MAIS UM GOLPE BAIXO DO GOVERNO SÍRIO
Por Cunha e Silva Filho Em: 10/05/2016, às 09H07
Cunha e Silva Filho
Este artigo procura discutir o mais recente ato sanguinário perpetrado pelo ditador Bashar Al-Assad.Refiro-me ao bombardeio aéreo levado a efeito pelas forças militares sírias - conforme notícias divulgadas pela imprensa internacional e por analistas estrangeiros ou mesmo brasileiros que comentam sobre a devastadora guerra civil - sob o comando daquele ditador.
Em artigos anteriores enfocando essa questão, tenho seguidamente demonstrado que essa guerra, a qual tem-se arrastado por cinco anos e vitimado milhares de pessoas desde o seu início. O que é pior, a despeito de várias tentativas feitas por organismos internacionais (Nações Unidas e seu Conselho de Segurança), com vistas à solução desse conflito desastroso entre indivíduos do mesmo país, até agora quase nada se fez a fim de pôr cobro a esses massacres maciços, nos quais a parte da população que mais sofre é composta de crianças, civis inocentes e idosos.
O mais recente ataque quiçá tenha sido o mais trágico, porquanto se perderam muitas vidas inocentes e pessoas desprotegidas. Deve-se assinalar que desta vez hospitais foram bombardeados, matando e ferindo assim crianças,pessoas doentes e mesmo médicos que estavam de plantão e salvando vidas. É ocioso afirmar que tais incursões aéreas com frequência têm infringido convenções de Genebra que regulamentam os crimes de guerra, i.e., lugares ou cidades nos quais hospitais e civis se encontram, não podem ser alvos de ataques.
Obviamente, mais uma vez as convenções não foram respeitadas pelas forças sírias fortemente armadas. O ditador não respeita nenhuma acordo bélico internacional.
O mais abominável e aterrorizante nisso tudo é que, segundo reportam os analistas, as três bombas lançadas na importante cidade de Aleppo, tinham por objetivo destruir prédios de civis e hospitais que foram reduzidos a escombros.
Quando um governo tal como o de Assad chega ao ponto de menosprezar quaisquer normas de tratados ou acordos internacionais, é mais do que hora para que as grandes potências que conduzem suas políticas externas pautadas nos direitos humanos unam forças e equacionem um plano no sentido de apear do poder um ditador que, até hoje, reiteradamente tem se mostrado esquivo a toda tentativa de alcançar uma paz definitiva por via diplomática.
Penso que, diante de uma situação tão crucial e delicada vivida pelos sírios, os Estados Unidos e seus aliados deveriam formular estratégias a fim de acabar com essa estúpida carnificina. Barack Obama, detentor de Prêmio Nobel da Paz, não deveria perder, na condição de líder mundial, a oportunidade de enriquecer sua biografia no campo da política externa caso seja capaz de devolver a paz à Síria livrando-a em definitivo do cruel ditador.
Para tanto, teria que contar com a ajuda da oposição, os rebeldes que combatem desde o início do conflito contra o ditador Assad. Ao unir forças com os rebeldes e o apoio de países aliados, presume-se que os Estados Unidos poderiam ser os primeiros a estabelecer diálogos com a Rússia, país que está dando apoio militar ao ditador e, desse modo, procurar conseguir um entendi mento com os russos a fim de eliminar esse conflito que não pode continuar destruindo tudo que resta da Síria e provocando as ondas de refugiados sírios que deixam seu país conflagrado à procura de um melhor lugar fora da Síria para viver em paz e livre da opressão e mortes de inocentes. Por sinal, são inimagináveis os prejuízos contabilizados pela Síria durante todo esse longo período de guerra. Urge que haja um basta a essa assombrosa guerra. Os líderes mundiais não podem permanecer de braços cruzados.
Os refugiados sírios, na tentativa de entrar na Europa e em outros países do mundo,inclusive o Brasil, fazem isso exatamente porque não têm qualquer outra saída senão o desespero. Não dispondo de nenhuma segurança para deixarem seu país, os sírios, na tentativa de escaparem da opressão, fome e terrorismo instalado nos campos de batalha do seu berço natal quase inteiramente devastado, sofrem um grande número de perdas fatais
Parece que não se tem mais fóruns internacionais para a defesa dos crimes praticados por uma odienta ditadura. Presumo que a Corte de Haia não mais desempenha seu papel relevante de organismo pronto a exigir duras e inflexíveis punições contra o governo de Bashar Al-Assad. Não é possível que este governante autocrático continue causando tremendas aflições à população síria. O que ele tem feito até o momento se pode definir como ações verdadeiramente terroristas tanto quanto outros tipos de grupos terroristas semelhantes ao Al-Qaeda e ao Estado Islã, por exemplo.
Permitir que ataques aéreos sejam levados a cabo contra crianças inocentes, médicos voluntários e enfermeiras em hospitais, tendo como consequência ferimentos graves e vítimas fatais, só pode se caracterizar como ações de um insano e de um monstro sem alma nem os mínimos traços de um ser humano.
Se as grandes nações defensoras da democracia e da paz não abortarem os atos desse ditador, outras práticas malignas serão cometidas por ele. É preciso detê-lo, do contrario a humanidade não merece ser digna de pertencer à espécie humana, cujas principais características deveriam ser dotadas da razão e do sentimento de misericórdia.