Linda, Olinda

Dílson Lages Monteiro

 
Linda e descalça
caminhas assim no céu
linda, Olinda
elevada sobre o mar
elevada  de espumas
azuis, meus olhos-teus
naturais.
 
nas ladeiras de velhas
histórias –e-adornos:
detalhes de minha pele
de deslumbramentos.
 
Lento esse olhar
das casas fechadas em si:
o  espelho e as tardes
nos sinos das capelas
O velho-novo repicar
do tempo em versos
linda e descalça, Olinda.
 
Lindo esse olhar
e a cidade
de idades incertas
de antes e depois
de todas as horas
e brasões
linda e descalça, Olinda.