Luís Antônio Pimentel, um jovem de 100 anos

Por Flávio Bittencourt Em: 20/03/2012, às 09H03

[Flávio Bittencourt]

Luís Antônio Pimentel, um jovem de 100 anos

O prefácio de Aníbal Bragança, professor do IACS/UFF, escrito há 5 anos, intitula-se "Luís Antônio Pimentel, um jovem de 95 anos".

Localização de Porto Seguro na Bahia (BRASIL):

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Seguro)

"DE ACORDO COM UMA

INTERESSANTÍSSIMA IMAGEM

DE PEDRO ÁLVARES CABRAL

ANTES DE PISAR NO BRASIL,

ELE TERIA SIDO CARREGADO

POR UM MARINHEIRO DA CARAVELA,

PARA QUE SEUS PÉS E SUAS CANELAS -

E ATÉ OS SEUS JOELHOS - NÃO SE MOLHASSEM

AO CONTATO COM A ÁGUA DA PRAIA DO SUL DA BAHIA:

como não se tem certeza sobre esse fato, é possível

que o grande Almirante que descobriu o Brasil tenha

ATÉ NADADO, ao desembarcar, PQ A VERDADE É

PESSOA ALGUMA SABE SE ELE FOI

CARREGADO PARA PERMANECER SECO OU NÃO FOI -

ou se os marinheiros usaram até mesmo algo parecido

com liteira para que o Almte. Álvares Cabral não chegasse

ensopado ao país que ele estava 'descobrindo' (ou invadindo,

de acordo com vários historiadores e sociólogos também sérios)... "

(COLUNA "Recontando...")

22 DE ABRIL DE 1500: O ALMIRANTE PORTUGUÊS

PEDRO ÁLVARES CABRAL E SEUS COMANDADOS,

DEPOIS DE UM MÊS DE TRAVESSIA DO

OCEANO ATLÂNTICO [hemisfério Sul]

FINALMENTE PISARAM EM TERRAS BRASILEIRAS

(NO SUL DO HOJE ESTADO DA BAHIA, a 62 km ao

sul de Porto Seguro [MONTE PASCOAL]), LOGO

DEPOIS DE TEREM PASSADO - molhando os pés, os tornozelos,

as canelas [AS PANTURRILHAS] e até o joelho, possivelmente - PELA

ÁGUA QUE SEPARAVA A CARAVELA DA PARADISÍACA PRAIA

SOBRE CUJA AREIA ELES - possivelmente maravilhados -

COM ORGULHO PISARAM [a chegada das caravelas

aconteceu em 21 de abril, mas as respectivas tripulações pisaram

nas terras brasileiras no dia seguinte]:

(http://baby-fazendodiferenca.blogspot.com.br/2009_04_01_archive.html)

ANTIGO MAPA DA BAÍA DE GUANABARA,

ÁGUAS ABENÇOADAS POR DEUS

"NO INTERIOR" DAS QUAIS (no mapa,

mas não submersas!) FICAM, ENTRE

VÁRIAS OUTRAS, AS ILHAS DO GOVERNADOR

E DE PAQUETÁ: EM SUAS MARGENS (DA BAÍA)

ATUALMENTE FICAM NITERÓI, A CIDADE DO

RIO DE JANEIRO, DUQUE DE CAXIAS, MAGÉ,

GUAPIMIRIM, SÃO GONÇALO E ITABORAÍ,

MUNICIPALIDADES (COMO SE SABE)

EXCEPCIONALMENTE GENEROSAS, EM

ANTIGA REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

NA QUAL A ILHA DO GOVERNADOR NÃO SUMIU:

(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=924630)

(http://www.jornalopcao.com.br/colunas/contraponto/suica-rejeita-desarmamento-e-a-imprensa-brasileira-ignora-o-fato,

onde se pode ler:

"Pouco lembrado até na França, Nicolas Durand de Villegagnon (1510-1571) é no Brasil um esquecido. Jean-Christophe Rufin, de quem falo mais à frente, quando adido cultural da Embaixada da França no Brasil, nos anos 1994-1996, intrigado com esse duplo anonimato, escreveu um romance histórico sobre o personagem e seu sonho tropical de grandeza, com o nome de “Rouge Brésil”, que ganhou o Prêmio Goncourt de 2001. Uma nota de Rufin no livro fala: “O mais surpreendente nesta história é que ela seja verdadeira. Não que ela pareça incrível: a Renascença é rica em aventuras ainda mais extraordinárias. O que faz sua estranheza é o esquecimento quase total no qual caiu este episódio da história da França. Por que tais acontecimentos não deixaram praticamente nenhum traço na memória coletiva? Sem igualar em glória um Cristovão Colombo ou um Marco Polo, os nomes de Jacques Cartier, de Cavelier de La Salle, de Argo e de Dupleix despertam em nós alguns ecos, ainda que seja em razão das ruas ou praças que lhes são dedicadas. A Louisiana, as colônias de Saint-Laurent, a Indochina, Pondichéry soam como lugares de presença francesa; o Brasil, contudo, nada evoca, e o nome Villegagnon caiu no total esquecimento...”. [...]")

UMA FOTOGRAFIA ESPLÊNDIDA

DE WILIAN AGUIAR:

(http://osianderschaff.blogspot.com.br/2010/03/nicolas-durand-de-villegaignon-pesquisa.html)

PODEMOS APRENDER,

LENDO, SOBRE O ALMTE. DURAND DE VILLEGAIGNON,

NO BLOG DO PROFESSOR OSIANDER ("Um lugar de conversas e trocas")

"TERÇA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2010

NICOLAS [Nicolau] DURAND DE VILLEGAIGNON

(1510 - 1571)

Colonizador francês nascido em Provins, França, fundador da França Antártica no Brasil com sua capital na baía de Guanabara. De uma importante família católica de sua região, aos onze anos de idade, ficou órfão de pai, um magistrado, mas seguia uma excelente educação e já possuía bons conhecimentos de latim, a principal língua de sua época. Profundamente religioso e estudioso da teologia católica, sua mãe decidiu enviá-lo para Paris (1521), a fim de prosseguir os estudos. Na capital francesa frequentou os colégios religiosos La Manche e Montaigne, onde foi colega do jovem Calvino. Depois entrou para a Universidade de Paris e concluiu o curso de Direito, em Orléans, aos vinte anos de idade (1530). Após concluir os seus estudos, tentou ser admitido como advogado pelo Parlamento de Paris, mas diante do insucesso, desistiu da advocacia e, aconselhado por seu tio, o grão-mestre Villiers de L'Isle, ingressou na escola de navegação da Ordem de Malta (1531) e foi destacar na ilha de Malta, com o fim de patrulhar as águas do Mediterrâneo, à época infestadas de piratas argelinos. Permaneceu em treinamento em terra e nas galeras (1531-1540), aperfeiçoando-se na arte militar, de marinharia, da diplomacia e nas línguas, passando a dominar o italiano, o espanhol e o grego. Lutou com as tropas de Carlos V no norte da África (1541) e participou da expedição (1548), que se apoderou da princesa escocesa Maria Stuart, então com seis anos de idade e noiva do futuro Francisco II, para conduzi-la à França. Diante da necessidade de expansão dos domínios coloniais franceses e convertido ao protestantismo (1555), planejou fundar uma colônia na América para servir de refúgio aos calvinistas perseguidos na Europa. Junto ao almirante Gaspard de Coligny conseguiu dois navios de Henrique II. Aportou na baía de Guanabara à frente de 600 colonos. Erigiu o forte Coligny na ilha de Serijipe, depois Villegaignon, e fundou Henriville, capital da França Antártica. No ano seguinte (1556) chegaram ao Brasil mais 300 colonos, inclusive mulheres e crianças, enviados por Calvino e trazidos pela frota comandada por Bois-le-Comte, sobrinho do colonizador. Porém entre os recém-chegados haviam também católicos, o que complicou a situação na colônia. Para complicar mais ainda, o fundador da colônia retomou a fé católica e entrou em conflito com os ministros protestantes. Resignado, voltou a França (1558), deixando o sobrinho em seu lugar. Cavaleiro da Ordem de Malta e diplomata, e como oficial naval francês Vice-almiranhttp://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=602te da Bretanha, depois de nomeado governador de Sens (1567), morreu em Beauvais, perto de Nemours, França.

http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/NicolVil.htm"

(http://osianderschaff.blogspot.com.br/2010/03/nicolas-durand-de-villegaignon-pesquisa.html)

(http://osianderschaff.blogspot.com.br/2010/03/nicolas-durand-de-villegaignon-pesquisa.html)

Mapa da Baía da Guanabara 1555:

(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=924630)

CARTOFILIA (colecionismo de cartões telefônicos

para telefone público ["ORELHÃO"]),

"BRASIL - SÉCULO XVI -

Nicolau Durand de Villegaignon (1510 / 1571)":

Nicolas Durand de Villegaignon

(http://osianderschaff.blogspot.com.br/2010/03/nicolas-durand-de-villegaignon-pesquisa.html)

GATO DO MATO (Leopardus tigrinus):

"Gato-do-mato de 9 meses de idade (na época da foto) em janeiro de 2009, no chão do Arinal Volcano Obsevatory, Costa Rica. [AMÉRICA CENTRAL]"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Gato-do-mato)

"Os temiminós ou temininós foram uma tribo de língua tupi que habitava, principalmente, o litoral da região sudeste brasileira no século XVI. Era inimiga habitual dos tupinambás, mas possuía muitos traços culturais em comum com estes e com outras tribos tupis, tais como a língua semelhante, crenças, costumes como o canibalismo ritual e a agricultura de subsistência baseada em queimadas.

Os inimigos tupinambás chamavam pejorativamente os temininós de maracajás, isto é, gatos-do-mato.

O temiminós aliaram-se aos portugueses contra os franceses, que eram os aliados dos seus inimigos tupinambás. (...)

O CACIQUE ARARIBOIA [*],

QUE FUNDOU A CIDADE DE NITERÓI:

Estátua do Arariboia, em praça do mesmo nome, em frente à estação das Barcas, em Niterói.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A1tua_de_Arariboia)

[*] - Chefe da tribo dos temiminós [OU TEMININÓS], do grupo indígena tupi,

em meados do século XVI. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Arariboia)

ESTÓRIA DO DOMÍNIO PÚBLICO,

muito bem - e seguidamente - recontada:

"(...) Diz a tradição, e a interpretação corrente, que Arariboia estaria em posição de vigilância, para proteger a cidade de invasores vindos do mar e do outro lado da Baía de Guanabara. "

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A1tua_de_Arariboia)

O PROF. DR. ROBERTO AUGUSTO DaMATTA:

GRANDE ANTROPÓLOGO BRASILEIRO NASCIDO

EM NITERÓI, CIDADE QUE PIMENTEL ESCOLHEU

PARA VIVER:

(http://ccs.ufpel.edu.br/wp/2008/09/16/antropologo-roberto-damatta-ministra-aula-inaugural-dos-novos-cursos-da-ufpel/)

FOTOS DO MAC (MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA),

NITERÓI (ESTADO DO RIO, BRASIL):

"Mesmo com 300 operários trabalhando noite e dia, foram necessários cinco anos para a conclusão do edifício com quatro pavimentos, que consumiu 32 mil m³ de concreto, quantidade suficiente para levantar um prédio de 10 pavimentos. Sua estrutura foi projetada para suportar um peso de 400 kg/m² e ventos com velocidade de até 200 km/h. Uma base cilíndrica única com 9m de diâmetro sustenta o museu, apoiada em uma única sapata de 16m de diâmetro e 5m de altura. Essa base cilíndrica é oca para permitir a mobilidade vertical, através de elevador, para o transporte de obras de arte armazenadas no subsolo. O edifício está envolto por uma superfície de 817m² de espelho d'água. (...)

Segundo Bruno Contarini, responsável pelo cálculo estrutural do MAC, a estabilidade do conjunto vem do fato de que não se está acrescentando carga suplementar ao solo, uma vez que a carga total da construção, mesmo considerando o uso do Museu e o efeito dos ventos, é inferior ao peso da terra que foi retirada para a obra: 5.500 toneladas de material em escavações. O MAC possui 16m de altura. As vigas de concreto protendido que atirantam o mezanino avançam em balanços de 11m sob o forro. Sua cobertura circular possui 50m de diâmetro e foi impermeabilizada com material altamente resistente e utilizado para proteção dos foguetes da NASA. Esse material tem capacidade de sofrer uma variação térmica de menos 50ºC a 250ºC. (...)"

(http://blog.rklarquitetura.com.br/2011/03/mac-niteroi-rj.html)

COMO TAMBÉM ACONTECE COM

O PROF. LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL,

O DR. OSCAR NIEMEYER É

PERSONALIDADE CENTENÁRIA MUITO

ESTIMADA: AMBOS CONTINUAM EM

PLENA ATIVIDADE PROFISSIONAL (mas

o Dr. Oscar Niemeyer alcançou os 100 anos

antes do Prof. Pimentel), acrescentando-se

que os DOIS GÊNIOS AMAM A CIDADE DE NITERÓI -

e por essa razão divulgam repetidamente manifestações

de apreço pela cidade onde nasceu - 1936 - o antropólogo

Roberto DaMatta, onde moravam a teatróloga

Maria Jacintha e o historiador, escritor e jurista

Alaôr Scizínio - E PIMENTEL, QUE FARÁ 100 ANOS

NO PRÓXIMO DIA 29 (de março de 2012):

(http://informativoniteroi.blogspot.com.br/2010/12/oscar-niemeyer-completa-103-anos-com.html)

O DR. OSCAR NIEMEYER (104 anos, em março de 2012)

EXPLICANDO DETALHES DE PROJETOS DE

MARAVILHOSAS EDIFICAÇÕES QUE CRIOU

PARA A CIDADE E NITERÓI-RJ (quando essa fotografia

foi captada, tinha ele APENAS 103 anos, AINDA):

(http://www.portalhoje.com/oscar-niemeyer-completa-103-anos-inauguando-obra-de-fundacao-no-rj/1454305)

O MAJESTOSO E FUTURÍSTICO MUSEU

[MAC - MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA], QUE

O DR. OSCAR NIEMEYER GENIALMENTE PROJETOU,

em foto com o Pão de Açúcar (CIDADE DO RIO-RJ)

ao fundo:

(http://blog.rklarquitetura.com.br/2011/03/mac-niteroi-rj.html)

"ANTES, A ASSERTIVA JÁ FOI

PRONUNCIADA, MAS NUNCA

É OCIOSO REPETIR:

PIMENTEL É O CARA!"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público",

acrescentando o detalhe de que, naturalmente,

OSCAR NIEMEYER TAMBÉM O É!

Portanto, ELES SÃO OS CARAS! *risos*)

Luís Antônio Pimentel - Homenageado -

e Alberto Araújo, mediador do FOCUS:

(http://poetalbertoaraujo.blogspot.com.br/2012/01/projeto-giro-cultural-homenageia-luis.html)

HOMENAGEANDO OS PROFESSORES - de todas as eras -, EX-COLEGAS,

ESTUDANTES DO PRESENTE, E

FUNCIONÁRIOS (na pessoa da amiga Dª Marli) - de ontem, hoje e amanhã -

DO IACS/UFF (INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UFF -

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, CUJO

CAMPUS [ou os vários campi, aliás] LOCALIZA-SE [localizam-se]

EM NITERÓI), NA PESSOA DO DOUTO PROFESSOR ANÍBAL BRAGANÇA,

DE QUEM, INFELIZMENTE, NÃO FUI ALUNO, mas, sinceramente, gostaria de ter sido,

AGRADECENDO AO PROFESSOR OSIANDER SCHAFF, PELA AULA PERFEITA

SOBRE AS ATIVIDADES PRÓ-FRANÇA E ANTI-PORTUGAL

DO ALMIRANTE NICOLAU DURAND DE VILLEGAIGNON (1510-1571),

NO INACREDITÁVEL PASSADO COLONIAL DO BRASIL, E AO

DIPLOMATA JEAN-CHRISTOPHE RUFIN, EX-ADIDO CULTURAL DA

EMBAIXADA DA FRANÇA NO BRASIL E AUTOR DE

UM IMPORTANTE LIVRO QUE, FELIZMENTE, FEZ DIMINUIR O

NOSSO (o meu, aliás) DESCONHECIMENTO SOBRE O CITADO

ALMTE. DURAND DE VILLEGAIGNON

20.3.2012 - O prefácio, escrito há 5 anos, de Aníbal Bragança, professor do IACS/UFF, é primoroso - "Luís Antônio Pimentel, um jovem de 95 anos". (IACS significa INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL.) F. A. L. Bittencourt ([email protected])

"Prefácio do livro de Luís Antônio Pimentel, Haicais onomásticos, publicado em Niterói (RJ), pela Editora
NitPress, em 2007, 104 p. ISBN 978-85-99268-82-7
http://blog.nitpress.com.br/
***
Luís Antônio Pimentel, um jovem de 95 anos
Aníbal Bragança*
A publicação deste volume manifesta a continuidade da produção poética de Luís Antônio
Pimentel, o que já seria motivo de júbilo para seus leitores e admiradores. Mas é também um
indício de que parte de sua extensa e admirável obra, poética ou não, ficou fora dos três
volumes das Obras Reunidas, que tivemos o privilégio de organizar, por iniciativa da
Secretaria Municipal de Cultura de Niterói, na gestão de Marcos Gomes e André Diniz, para
ser editada pela Niterói Livros, em 2004.
Para essa publicação fizemos e coordenamos pesquisas em jornais e revistas do Rio de Janeiro
e de Niterói, onde poderíamos garimpar trabalhos dispersos da longeva carreira desse homem
de letras que se estende por mais de 70 anos, o que nos permitiu organizar diferentes “livros”
inéditos, incluídos nos volumes Enciclopédia de Niterói, o primeiro, e Contos do velho Nipon
– 12 dias com Leviana – Tankas e Haicas, o segundo, e todo o volume três, Crônicas do
rádio nos áureos tempos da Mayrink Veiga, este um achado para a história do rádio em nosso
país, esquecido nas páginas da Gazeta de Notícias, no período de 1935-1937, quando o jovem
Luís Antônio Pimentel fazia a cobertura do já intenso movimento artístico radiofônico no Rio
de Janeiro e na velha província fluminense.
Diante das dimensões que o volume 2, dedicado à obra literária de Pimentel, que chegou a
mais de 500 páginas, só nos foi possível incluir pequena mostra da produção de haicais
onomásticos que Pimentel vinha compondo já a alguns anos, poemas circunstanciais em que
mais que tudo transparece a generosidade do amigo com sua imensa capacidade de
homenagear pessoas que com ele convivem (ou conviveram), sem descuidar do cânone
poético renovado do universo do haicai, como bem está registrado no livro de Roberto
Kahlmeyer-Mertens, Verdade-Metafísica-Poesia, em que se inclui uma entrevista feita com o
nosso autor, além de refinado estudo da obra poética de Luís Antônio Pimentel, que se somou
a uma fortuna crítica na qual se podem destacar também os estudos literários de Sonia Regina
Longhi Ninomiya, Lúcia Teixeira e Cyana Leahy, incluídos em suas Obras Reunidas.
Uma viagem pelos poemas que compõem este volume é também uma forma de conhecer
pessoas que, como produtores e/ou receptores, fazem a vida literária niteroiense das últimas
décadas, cujo epicentro está localizado no Grupo Mônaco de Cultura, por ele presidido desde
1978, vinculado à Livraria Ideal, esta capitaneada pelo mestre livreiro Carlos Mônaco,
segundo de uma exemplar linhagem iniciada com seu pai Silvestre Mônaco e já continuada
pelo filho Carlos César.
Luís Antônio Pimentel é jornalista admirável, enciclopédia viva, o nosso homem de letras
maior. Mais ainda, sua trajetória profissional e pessoal fez dele uma referência como homem
de caráter que, corajosa e desinteressadamente, dedicou sua vida ao bom combate, em prol da
justiça social, da ética, pela preservação cultural e natural de nossa cidade e ao
desenvolvimento da sua vida literária e artística. Para muitos, como o autor destas linhas,
acima de tudo, um ser humano exemplar.
* Professor do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) da Universidade Federal
Fluminense (UFF)."