Márcia, a namorada, participou do conluio para matar o imperador
Por Flávio Bittencourt Em: 17/03/2010, às 15H32
A garota do imperador Cômodo foi cruel e juntou-se ao prefeito pretoriano Emílio Leto, no ano de 192.
"O velarium do Coliseu, numa reconstituição virtual feita para o filme Gladiador.
Imagem: content.answers.com"
(http://www.vivercidades.org.br/publique_222/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1227&sid=14)
(http://cinemaismylife-fifeco.blogspot.com/2009_11_01_archive.html)
(http://pedroom.blogspot.com/2009/04/gladiador.html,
onde se pode ler:
"Ficha Técnica
•Gladiator, EUA, Universal Pictures, 2000
•Direção: Ridley Scott;
•Duração: 154 min;
•Oscars: Melhor Filme, Ator (Russel Crowe), Figurino, Efeitos Visuais e Som;
•Outros prêmios: Globo de Ouro, MTV Movie Awards, além de prêmios no Japão, Inglaterra e diversos pelos EUA;
•Elenco:
–Russel Crowe, como Maximus;
–Joaquin Phoenix, como Commodus;
–Richard Harris, como o Imperador Marcus Aurelius;
–Connie Nielsen, como Lucilla;
–Estrelando também: Oliver Reed, Derek Jacobi, Ralph Moeller, Spencer Treat Clark e Djimon Hounsou, como Juba" - O GRIFO É DESTA COLUNA)
Russel Crowe não derrotou pessoa alguma no velarium do
Coliseu, mas levou para casa a sua merecida estatueta
(Só a foto, sem a legenda acima lida:
http://stanford.wellsphere.com/bipolar-disorder-article/it-rsquo-s-nbsp-possible/879261)
(http://www.blogdojotace.com.br/tag/gladiador/)
Homenageando, com grande respeito, a memória de Afonso Arinos de Melo Franco,
autor do alentado tomo AMOR A ROMA [ESSE NOME É INTERESSANTE NO
ÂMBITO DESTA COLUNA PORQUE PODE SER LIDO DE FRENTE PARA TRÁS
E DE TRÁS PARA FRENTE (*): será sempre AMOR A ROMA] e
aos atores, técnicos, operários, motoristas, engenheiros, arquitetos, historiadores, artistas, treinadores de animais, consultores, e administradores da produção do filme cujas fotos de cena são exibidas, especialmente, Russel Crowe (Maximus), Joaquin Phoenix (Commodus), Richard Harris (imperador Marcus Aurelius), Connie Nielsen (Lucilla), Djimon Hounsou (Juba), Oliver Reed, Derek Jacobi, Ralph Moeller e Spencer Treat Clark
(*) - 'AMOR A ROMA' é um palíndromo, tal como, por exemplo: Socorram-me, subi no ônibus em marrocos; Luza rocelina, a namorada do manuel, leu na moda da romana: anil e cor azul; A droga do dote e todo da gorda; A mala nada na lama; A grama é amarga - e a frase próxima do título do saudoso Dr. Mello Franco, Roma me tem amor. DICAS EM:
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080326111514AAObmUM (OBRIGADO, "SHIRLE F.!");
LISTA DE PALÍNDROMOS (Wikipédia): http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pal%C3%ADndromos
17.3.2010 - Mataram o Cara - Roma Antiga: acredita-se que Márcia, a garota do imperador, juntou-se a Emílio Leto, o prefeito pretoriano, com a finalidade macabra de assassinar Cômodo, em 192, todavia sem executar pessoalmente o torpe ato. Contrataram quem se dispôs a executar o homicídio. Ele, Cômodo, estava gastando muito e, segundo consta, havia enlouquecido. Referiram-se os historiadores da Roma Antiga ao fato de que, numa homenagem a ele próprio, Cômodo havia alterado o nome da capital imperial para Roma Colonna Commodiana (a colônia de Cômodo). O imperador efetivamente exacebara, ultrapassara, extrapolara o limite do razoável. Foi morto. Quando o Senado indicou o general Públio Pertinax para tornar-se o novo Cara, houve um grande alívio no coração do Império Romano - e os ânimos serenaram. Públio Pertinax era uma pessoa saudável (também sob a perspectiva psiquiátrica) e era ponderado. Assim era a política romana. Não nos cabe julgar o próximo ou os próximos, todavia... matar um imperador romano - cá entre nós... - é algo sempre impactante, tornando-se estória forte para ser contada e recontada, também em filmes de cinema [O recente filme O gladiador não situa o imperador como GLADIADOR, mas Cômodo era conhecido como O GLADIADOR - E É O GRANDE VILÃO DO FILME -, o que nos permite, com a tranquilidade de um general romano que não caiu em desgraça (por exemplo, com a serenidade de um Públio Pertinax), ilustrar o presente suelto com fotos da referida película, na qual O GLADIADOR (na estória do filme) BOM SE OPÕE A CÔMODO, fita cinematográfica essa multipremiada em Hollywood e em outras cidades onde festivais mundiais da sétima arte encontram anualmente sede].
(http://ratoeiraeletrica.files.wordpress.com/2009/08/gladiador.jpg)
Lúcio Aurélio Cômodo, imperador romano aos 19 anos de idade, no ano de 180, apesar da esmerada educação que seu pai, o rei-filósofo Marco Aurélio lhe proporcionou, tornou-se uma figura das mais representativas da perversão que o poder absoluto provoca nos homens. Enquanto o pai foi homem de letras, Cômodo deliciava-se com as lutas de gladiadores, sendo ele mesmo um praticante nesta arte de matar. Morreu em 192, fruto de um conspiração palaciana, depois de um reinado de treze anos de terror e vergonha.
Cômodo (161-192), imperador cruel e hedonista |
Suetônio disse que Calígula pensou indicar Incitatus, sua montaria, como cônsul ânuo. Um século e meio depois dele, Marco Aurélio fez pior, legou o império romano para seu filho Cômodo. Enquanto o imperador louco nomeou um irracional de quatro patas; o outro, o imperador sábio, um de duas patas.
Calígula(12-41), a cara de menino escondia sua perversão |
O mesmo poderia dizer-se de Lúcio Aurélio Cômodo, nascido 150 anos depois. O seu pai era um assombro. Era o sonho de Platão: um rei-filósofo. Marco Aurélio (121-180), não só admirava os sábios gregos, era ele mesmo um pensador, dos que são apontados até hoje nos cânones da filosofia ocidental. Dado a coletar preceitos de ordem moral, extraídos da visão estóica que adotara, publicou-os com o título de Meditações, que tornou-se um clássico da literatura filosófica.
Alma benigna, tinha especial desvelo pelo seu único filho homem, a quem ele esperava orientar pelos elevados princípios da escola de Zenão. No entanto, o jovem Lúcio Aurélio, criado como Calígula, em meio ao vozerio chulo dos acampamentos militares e ao som das trombetas e gládios de guerra, decidiu-se pela espada e não mais pelo livro. Quanto mais o pai refletia, mais o filho se embestava.
Gibbon disse que foi o próprio Marco Aurélio quem arruinou o filho, ao torná-lo parceiro do poder quando ele ainda era um adolescente. Porém, o mesmo Marco Aurélio fora ainda bem moço iniciado nas coisas do estado por Antônio Pio. Mas o filho não saíra o pai. Cômodo, imperador aos 19 anos, desatinou-se no trono imperial. A seu favor, diga-se, que tudo começou com um atentado fracassado contra a sua vida. O sicário, antes de tentar apunhalá-lo numa das saídas de um anfiteatro, gritou "O Senado vos manda isto!
Apesar do facínora ter confessado em meio a tormentos que a mentora do golpe fora Lucila, a própria irmã do imperador, Cômodo dali em diante, "incapaz de piedade ou remorso", tomou-se de uma desconfiança doentia e cruel contra a elite romana. Matou todos de quem suspeitou. Entregou a administração do governo a favoritos, primeiro ao pretoriano Tigito Perenis, depois a um escroque chamado Cleandro, e fechou-se no seu harém. Mais de 300 mulheres e mancebos satisfaziam-lhe os caprichos. Por dessas ironias das coisas, o pai estóico gerou um monstro hedonista. O casto imperador legou a Roma um príncipe devasso.
Dos braços das amantes ele só saltou para arena, onde, para escândalo do mais inexpressivo plebeu, além de gastos exorbitantes com jogos, meteu-se em lutas de gladiadores. Ele mesmo ofereceu mais de 700 combates, adorando ver o sangue por todo os lados. Os espetáculos de circo, o rugido homicida da multidão nas arquibancadas, o grito das vítimas, o cheiro forte das feras soltas, o pó encharcado em vermelho, tudo isso o embriagava. Em seu epicurismo radical e depravado, ordenou que se punisse com a morte quem ousasse chegar perto dele com más notícias. Chamou-se de Hércules, mas não evitou que Márcia, uma das suas favoritas, o drogasse, e que, em seguida, um lutador fortíssimo, a mando de Emílio Leto, o prefeito do pretório, o estrangulasse, encerrando, em 192, um reinado que por treze anos envergonharia Roma ainda por muito tempo. Cômodo, como se viu, foi a perversão e não a meditação de Marco Aurélio.
Quadro cronológico de L. A. Cômodo
Ano | Acontecimentos |
177 | Lúcio Aurélio Cômodo é chamado, aos 16 anos, para partilhar a gestão do império romano com o seu pai, o imperador Marco Aurélio |
180 | Marco Aurélio morre em Viena, pondo término a Era dos Cinco bons Imperadores (Nerva, Trajano, Adriano, Antônio Pio e M. Aurélio). Cômodo aos 19 anos é sagrado imperador. Tratado de Paz com os germanos quadri e marcomanos, para pacificar a região do Rio Danúbio. Cômodo fixa-se então em Roma |
182 | Atentado contra a vida de Cômodo. Lucila, sua irmã, junto com alguns senadores, tenta eliminá-lo. O fracasso do complô torna Cômodo paranóico e desconfiado. Perseguição aberta aos suspeitos. O governo é entregue a favoritos. |
184 | Grave crise nas finanças imperiais. Cômodo adota a política das "benevolências", extorquindo dinheiro e confiscando o patrimônio dos ricos. |
185 | Execução de Tigito Perenis, o chefe pretoriano que acumulava a governadoria, acusado sem provas de traição. Início da administração de Cleandro, um escroque, corrupto e perdulário. Cômodo lança-se em grandes gastos em jogos, circos e lutas de gladiadores, das quais também participa. |
190 | Morte de Cleandro durante um amotinamento popular em Roma. Devido a uma série crise de abastecimento de grãos, a plebe se revolta. Gastos de Cômodo em luxo e excentricidades continuam. Comportamento errático e ilógico do imperador. São cada vez mais visíveis os seus sinais de perturbação mental. Numa homenagem a si mesmo, altera o nome da capital imperial para Roma Colonna Commodiana (a colônia de Cômodo). |
192 | Assassinato de Cômodo. Márcia, sua amante, em conluio com o prefeito pretoriano Emílio Leto, mandam estrangular Cômodo em seu quarto. O Senado romano indica o general Públio Pertinax como o novo imperador. |
Bibliografia
Carcopino, Jerôme - A vida quotidiana em Roma no apogeu do Império, Lisboa, s/data.
Gibbon, Edward - Declínio e Queda do Império Romano, São Paulo, 1990
Mommsen, Theodor - El mundo de los Cesares, México,1945
Montesquieu, Charles, barão de - Grandeza e decadência dos Romanos, São Paulo, 1968
Suetônio - A Vida dos Doze Césares, Rio de Janeiro, s/data
Veyne, Paul - Le pain et le cirque: sociologia historique d'un pluralisme politique, Paris, 1976. (http://www.cav-templarios.hpg.com.br/comodo.htm)".
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COLISEU DE ROMA (Itália), RUÍNAS (SÉC. XXI DEPOIS DE CRISTO) ILUMINADAS,
uma das sete novas maravilhas do mundo (AO LADO DA ESTÁTUA DO CRISTO
REDENTOR, NO RIO [BRASIL] E DE MAIS CINCO MARAVILHAS UNIVERSAIS)
COMENTÁRIO DA "RECONTANDO...": SE O COLISEU FOI INCLUÍDO NESSA LISTA,
MERECERIA NELA PASSAR A CONSTAR, TAMBÉM, O ESTÁDIO JORNALISTA MÁRIO
FILHO, O MARACANÃ, SEM QUE ALGUMA OUTRA MARAVILHA FOSSE EXCLUÍDA,
o que signfica que SETE maravilhas, hoje, é número pequeno para a quantidade
de preciosidades arquitetônicas que nos cercam, sempre solicitando a máxima
admiração [A MARAVILHOSA ESTÁTUA DO CRISTO DERROTOU, POR EXEMPLO,
A PARISIENSE TORRE EIFFEL, que, francamente (sem trocadilho...), deveria
"estar dentro"!]
O Coliseu. Imagem: upload.wikimedia.org |
(http://mestresdahistoria.blogspot.com/2009/09/gladiador-poder-e-honra-no-imperio.html)