Manaus da Senhora Agassiz

Rogel Samuel


Em 1865-66, Elizabeth Cary Agassiz estava em Manaus e nos conta como aquela gente se divertia.
Ela conta do baile que o Governador Epaminondas ofereceu ao deputado Tavares Bastos. As maiores damas da sociedade compareceram. Chovia naquela noite e as damas de vestido longo sem que dispusessem de carruagem tiveram de vir a pé, sobre os sapatos de baile e longos vestidos de seda, cetim e cambraia, com decotes. Mas madame Agassiz conta que nenhuma tinha a barra da saia suja de terra depois de ter andado sobre as poças dágua das ruas enlameadas de Manaus. Ele diz que aquelas damas eram... mamelucas, o que quer dizer que eram legítimas caboclas.
No meio do baile um apito se ouviu vindo do porto e todos correram ao cais para receber
um gaiola que vinha de Belém trazendo os jornais e as compras.
A bordo souberam da vitória de Uruguaiana sobre Lopez no Paraguai.
No dia seguinte outro baile, para comemorar a vitória. Inflamado, coruscante na sua eloqüência, falou Tavares Bastos.
Isto tudo vem no livro de Raimundo Morais, "À margem do Livro de Agassiz".