[Flávio Bittencourt]

Maio de 1994: Francisco Vasconcelos está lamentando a morte de Ayrton Senna

Em cada lar brasileiro, naquele dia, a profunda tristeza da perda de um irmão.

 

 

 

 

 

  

 

 

 

DONINGTON PARK: autódromo localizado em Leicestershire, na Inglaterra,

onde aconteceu A CORRIDA DO SÉCULO (1993):

 

 (http://www.segwayevents.co.uk/location/3/mallory_park/)

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

(http://blogmonumentalformula.wordpress.com/2012/01/22/especial-tragedias-de-imola-1994-o-funeral-de-ayrton-senna/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://blogmonumentalformula.wordpress.com/2012/01/22/especial-tragedias-de-imola-1994-o-funeral-de-ayrton-senna/)

 

 

   

 

 

 

HAICAI DO DIA: 

 

Brasil desolado:

faleceu Ayrton Senna.

Um choque terrível.

 

(Flávio Bittencourt,

hoje)

  

 

 

  

 

 

 Ficheiro:Ayrton Senna Tribute.jpg

Tributo a Senna em Donington Park [*], onde pilotou o GP da Europa de 1993 — A Corrida do Século — The drive of the century.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ayrton_Senna)

[*] - Donington Park é um autódromo localizado no condado de Leicestershire, na Inglaterra.

 

  

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

                          EM MEMÓRIA DE

                          AYRTON SENNA DA SILVA (1960 - 1994)

 

 

 

 

25.8.2012 - Quando Senna infelizmente faleceu, Francisco Vasconcelos (ex-presidente do Clube da Madrugada, de Manaus, e membro da Academia Amazonense de Letras, hoje) lamentou em seu diário essa grande perda - Escreveu Vasconcelos: "(...) Em cada lar brasileiro, hoje, a profunda tristeza da perda de um irmão (...)".  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

ESCLARECIMENTO DO AUTOR (F. Vasconcelos):

"Como a definição da palavra 'ESTÓRIA' por vezes -

mas nem sempre - alude ao ficcional, gostaria de ressaltar

que, nesse caso, trata-se de um registro histórico de

fragmentos de um diário [AINDA INÉDITO]".

 

  

 

Como o escritor amazonense Francisco Vasconcelos

viu a perda de Ayrton Senna 

(excertos do livro inédito Pedaços de Tempo):

  

 

MAIO/94

 

 01

Um dia triste para este Brasil há muito triste. Perdemos Ayrton Senna, um dos poucos motivos de alegria. Ficamos, sem dúvida, bem mais pobres. Num País sem heróis, perde-se tão brutalmente o único que, nos últimos tempos, nos dava algum alento. É terrível saber que se exaure assim tão bruscamente a única fonte em que quase toda semana matávamos a nossa sede de vitória. Em cada lar brasileiro, hoje, a profunda tristeza da perda de um irmão. Estamos, nãodúvida, bem menores do que antes.

Lembro-me que ontem, ao ouvir os comentários sobre a morte, no mesmo circuito de Ímola, de um corredor austríaco, após grave acidente sofrido pelo jovem brasileiro Barriquelo, tive vontade de dizer e disse: “Amanhã será o dia de Ayrton Senna”. Que diabos! Premonição? Esse fato, de alguma forma, me preocupa. E além da tristeza da qual também participo, experimento uma estranha sensação de culpa. Mas que fazer para evitar o inevitável? Senna, na verdade, era um predestinado...

Há, em todos nós, uma “sensação de abandono”, diz um repórter do Fantástico.

 

 

 

02

O Brasil continua chorando a morte de Ayrton Senna. É grande, sem dúvida, a dor que sofre o povo. Do mais humilde ao mais ilustre cidadão, o mesmo sentimento de perda. O mundo também chora a ausência do fantástico corredor, cuja ousadia estava acostumado a testemunhar, admirado, ante suas façanhas e, mais que tudo, sua coragem, como se pouco caso fizesse da vida. Nas pistas, poucos, realmente, chegaram ao ponto de a ele equiparar-se. Para nós, a glória. E a quase toda semana, a esperança. De que viveremos agora?

 

03

Os jornais, sem exceção, continuam noticiando a tragédia de Senna. E dói saber-se que, agora, muitos se aproveitam, principalmente a classe política, para tirar vantagem do difícil transe por que passa o povo. É o que se , por exemplo, na Câmara Federal, onde a Comissão de Justiça, repetindo o episódio Fiúza, isenta mais um ladravaz dos dinheiros públicos, um tal de João de Deus, por acaso, “evangélico”, useiro em usar o Santo Nome do Senhor em proveito próprio. Até quando, meu Deus?

 

  04/05/94

Assisto, bem cedo, à chegada do corpo de Ayrton Senna. São seis horas e o povo está nas ruas de São Paulo. São lentos, marcados, os passos dos que conduzem o esquife. A cena me sugere alguns versos, que registro a seguir, numa homenagem ao grande campeão:

 

Agora,

lentamente,

o cortejo prossegue.

Lenta e suavemente...

Agora, bem se ,

nãomais pressa,

e tudo é diferente daquele dia

em que no fatídico circuito de Ímola

se imolou o campeão,

na insana vertigem da pressa ensandecida

em busca da glória.

     Sobre o esquife

     – sarcófago de todos os sonhos –,

     a bandeira nacional repousa inerte como o corpo do herói.

     Bem diferente de outros dias, quando,

     soprada pelos ventos das vitórias conquistadas,

     drapejava,

     viva,

     nas mãos do campeão,

     nosso orgulho,

     único alento de um povo agora bem mais ,

     bem mais sofrido.

 

  05

Uma dor seguida à outra. Não bastasse o adeus de Senna, sepultado hoje com honras de heróis, vai-se também o Poeta que, livre dos que lhe atravancavam o caminho, demanda o azul, ele, o passarinho. Enquanto isso, nós, simples mortais, passaremos. Não foi ele mesmo que disse?

 

Esses que aqui estão,

atravancando meu caminho,

eles passarão

eu, passarinho.

 

Morreu Mário Quintana. 88 anos, vida longa, como longa e sobretudo farta foi a sua contribuição para o belo, no seu jeito gostoso de falar das coisas e de brincar com a vida.

 


 

Mario Quintana - 28-06-1987.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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 (http://blogmonumentalformula.wordpress.com/2012/01/22/especial-tragedias-de-imola-1994-o-funeral-de-ayrton-senna/)

 

 

 

 

 

(http://blogmonumentalformula.wordpress.com/2012/01/22/especial-tragedias-de-imola-1994-o-funeral-de-ayrton-senna/)