Livro reúne obra poética da carioca Ana Cristina César
Por Rogel Samuel Em: 09/01/2014, às 06H11
Mariana Paiva
Um livro pode sim ser um alívio. Especialmente para os fãs de Ana Cristina César, já tão acostumados a revirar pilhas e mais pilhas nos sebos para encontrar os livros das escritoras. É que Poética, lançado pela Companhia das Letras, reúne a obra de Ana C. num só volume.
Nele, estão presentes os livros Cena de Abril (1979), Correspondência Completa (1979), Luvas de Pelica (1980), A Teus Pés (1985), Inéditos e Dispersos (1985) e Antigos e Soltos: Poemas e Prosas da Pasta Rosa (2008).
O livro tem ainda uma seção que promete agradar bastante aos fãs da poeta: a visita à oficina, na qual estão presentes poemas inéditos de Ana Cristina César. A descoberta foi do poeta e compositor Mariano Marovatto, que encontrou poemas manuscritos e riscados no arquivo de Ana C. no Instituto Moreira Salles, onde se encontra seu acervo.
A curadoria editorial do livro e a apresentação são assinadas pelo poeta Armando Freitas Filho, depositário da obra e amigo da escritora.
"Ana Cristina César morreu há 30 anos. E está cada vez mais viva, vivíssima neste volume que devolve à circulação seus livros de prosa/poesia, em grande estilo para os novos leitores (mesmo os mais antigos se renovam nas releituras) que estão chegando ao seu encalço", Armando Freitas escreve na apresentação.
No apêndice do livro, estão presentes imagens de Ana Cristina e textos alheios sobre sua obra. Há ainda uma cronologia da vida da escritora que faleceu em 1983, depois de se jogar da janela da casa dos pais, aos 31 anos.
Vida e carreira
Ana Cristina César nasceu em 1952, no Rio de Janeiro. Ela é considerada um dos nomes mais importantes da "geração mimeógrafo", da década de 1970, e teve como amigos próximos os poetas Caio Fernando Abreu e Armando Freitas.
Ana C. morou em Londres, fez mestrado em comunicação e traduziu diversas obras para o português, como o conto Bliss, de Katherine Mansfield.
Fã da escritora, a atriz e roteirista Paula Lice conta o que mais a encanta na poética de Ana C. "Ela me pega pelas lacunas, acho que ela escreve de uma maneira enigmática, que me faz querer continuar lendo porque não sei de tudo de cara e posso continuar não sabendo", diz.