto de hoje. Palavras que não existem, que nós inventamos. Não há uma versão original em italiano, há aquela versão.

P: Quais são as relações entre o filme e a literatura medieval?

R: As relações são pouquíssimas, porque a literatura medieval falava de uma Idade Média que não é aquela do filme, é o contrário daquela ali. Era um medieval de princesas, de torneios, todo de castelos, coisas muitos românticas...coisas que não eram verdadeiras, que não haviam na Itália. A Itália era aquela outra do filme.

P: Há alguma relação entre o D. Quixote e L’Armata Brancaleone?

R: Ligações com D. Quixote podem ser também, no sentido de que D. Quixote era uma transposição cômica sobre uma imagem da cavalaria que já havia desaparecido, que não existia mais na Espanha. E então Cervantes retomou uma antiga história de cavalaria dos séculos precedentes para ridicularizar, para fazer rir, nesse sentido tem uma certa relação. Mas não é intencional, sobretudo porque é um período diferente. Porque Cervantes contou sua história, que foi depois da Idade Média, de um louco, que era, então D. Quixote, que queria repetir as histórias da Idade Média passada. Eu fiz o contrário. Contei uma história mais antiga que a de D. Quixote, mas que também é falsa.

P: Como o Sr. vê as relações entre cinema, história e literatura?

R: As relações são aquelas, se qualquer um conta as coisas, se tem em mente dizer alguma coisa, pode contá-la seja através da história, seja através de um referimento aos dias de hoje. A literatura é muito importante porque pode-se recolher contos, personagens. Depois quando se escreve um filme, pelo menos eu, uso muito pegar personagens de contos, romances, novelas. Pego também cenas dos romances. Portanto as ligações são muito estreitas. Na Itália não se usa muito. Literatura na Itália para o cinema é pouco usada. No geral os italianos inventam eles mesmos suas histórias para seus filmes. A literatura é pouco desfrutada. Mas, geralmente as relações são sempre existentes. Por exemplo, neste caso de L’Armata Brancaleone, precisa conhecer a fundo a história da literatura italiana do período, digamos medieval, para poder fazer, para inventar as coisas, para rir, para as personagens. Enfim, se rouba muito também da literatura.

P: Há alguma referência à política em L’Armata Brancaleone ?

R: O fato é que, por exemplo, na Itália, hoje, se usa muito dizer que um partido, por exemplo, ou uma coalizão é uma Armata Brancaleone. Aquele partido ali: o Partido Socialista é como uma Armata Brancaleone. Se usa nesse sentido. Prá dizer que um grupo pretende uma empresa grande e não é capaz. Nesse sentido, se usa bastante. Se tornou, hoje, na Itália, um pouco, um modo de dizer.

P: Não há, talvez, uma referência a Mussolini na figura de Brancaleone?

R: Não tanto a Mussolini, pois há toda uma literatura na Itália que vem de muito longe, vem do latim, realmente das comédias de Plauto, onde há sempre um matamoro, enfim, em toda literatura há essa personagem.

P: Não há, talvez, uma referência a filmes produzidos durante o regime fascista, como Scipione L’Africano de Carmine Galone e Ettore Fieramosca de Alessandro Blasetti ?

R: Em filmes como Scipione L’Africano, há sempre um comandante. No entanto, Scipione L’Africano eles fizeram sério, fizeram, os fascistas, fizeram de modo sério, não fizeram para fazer rir. Faz rir, mas eles não sabiam quando fizeram. Brancaleone pode ser uma caricatura de Scipione e de todos os comandantes, em suma".

(http://www.studium.iar.unicamp.br/21/06.html?ppal=index.html

 

 

 

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SONIASSRJ & AMIGOS, responsáveis por "SÉTIMA ARTE É CULTURA", apresentaram a seguinte (excelente) homenagem a Monicelli

 

 

"OS ETERNOS DESCONHECIDOS - 1958

 


 

 


Os Eternos Desconhecidos já serviu de base para refilmagens como "Crackers"(1984), de Louis Malle, e "Welcome to Colinwood"(2002), com George Clooney, porém nenhuma das adaptações chega aos pés do original, que é uma síntese da transição do neo-realismo para a comédia à moda italiana. Ou seja, trata de coisas sérias com humor, fazendo rir de problemas e situações-limite.

Monicelli é criador de cinema da mesma estirpe de Vittorio De Sica, Bergman, Jean Renoir, Fellini, John Ford e por aí afora. Participou de um período de ouro puro do cinema mundial, o neo-realismo italiano. Soube entregar-se, porém e também, a evocações oníricas, como Fellini e tantos outros habilitados a estabelecer no set fabulosas atmosferas de sonho.

Mesmo ao seguir esse gênero de impulsos da imaginação, como em L’Armata Brancaleone, Monicelli é um poeta do concreto, e não se deixem enganar se o tom aparentemente é de comédia em I Soliti Ignoti. Comédia, sim, mas da própria vida, com suas desgraças e alegrias, misérias e redenções, e ao mesmo tempo relato de um momento de profunda mudança: no final dos anos 50, os pequenos meliantes fracassados acabam por ganhar emprego na construção civil. – por Mino Carta


OS ETERNOS DESCONHECIDOS - 1958


Título Original: I Soliti Ignoti
Título em inglês: Big Deal on Madonna Street
Direção: Mario Monicelli
Produção: Franco Cristaldi
Roteiro: Agenore Incrocci, Furio Scarpelli, Suso Cecchi d'Amico e Mario Monicelli
Gênero: Comédia
Origem: Itália
Ano: 1958
Música: Piero Umiliani
Fotografia: Gianni Di Venanzo
http://www.imdb.com/title/tt0052216/ - 8.0/10


Sinopse:

O mestre Mario Monicelli dirige um elenco com nomes como Vittorio Gassman e Marcello Mastroianni para contar como pequenos bandidos e desajustados se unem para aplicar um golpe ou, melhor dizendo, um assalto à loja de penhores.
O ex-boxeador Peppe organiza o assalto. Com ele está um bando de perdedores, integrado por um fotógrafo desempregado, um ex-jóquei, um siciliano e por aí vai. Apesar de serem orientados por um antigo ladrão especialista em arrombamentos, tudo sai errado. Foi um dos primeiros filmes de elite a reconhecer o talento do comediante popular Totó.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Os Eternos Desconhecidos é considerado como o primeiro filme da "commedia all'italiana".


Elenco:

Vittorio Gassman - Giuseppe "Peppe er Pantera" Baiocchi
Renato Salvatori - Mario Angeletti
Memmo Carotenuto - Cosimo
Rossana Rory - Norma
Carla Gravina - Nicoletta
Claudia Cardinale - Carmelina
Carlo Pisacane - Pierluigi "Capannelle"
Tiberio Murgia - Michele "Ferribotte" Nicosia
Marcello Mastroianni - Tiberio
Totò - Dante Cruciani

 

Informações do Arquivo:

Formato: AVI
Qualidade: DVDRip
Áudio: Italiano
Legendas: Português/BR
Duração: 106 min
P/B
Tamanho: 868 MB em 3 partes

DOWNLOAD:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Mario Monicelli: pai da Comédia Italiana (1915 – 2010)

Trechos da entrevista dada em 2008, aos 93 anos de idade, à euronews.net
(O artigo foi arquivado e o vídeo original já não está disponível)

Passou os últimos 60 anos a transformar a miséria dos italianos em riso. Os diálogos dos seus filmes transformaram-se em ditados da linguagem corrente, usados até por quem desconhece o trabalho do realizador. Mario Monicelli, pai da comédia italiana, Leão de Ouro pelo filme A Grande Guerra, Leão de Ouro pela carreira, é o último dos grandes realizadores de cinema do século XX. A Euronews entrevistou-o em Roma.


EN – A Liga do Norte teve um enorme sucesso nas eleições legislativas. No vídeo da campanha, o partido de Umberto Bossi propunha, e cito, “reenviar para o país de origem os mentirosos e delinquentes”. No entanto, até há algumas décadas, não éramos nós, os italianos, os mentirosos e delinquentes?

M.M. – Sim, é mesmo isso, mas esquecemos-nos rapidamente. Logo a seguir. Além disso, se considerarmos a nossa imigração para os Estados Unidos, lá também éramos tratados assim. Éramos tratados como delinquentes: a condenação de Sacco e Vanzetti, por exemplo. Éramos o bode expiatório de uma certa sociedade. Por isso, ao longo da história, repetem-se exatamente os mesmos fenomenos. Em todo o caso, aqueles que na sua vida ocuparam posições de inferioridade, quando conseguem ganhar a supremacia tornam-se tão maus como os outros, é algo natural, é assim mesmo.

EN – A comédia italiana nasceu em 1958 com o filme “I soliti ignoti”. Passou meio século. Esse tipo de cinema morreu ou continua a sobreviver de uma forma diferente?

M.M. – Não, compreenda, a comédia à italiana não é um produto de 1958, ou do nosso cinema ou de um indivíduo concreto. A comédia italiana existe desde sempre em Itália. É a condição a partir da qual podemos apresentar o nosso lado da verdade, a nossa sociedade, os nossos desejos, desesperos, com todas as cores que misturam o cômico e a farsa, a miséria, a morte e a doença. É isso que faz a comédia de arte: as personagens como Pierrot ou Arlequim tentam escapar e emergir da sua condição, proteger-se da miséria, dos patrões que os maltratam.

EN – “Polícias e ladrões”, um filme de 1951. Totó e Aldo Fabrizi são os protagonistas. Um americano enganado e um polícia a perseguir o ladrão. O agente, Aldo Fabrizio, dirige-se ao ladrão, Totó, e grita-lhe: “Pára, não tentes nada, que é um americano! Por quem nos vais fazer passar no estrangeiro?”. E hoje, por quem nos tomam?

M.M. – Damos uma imagem terrível do nosso país, como sempre fizemos. Com exceção do período em que rodamos os filmes. A Itália, na época, começava a dar uma imagem nova de si mesma. A nossa economia atravessava uma fase de crescimento, estávamos a reconstruir o país depois de longos anos de ditadura, depois de uma guerra infame que perdemos. E a reconstrução ia bem. Era um momento favorável à Itália. E as nossas comédias assumiam-se, era preciso dar atenção à imagem que se transmitia. E agora, a imagem que damos de nós é tal que não pode mesmo ser recuperada.

EN – Qual será o tema do próximo filme?
M.M. – Não haverá outros filmes, terminei, já fiz bastantes. Fiz 65! Creio que chega.
 
 
Response to "OS ETERNOS DESCONHECIDOS - 1958"
  1.  
    acullen says:
    11 de dezembro de 2010 11:08

    é minha singela homenagem ao mestre Monicelli que infelizmente faleceu dessa forma tão triste (suicídio), levado com certeza pela dor extrema causada pela doença difícil de suportar aos 95 anos.
    que tenha muita paz!".

    (http://setimaarteecultura.blogspot.com/2010/12/os-eternos-desconhecidos-1958.html)