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Luiz Ribeiro examina um filme de Tavarelli

 

Infinidade não se opõe, de acordo com Luiz Ribeiro, a finitude – no caso, a do corpo, como no filme Não marque compromisso esta noite, de Gianluca Maria Tavarelli, que é natural de Turim (Itália).

 

 

  

 

 

 

 

"(...) Prima capitale d'Italia dal 1861 al 1865, [TORINO / Turim] è uno dei maggiori centri universitari, culturali, turistici e scientifici del Paese. È la capitale dell'automobile ma è anche nota per la tradizione nei campi dell'editoria, delle telecomunicazioni, del cinema, dell'enogastronomia, del design e dello sport (...)"

(http://it.wikipedia.org/wiki/Torino)

 

 

 

43- Museo del Cinema (Cinema Museum) inside Mole

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

43- Museo del Cinema (Cinema Museum) inside Mole [FOTO CAPTADA EM 2006]:
OBSERVE, POR FAVOR, COMO ESTÃO ACOMODADOS OS FREQUENTADORES DO MUSEU DO CINEMA: respeito a quem admira "arte pura", "arte/entretenimento" e até "entretenimento puro" (se não houver grandes problemas teóricos envolvidos nessas toscas e redutoras classificações didáticas);

sem a legenda acima engendrada, a foto do fabuloso interior do Museu do Cinema de Turim está, na Web, em: http://staff.polito.it/bartolomeo.montrucchio/FotoTorino/fototorino.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Molle Antonelliana, o símbolo de Turim [Piemonte, norte da Itália], abriga o Museu Nacional do Cinema"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Turim)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FOTO DE CENA:

Não marque compromisso esta noite

(http://media.libero.it/cinema/foto/5344/non_prendere_230.jpg)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.ctj.thomas.org.br/servi%C3%A7os/agenda-cultural.aspx?an=2009&me=09)

 

 

 

 

 (http://guitarra.artelinkado.com/guitarra/reflexiones_segovia.htm)

 

 

 

O JOVEM FILÓSOFO HENRI BERSON ENTRE COLEGAS, NA CLASSE DE 1878:  École Normale Supérieure, Paris

(http://www.ens.fr/spip.php?article5&lang=en)

 

 

"Les hommages de l’École normale supérieure
organisé par Monique Canto-Sperber (CNRS-ENS)

 

 

Hommage à Aimé Césaire -
Daniel Delas (Univ. Cergy-Pontoise), Daniel Maximin (écrivain), Murielle Mayette (Comédie française), Cécile Ondoa Abeng (ENS), Pierre Vial (Comédie française) et Françoise Zamour (ENS)

L’École normale supérieure a organisé le 10 juin 2008 un hommage au poète et homme politique Aimé Césaire, ancien élève de l’ENS (promotion 1935L), né le 26 juin 1913 à Basse-Pointe (Martinique) et mort le 17 avril 2008 à Fort-de-France. Elle a ainsi souhaité honorer la mémoire d’un homme hors du commun, humaniste fervent, poète exceptionnel et, auprès de Léopold Sedar Senghor, co-auteur et promoteur du concept de "négritude".
– Textes lus par Murielle Mayette (Administrateur général de la Comédie française) et Pierre Vial (Sociétaire de la Comédie française) : Cahiers d’un retour au pays natal, Discours sur le colonialisme, Soleil cou coupé, La tragédie du roi Christophe, Moi, laminaire.
– Témoignages de Daniel Maximin (écrivain), Françoise Zamour (ENS) et Cécile Ondoa Abeng (élève et membre du club francophonie de l’ENS)".

(http://www.diffusion.ens.fr/index.php?res=conf&idconf=2008)

 

 

 

"REGISTRE DE CONDOLEANCES EN HOMMAGE A AIMÉ CÉSAIRE"

(http://www.nouvelle-caledonie.gouv.fr/sections/actualites/24-04-08-_registre_d,

REGISTRO DE CONDOLÊNCIAS EM HOMENAGEM A AIMÉ CÉSAIRE,

POR OCASIÃO DE SEU INFAUSTO FALECIMENTO:

"Aimé Fernand David Césaire (Basse-Pointe, Martinica, 26 de junho de 1913 — Fort-de-France, 17 de abril de 2008", como informa o respectivo verbete da Wikipédia,

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aim%C3%A9_C%C3%A9saire) 

 

 

 

"GIANLUCA TAVARELLI [Nasc. Turim, Itália, 1964]: GRAZIE ALLA FICTION SONO LIBERO DI FARE IL CINEMA CHE VOGLIO"

 

GIANLUCA TAVARELLI: GRAZIE ALLA FICTION SONO LIBERO DI FARE IL CINEMA CHE VOGLIO

(http://www.la7.it/intrattenimento/dettaglio.asp?prop=venticinque&video=6298,

onde se pode ler:

"Il regista torinese Gianluca Tavarelli, noto al pubblico cinematografico per film come "Portami via", "Un amore", "Non prendere impegni stasera" e a quello televisivo per fiction di grande successo come "Paolo Borsellino" e "Maria Montessori", racconta come si alterna tra cinema e tv")

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.deastore.com/dvd/non-prendere-impegni-stasera-gianluca-maria-tavarelli/8010020053551.html

 

 


21/11/2007 - 11:37

 "A CASA THOMAS JEFFERSON [INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE IDIOMAS, EM BRASÍLIA] programou dose tripla para comemorar a Semana da Consciência Negra, a partir do dia 23, sexta-feira:
 
1- Em sua Galeria de Arte, estão as belas folhas em aço inox e aço carbono de Luiz Ribeiro. Desenhista, pintor e escultor carioca, o artista busca nas curvas da vegetação do Cerrado inspiração para suas obras. A forma orgânica das folhas em decomposição é tratada como linguagem estética para o artista que se diplomou em Artes Plásticas na UnB e já realizou performances e intervenções urbanas em Brasília, São Paulo e na pré-seleção da Bienal de 1986. De 23 a 1º de dezembro, de segunda a sexta, das 9 às 21h, e sábados, das 9 às 12h. (...)"
(http://www.roteirobrasilia.com.br/003/00301015.asp?ttCD_CHAVE=47158;

 

OBS. - A escultura metálica acima retratada mede 1,7 m de altura; peças como essa tem sido colocadas em espaços descobertos ou vãos de edificações que as merecem 

 

  

 

 

 

"Luiz Ribeiro apresenta esculturas de aço carbono. Transformar o aço em arte não é fácil. O aço é insolente, duro, frio, cortante e pesado, mas carrega consigo um elemento simbólico. Através dele a civilização assentou sua base. Doma-se o aço com tocha de fogo, que facilmente atinge milhares de graus. É fabuloso ver um filete metálico escorrer, sob a luz intensa, como se fosse uma reles vela de cera sobre um castiçal de vidro. Ele se entrega e se dobra quando a temperatura chega ao seu limite, aí o escultor faz dele o que bem quer. Cortar nossas mentes e corações faz parte da tarefa desse escultor. Devolve-nos a capacidade crítica, de rever o mundo tomando emprestado o seu olhar. O artista aperfeiçoa a natureza humana, sem a qual perdemos a razão de existir. A criação ainda é a única justificativa para uma boa existência. As folhas que o escultor nos oferece são mero pretexto para descobrirmos o quanto somos indiferentes ao mundo que nos cerca. Olhamos e não vemos, escutamos e não ouvimos..."


                                                                OMAR FRANCO, escultor

 

 

 

 

 

 

                                         Em memória do escultor e escritor colombiano

                                         Rodrigo Arenas Betancourt  (*) (1919 - 1995)

 

 

(*) - "(...) Rodrigo Arenas Betancourt fue secuestrado por la guerrilla de las FARC en Colombia en 1988. Permaneció en cautiverio varios meses y después de liberado escribió el libro titulado Los pasos del condenado (...)",

http://www.labiografia.com/ver_biografia.php?id=142
                                 

 

7.4.2010 - O problema da morte é central no filme de Tavarelli a que Luiz Ribeiro assistiu, atentamente - Escreve Ribeiro: "Ser no presente é somente um acontecimento do passado". Com grande satisfação por parte do responsável pela Coluna "Recontando...", a seguir é apresentado um ensaio do escultor, educador e estudioso de artes e comunicação Luiz Ribeiro (*). Boa leitura!  F. A. L. Bittencourt ([email protected])
 
 
(*) Professor da rede distrital pública de Brasília e da rede particular do ensino superior do DF (Brasil), Luiz Ribeiro é mestre em Educação pela UnB (Universidade de Brasília).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ensaio sem Tema
 
                                                                      Luiz Ribeiro
 
 
"Non prendere impegni stasera1 ... o titulo já demarca o drama. No campo social o compromisso estreita relações de afectos. O que temos ou somos traz ao humano um vazio enorme desejantes do ritornello: direção, instalação/saída, isto é, sempre um agenciamento coexistente ou a contemporaneidade, um conceito empregado por Deleuze. O campo de desejos. Aí, tem contido um território que conjura o caos. Traça, habita, filtra o caos. Dentro, aqui no meu corpo, ao se desterritorializar filtra e distingui o caos nos múltiplos existentes do lado de fora.
1 O título traduzido foi: ‘Não marque compromisso esta noite’. Direção: Gianluca M. Tavarelli. Roteiro: G.M. Tavarelli. Itália, 2006, 35mm, Cores. Duração 96’
2 Deleuze, Gilles. Cinema: a imagem-movimento. São Paulo, Brasiliense, 1985.
Vemos que o corpo delineado no cinema, para quem o freqüenta, apresenta formas ‘reais’ ou fictícias. Na tela encontro um movimento real, uma duração concreta, um corte imóvel e tempo abstrato. Estes cortes instantâneos são o que chamamos imagens; um movimento ou um tempo impessoal. Em A Evolução Criadora, Bergson baliza a formula: a ilusão cinematográfica2.
 
O que pode um corpo... Sempre terá alguma resposta para tudo ao saber que há uma finitude. A finitude no corpo pode ser o momento da morte como também o corpo pode ter finitude nas suas relações com os pensamentos. Ocorre que entre o nascimento e o instante da finitude, no meio, há uma infinidade de acontecimentos contraindo
seus ritornello. A infinidade não se opõe a finitude. Ser no presente é somente um acontecimento do passado.
Numa crise de dor profunda, Deleuze uniu-se a finitude e trouxe o acontecimento para a infinidade... Um caráter do Dasein3. Pulou da janela da clinica onde estava. Noutras linhas, Deleuze situou no fio da navalha o kairós4, uma decisão que faz parte da plenificação da vida que não pode ser objetivada5. Vemos em Heidegger que a questão do ser está ligada a facticidade, ao sentido do ser. Eu sou. A intensidade da dor sentida num corpo, não pode ser dimensionada pelo outro, é fenomenológico. Não há uma imagem possível que exemplifique a intensidade do sentido da dor para se fazer compreendê-la na unidade de outro corpo.
3 O único ente que compreende ser – o homem. Dasein é estar-aì é ser-no-mundo.
4 Conceito de instante, ligado ao conceito de situação. Os caracteres cairológicos não calculam nem dominam o tempo; situam antes na ameaça, através do futuro.
5 Stein, Ernildo. Seis estudos sobre „Ser e "Tempo" de Heidegger. Rio de Janeiro, Vozes, 1988.
A personagem, Pietro, descobre ter um tumor no cérebro, isso o levará a fazer as contas consigo mesmo e com sua solidão. Ele cria sua filha sozinho. Uma menina meiga, centrada, que na pequenez inocência não pode entender por que o pai vive só. Cinzia, amiga de longa data de Pietro, o encontra para sair, conversar, fazer amor, questioná-lo ou ouvi-lo. São amigos, livres, e independentes. Somente para ela Pietro diz não querer morrer quando descobre a terrível doença. O titulo do filme se relaciona na historia de Pietro.
Muitas outras histórias se entrelaçam na mesma película: Tem o claustrofóbico, que não consegue conquistar a amada seu objeto platônico que trabalha andares acima na mesma instituição, por se sentir incapaz de entrar no elevador. Um executivo culto e consagrado, casado, vivendo o conflito para sair do ultrapassado conceito de casamento para assumir seu amor por uma jovem, com sentimentos verdadeiros e que não deseja uma relação dividida. Um professor universitário consumido por si mesmo e as teorias sociais, 3 3
literárias, revolucionárias... Entre outros. Recorto para refletir um pouco, Pietro.
No ensaio da relação do corpo com o espírito, ‘Matéria e Memória’, Bergson, apresenta quatro teses. O papel do corpo, na seleção das imagens para representação, é a primeira tese. Sobre o corpo as imagens agem e reagem de acordo com as leis naturais. No entanto há uma que prevalece por dentro, mediante afecções: ‘é meu corpo6’. Este corpo intercala estímulos que recebo de fora e movimentos que vou executar. Por intermédio de ‘certas imagens particulares, cujo modelo me é fornecido por meu corpo’.
6 Bergson, Henri. Matéria e Memória. São Paulo, Martins Fontes, 1999.
Temos muitas vidas no entre espaço da infinidade para que a finitude do corpo perceba, a cada instante, o movimento integrado do próprio corpo. É a nossa condição. Pietro encontra com Cinzia, que o questiona sobre aquele encontro depois de algum tempo sem contato, e ignora-o naquele momento e o que ele tem a dizer. Ela calcula imediatamente que o tempo que une suas relações é para o sexo, e alguns debates, e que aquele momento, está muito ‘ocupada’ para ouvi-lo.
Na perspectiva das modulações da aparência (moda, espetáculo, teatralidade, publicidade, cinema, televisões) um conjunto significativo forma a necessidade de uma reflexão. Então, posso fazer um ensaio sem tema ter uma forma com alguma matriz formadora. Impregnando a modulação da cinematografia, encontrar na diversidade de um roteiro, um conjunto de elementos possíveis para cortar e apresentar uma reflexão que também integra, em parte, meu conflito no conjunto da vida social sempre feita por imagens. O epistemológico recortado do elemento causador de uma aparência poderá vir a ser aquele corpo que apresentou a imagem na tela do cinema.
 
Momento do movimento na real
 
- ‘Não tenho mais vinte anos’. A resposta oferecida por Pietro poderia estar relacionada à idade e à intensidade do corpo que se descobre na necessária demasia do sexo, o melhor do prazer humano que nos localiza na existência. Também podemos relacionar a afirmação da resposta, ao movimento real do corpo à duração concreta sua num futuro não - devir corpo, por saber que não haverá mais vinte anos para existir.
 
Jamais saberemos quando se fechará o ciclo da vida, o instante da finitude física. Mesmo ao saber que há um tumor instalado no corpo, o desenvolvimento deste tumor poderá ou não chegar ao seu ápice e o organismo não resistir, lutar e sucumbir. Foi uma afirmação cientifica médica, que balizou a realidade ou a idealidade do mundo exterior. Neste conflito, Pietro afirma para sua amiga que não quer a morte.
O amor? Apenas fio condutor que une a existência de pessoas diversas. Amor que acaba que começa que não volta mais, que se nega, que sonha, que para de desejar. Na vida o amor morre, adoece, envelhece, tenta salvar-se. De qualquer maneira o amor valerá. O que acompanha o ser-no-mundo como uma das muitas formas. As aparências modulares na imagem que o corpo projeta no social são experimentos das muitas formas existentes que temos para o fenômeno no sentido do ser.
 
Para sua filha, Pietro não revela o que está modulando sua afecção. Ela não teria a compreensão da finitude no seu momento infância. Na madrugada em casa, Pietro sentado, abre uma caixa onde parte de sua memória está contida: cartas, fotografias de amigos, suas fotos na juventude, bilhetes amorosos, pequenos objetos da lembrança de outrora, enfim, memórias. Ele revê tudo que guardou e vai rasgando e jogando ao chão.
 
Tempo abstrato
 
A imagem que contorna sua memória se tornou indiferente. Elas não são mais um espelho. Foucault denominaria heterotopia, isto é, experiência de união ou mistura análoga à do espelho. O espelho é uma utopia, uma vez que é um lugar sem lugar algum. Irreal, aberto do lado de lá da superfície. Uma sombra que me dá visibilidade7. As heterotopias estão ligadas a pequenos momentos, num espaço publico ou privado, sempre projetado com o pensamento. Num fim de tarde, sento-me acompanhado de um (a) amigo (a) no café, e relato naquele presente o passado vivido no trabalho daquele dia, minha relação com minha casa e estou na rua, por exemplo. Para Pietro ao rever seus momentos guardados numa caixa, uma heterotopia de desvio escolhida foi viver mesmo com a opção solitária ‘conforme ordenou os poderes crescentes ou decrescentes8’ na dimensão do seu corpo.
 
7 Foucault, Michel. De outros espaços. Conferencia em 14 de março de 1967, no Cercle d’Études Architecturales.
8 Bergson. Idem, p.15.
 
É a pequena filha que o traz a redimensionar sua existência, quando adentra a sala e vê Pietro rasgando as lembranças do seu campo de afecções. Ela questiona o que ele faz e tem como resposta que ele está jogando fora suas ‘coisas’. Uma réplica imediata se afirma quando ela o faz lembrar que ele nunca foi ‘capaz de jogar nada fora’. Pietro contra-argumenta que há um momento que precisamos escolher e decidir o que queremos como lembrança.
 
Cortes imóveis
 
O executivo culto resolve separar-se da mulher. Viver à sua decisão ao lado da jovem. Eles vão caminhar e namorar nas margens da baía. Ela, sempre disposta, encontra um pedalinho abandonado e resolve remar ao lado dele, tranqüilos, contemplativos, de muito longe observam a cidade e o fim da tarde que cai para o anoitecer. O objeto
não suporta o peso dos dois, parte-se ao meio, ele não sabe nadar e morre afogado. Na noite ela e o corpo morto são resgatados.
Ela passa a conviver e saber da finitude e a dor ao lembrar o que viveu do grande amor, bem maior, talvez, que a idade que os separavam no tempo. A dor pode ser uma espécie de morte na vida. Não há uma imagem para a dor, na unidade do individuo, há um sentir pela experiência do Dasein. A finitude contida na infinidade do presente é duração para uma lembrança. O executivo ao lado dela ouvia criticas sobre as sombras que ele projetou no espelho da insegurança, ao rever seu espírito viveu um puro jogo encontrando um sentido para amar e reivindicar de si mesmo as mudanças que o amor impõe.
Sobre a maca, Pietro é conduzido à sala de operação, e no corredor vê Cinzia na ante-sala e se despedem com um olhar sereno. O espectador faz uma relação com o acidente anterior. O outro sentido do jogo da imagem que sempre remete a uma próxima seqüência da imagem. O cirurgião, ao colocar a máscara de oxigênio, lembra-o para não marcar nenhum ‘compromisso para esta noite’.
 
Nesse momento, na casa de Pietro, a filha tem no antebraço muitos pedacinhos de fita adesiva. Calmamente junta e cola o que antes fora mundo-todo do pai, ora rasgado, ora espalhado pela sala.
 
Monta um quebra-cabeça. Um espírito fantasista joga no extremo limite entre a brincadeira e a seriedade. A menina brinca montando um mosaico, a bricolagem está inteiramente marcada pelo jogo, cria outro mundo, um mundo poético, ao lado da natureza da morte. Sua ratio reside numa camada muito mais profunda, na representação do pai. Com o fragmento ela reúne a linguagem primeira que o homem a fim de poder comunicar, ensinar e comandar, o permitiu distinguir as coisas ao domínio do espírito. É no mito e no culto que tem origem a grande força instintiva da vida civilizada9.
 
9 Huizinga, Johan. Homo Ludens. São Paulo, Perspectiva, 2004.
 
Veremos em Bergson que o cérebro faz parte do mundo material, não o contrário. Corpos semelhantes ao meu, na configuração dessa imagem particular eu chamo meu corpo10. Meu pai está na imagem do meu corpo.
 
10 Bergson. Idem, p. 13.
 
Cinzia aguarda fora da clinica a saída de Pietro. Ele se aproxima e ela diz que ele, careca, está mais jovem e parece Genghis Khan, e poderiam fazer algo de bom juntos... Algo que sempre fizeram.
 
Duração concreta.
 
Entretanto é consigo que Pietro deve encontrar-se. Todos nós temos algum ponto para rever nas imagens a causa das afecções que se produzem. Está na ação do corpo destinado a mover objetos. Objetos sempre externos entre estímulos que recebo de fora e movimentos que vou executar.
 
Na calçada sob uma ponte muito alta que liga as margens do rio que corta a cidade, alguém pula para o suicídio. Pietro vê o ato final de uma vida... Assim foi a sua ao rasgar lembranças materiais e memórias. O instinto de se preservar com a pulsão da vida se opõe à pulsão de morte. No impulso instintivo ele mergulha para retirar o corpo que agoniza ainda na superfície e o traz para a margem. Onde sempre estamos contornando a morte que não desejamos. Sem fôlego, sem se saber possível, descobre ao salvar um desconhecido que ele existe além do determinismo da morte, da dor e da solidão.
Pietro passa a desafiar a vida e, junto com a filha, vai praticar mergulho vertical em alto mar. Resiste e experimenta sem tanque de oxigênio o que pode um corpo. Essa é a imagem final.
O diretor apresenta na ilusão cinematográfica uma reflexão do sentido do ser. Afirmo que as aparências modulares na imagem apresentada são experimentadas de formas diferenciadas. Aqui minha leitura, ou melhor, meu compromisso esta noite foi marcado". (LUIZ RIBEIRO)
 
 
Em tempo - Informa o escultor Luiz Ribeiro que suas obras "São esculturas de aço carbono 170x40x50 perfeitas para jardim ou espaço público. São estilizadas folhas da flora do cerrado" [Contatos: 061 3244 0870 / 8438 0184; e-mail: [email protected]]
 
 
 
 
 

 

<i>Non prendere<br>impegni stasera</i>
 

 

 

 

 

 

 

"GENERAZIONE TAVARELLI

Non prendere
impegni stasera"

(http://www.cinematografo.it/pls/cinematografo/v3_s2ew_CONSULTAZIONE.mostra_pagina?id_pagina=5529)

 

 

 

 

 

 

"Rodrigo Arenas Betancur, paisano de Don Efe Gómez. Escultor y escritor antioqueño (Fredonia, octubre 23 de 1919). Reconocido por su obra monumentalista, en la cual plasma su afán, por resaltar las epopeyas del pueblo colombiano y los personajes que han formado la cultura de la nación, Rodrigo Arenas Betancourt estudió en el Instituto de Bellas Artes de Medellín, en la Escuela de Bellas Artes de la Universidad Nacional de Bogotá, en la Academia de San Carlos de México, en la Asociación Libre de Arte La Esmeralda de México"
 
 

 

LEIA OUTRO ARTIGO, neste mesmo ENTRE-TEXTOS, DE LUIZ RIBEIRO:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/copacabana-outro-artigo-de-luiz-ribeiro,236,4237.html

 

 

OUTRAS FOTOGRAFIAS DO MUSEU DO CINEMA DE TURIM:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/o-museu-do-cinema-de-turim,236,3834.html