[Flávio Bittencourt]

Lenda da etnia Tariana recolhida em 1891

Brandão de Amorim anotou essa narrativa mítica dos Tariano e Câmara Cascudo transcreveu-a em Literatura oral no Brasii

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(REPRODUÇÃO DE IMAGEM DA CAPA DE UMA OBRA RARA DE NUNES PEREIRA,

http://www.povosdamazonia.am.gov.br/genesinobraga/livros.htm)

 

 

 

 

"O rio Uaupés nasce na Colômbia, percorre parte do território do estado do Amazonas e vem desaguar no rio Negro um pouco acima da cidade de São Gabriel da Cachoeira"

(http://wikimapia.org/10594152/pt/Foz-do-rio-Uaup%C3%A9s-Amazonas)

 

 

 

 

"Etnias do Rio Negro

 

(...) Sociodiversidade

No que diz respeito a fatores como distribuição geográfica, línguas faladas e organização social, as 22 etnias da região do Noroeste Amazônico podem ser divididas em quatro conjuntos, abordados em diferentes seções:

1) Etnias do Rio Uaupés: distribuem-se pela bacia desse rio e outras bacias vizinhas ao sul. Em sua maioria, falam línguas da família Tukano Oriental. Organizam-se em fratrias e sibs patrilineares exogâmicos (grupos de descendentes de um ancestral comum que não casam entre si): Arapaso, Bará, Barasana, Desana, Karapanã, Kubeo, Makuna, Miriti-tapuya, Pirá-tapuya, Siriano, Tariana, Tukano, Tuyuka, Kotiria, Taiwano, Tatuyo, Yuruti (sendo que as três últimas habitam só na Colômbia).

2) Etnias Maku: Localizam-se predominantemente nas regiões interfluviais ao longo de uma linha de direção geral noroeste-sudeste, desde o Rio Guaviare, na Colômbia, ao Japurá, no Brasil, cortando a bacia do Uaupés. Organizam-se em grupos domésticos (de parentes próximos do marido e/ou da esposa) e regionais (aglomerado de aldeias próximas), que falam dialetos da família Maku: Dow, Hupda, Nadöb, Yuhupde, Kakwa, Nukak (as duas últimas habitam só na Colômbia).

3) Etnias do Içana: habitantes do Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate. Falantes de língua da família Aruak. Organizam-se em sibs e fratrias patrilineares exogâmicos: Baniwa e Kuripako.

4) Etnias do Rio Xié e do Alto Rio Negro: Habitam a região em que as fronteiras do Brasil, Venezuela e Colômbia se aproximam. A maioria é falante da Língua Geral, o nheengatu, introduzida pelos primeiros missionários, no século XVIII: Baré e Warekena [ou Werekena].

Localização e população

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O principal rio que corta essa região é o Negro, afluente do Amazonas que, antes de entrar no Brasil, tem o nome de Guainía e separa a Colômbia da Venezuela. No seu alto curso, ele recebe, pela margem direita, o Içana e o Uaupés (chamado de Vaupés na Colômbia). Abrange também o Rio Apapóris e seus afluentes, tributário quase inteiramente colombiano do Caquetá, uma vez que desemboca neste último após marcar um pequeno trecho da fronteira com o Brasil. Daí para baixo, o Caquetá passa a denominar-se Japurá (...)".

(http://pib.socioambiental.org/pt/povo/etnias-do-rio-negro/print)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-158596287-livro-literatura-oral-no-brasil-luis-da-camara-cascudo-_JM)

 

 

 

 

 

 Ficheiro:Brasão de São Gabriel da Cachoeira AM.png
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BRASÃO DE ARMAS DO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AMAZONAS, BRASIL,

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bras%C3%A3o_de_S%C3%A3o_Gabriel_da_Cachoeira_AM.png)

 

 

 

 

 

PREFEITO [DE SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA-AM] PEDRO GARCIA E VICE-PREFEITO ANDRÉ FERNANDO NA POSSE DOS SECRETÁRIOS E ASSESSORES

(http://www.saogabrieldacachoeira.am.gov.br/tipo_1.asp?dt=11/1/2009&nr_not=106&nr=47)

 

 

 

 

 

"(...) O município [DE SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA, ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL] é considerado um ponto estratégico pelo país, e por essa razão a cidade é classificada como área de segurança nacional, pela lei federal nº 5.449/68..

Foi o primeiro município brasileiro a escolher prefeito e vice-prefeito indígenas, já que em outubro de 2008, foram eleitos Pedro Garcia, da etnia tariana, para prefeito; e André Baniwa, da etnia Baniwa, para vice-prefeito. No município, nove de cada dez habitantes são comprovadamente indígenas. É o município com maior número de indígenas no país.

O município também é conhecido como Cabeça do Cachorro por seu território ter forma semelhante à da cabeça deste animal.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Gabriel_da_Cachoeira

 

 

 

 

 

"Antônio Brandão de Amorim, 1865-1926, amazonense, estudou medicina em Coimbra, secretário do Museu Botânico do Amazonas quando Barbosa Rodrigues era diretor, jornalista, proprietário de seringal. Amigo do conde de Stradelli, de Berardo da Silva Ramos (Beré), Amorim com o famoso Max J. Roberto visitava malocas, ouvindo amorosamente as tradições de Rio Negro e Rio Branco, recolhendo-as, graças às indicações do seu companheiro, em nheengatu, traduzindo-as. A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro publicou as ‘Lendas em nheengatu e em português’, tomo 100, volume 154, 2º de 1928, Rio de Janeiro, 1928. A tradição que transcrevo está às páginas 181-190 dessa coleção".

(LUÍS DA CÂMARA CASCUDO, nota em LITERATURA ORAL NO BRASIL)

 

 

 

 

 

"Soldado de descendência Indígena desfilando no
07 Set 2003. Batalhões de Infantaria de Selva
"

(http://www.defesanet.com.br/toa/indio_armas_1.htm)

 

 

[LEIA, POR FAVOR, NESTA MESMA COLUNA DO ENTRE-TEXTOS,

"A ONÇA PINTADA, OS ÍNDIOS E O GENERAL HELENO":

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-onca-pintada-os-indios-e-o-general-heleno,236,2833.html]

 

 

 

 

ETNIAS DO RIO UAUPÉS - TARIANA 

"Os índios que vivem às margens do Rio Uaupés e seus afluentes – Tiquié, Papuri, Querari e outros menores – integram atualmente 17 etnias, muitas das quais vivem também na Colômbia, na mesma bacia fluvial e na bacia do Rio Apapóris (tributário do Japurá), cujo principal afluente é o Rio Pira-Paraná. Esses grupos indígenas falam línguas da família Tukano Oriental (apenas os Tariana têm origem Aruak) e participam de uma ampla rede de trocas, que incluem casamentos, rituais e comércio, compondo um conjunto sócio-cultural definido, comumente chamado de “sistema social do Uaupés/Pira-Paraná”. Este, por sua vez, faz parte de uma área cultural mais ampla, abarcando populações de língua Aruak e Maku".

(http://pib.socioambiental.org/pt/povo/tariana)

 

 

 

 

 

 

 

12.12.2010 - O portal Jangada Brasil é amigo do público que busca avidamente relatos ancestrais indígenas - Em contrapartida, esse mesmo público sabe valorizar o esforço dos responsáveis pela alimentação de conteúdos desse portal, pessoas sérias que divulgam textos tão importantes quanto são, por exemplo, as narrativas tarianas.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

 

 

PORTAL JANGADA BRASIL

 

"A presente lenda foi contada pelo tuixaua Kaire, em 1891, conhecido com o nome de Marcelino. É o mais velho dos chefes tárias aldeados na antiga missão de São Calixto. O termo Tária, derivado, segundo a lenda, do trovão, tomou em português a forma tariana, hoje entre eles corrente. 

 

GENTE TÁRIA

1. Um dia, contam, trovão estrondou tão forte que um pedaço quebrou dele, esse pedaço foi tocar no céu, fez ferida nele, dessa ferida começou gotejar sangue mesmo em cima do trovão, aí secou.

2. No outro dia o trovão estrondou de novo, esse sangue que estava em cima dele virou carne.

3. No outro dia o trovão estrondou forte de todo, atirou em cima dele essa carne, essa carne foi cair no outro lado do mar, quando tocou em terra esmigalhou-se toda, cada pedaço levantou-se gente.

4. Como essa gente não sabia ainda os costumes deste mundo quando anoiteceu entraram todos numa gruta grande onde ficaram tristes por pensar que o dia não voltava mais.

5. No outro dia, quando viram vermelho o tronco do céu todos saíram da gruta para reparar bem.

6. Conforme o dia vinha aparecendo assim também eles iam ficando alegres.

7. Quando o sol apareceu todos olharam direto para ele.

8. Quando ele chegou no meio do céu sentiram alguma cousa fazer feio o coração deles.

9. Quando o dia já estava triste viram numa árvore um grande pássaro porção comendo a fruta dela, fizeram logo:

10. Han…

11. Treparam imediatamente na árvore, ali começaram também comendo fruta com os pássaros.

12. Quando já ninguém via bonito porque a noite tinha escondido tudo aos olhos da gente eles desceram da árvore, entraram de novo para a gruta.

13. Já no meio da noite chegou Daianire, dormiram logo.

14. Quando o dia já se vinha enfaceirando, eles foram também acordando um por um, cada qual deles olhava a toa por toda a parte, papagueava seu corpo como quem procura alguma cousa.

15. O sol já estava fora quando foram comer em cima daquela árvore.

16. Dois veados chegaram, começaram também comendo em baixo deles.

17. Dali a bocadinho, eles viram um dos veados trepar em cima do outro, fazer alguma cousa.

18. Como todos eram ainda como criança desceram um pouco para ver o que esses veados estavam fazendo.

19. Eles viram então o veado que tinha trepado meter no outro a sua carne.

20. Quando o dia já ficou triste os veados foram embora, eles também desceram da árvore, entraram logo na gruta.

21. Ninguém mesmo sabe do princípio como foi já para cada homem ficar junto de uma mulher.

22. Todos agora estavam mais tristes porque pensavam como na outra noite eles se tinham esquecido de si mesmos e por pensar também no que fizeram aqueles dois veados.

23. Daí a bocadinho chegou Mãe do Sono, fê-los dormir, depois dele chegou Mãe do Sonho, entrou no corpo dela e disse:

24. Antes de mostrar a vocês todas as cousas vou contar ainda a geração de vocês.

25. O vosso nome de origem é Tária, porque assim faz o estrondo do trovão.

26. Aí Mãe do Sonho virou todos eles veado, imediatamente eles começaram fazendo como os veados em baixo daquela árvore.

27. Quando acordaram antes do dia cada homem tinha no meio dos braços uma mulher.

28. Agora tinha alegre seu coração, as mulheres olhavam bonito para os homens.

29. Quando tiveram fome treparam logo naquela árvore para comer fruta, aí, contam, já estava pássaro também.

30. Daí a bocadinho, eles viram pássaros voarem, depois irem pousar na beirada do rio, aí tomar banho, beber água, depois voarem.

31. Eles desceram logo também, foram para a beirada do rio, aí tomaram banho, beberam água, sentiram imediatamente mais alegre o coração.

32. A noite veio, antes de dormir, eles fizeram ainda como os veados, abraçaram-se depois, assim dormiram.

33. No outro dia viram uma cobra pequena comer saúba, comeram logo também, viram que era gostoso.

34. Deste modo, contam, eles foram aprendendo tudo o que os animais faziam, assim como que Mãe do Sonho mostrava para eles durante a noite.

35. Por isso, ano porção depois, contam, já sabiam fazer criança,
frechar
, plantar roça, tudo o que a gente faz hoje.

36. O que só faltava para eles era andar como pato por cima d’água.

37. Eles achavam bonito de verdade pato ficar em cima d’água, ir para meio do rio, depois voltar para a beirada sem se molhar.

38. Cada dia eles iam para o porto, aí experimentavam o jeito de ficar em cima d’água, experimentaram porção de anos, não puderam aprender.

39. Um dia disseram já:

40. Como então nós aprendemos depressa tudo o que nossos olhos vêem de dia, de noite, não podemos fazer como pato!

41. Um dia, contam, um moço, filho do tuixaua, foi tomar banho, no porto encontrou um pau de bubuia, subiu logo para cima dele, começou remando com as mãos.

42. Nesse pau ele andou, chegou no meio do rio, depois voltou porque anoiteceu.

43. Quando ele chegou na cidade contou como tinha ido ao meio do rio como pato.

44. Toda a gente se alegrou logo, disse:

45. Amanhã, antes do sol aparecer, tu nos hás de ir ensinar para fazermos bonito como tu.

46. Quando a madrugada começou se enfaceirando pelo tronco do céu, homens, mulheres, crianças, tudo desceu para o porto.

47. O filho do tuixaua subiu logo para cima daquele pau, remou, aqueles que estavam vendo da beirada acharam bonito, fizeram éhê...

48. Quando ele voltou todos um por um foram também andar no pau como pato.

49. Esta noite ninguém dormiu. Todos disseram:

50. É bonito gente andar por cima d’água!

51. Aquele moço, contam, disse, então:

52. O que é bom de fazermos é tirar porção daquele pau, amarrá-los um no outro, depois nós todos iremos andar pelo rio.

53. Todos disseram por uma só boca:

54. Bonito! É bonito o que estás dizendo.

55. No dia seguinte os homens foram cortar pau, carregaram para o porto, amarraram uns nos outros.

56. Na outra manhã subiram logo para cima daqueles paus, cada qual levava sua comida, empurrando-se logo para o meio, começaram remando.

57. Todos tinham alegre seu coração, remaram bonito, direito para o meio do mar, não olharam para trás, ao meio-dia descansaram para comer.

58. Já então, contam, eles olharam para trás, já então, contam, eles viram somente uma fumaça grande, a terra se perdera.

59. Ninguém se espantou ainda.

60. Agora o vento soprava bonito, eles corriam com eles como frecha.

61. Já de tarde, contam, perguntaram uns aos outros para que lado estava a terra.

62. Ninguém respondia direito, anoiteceu, o vento os ia sempre levando, só no outro dia viram que se tinham perdido mesmo.

63. Três dias depois comida acabou, todos tiveram fome, eles iam sempre correndo com o vento.

64. Um deles tinha mais fome, viu tapuru porção no fundo do pau, tomou logo uma mão cheia deles, comeu.

65. Os outros viram também assim fizeram.

66. Já deste modo, contam, encheram a barriga deles.

67. Desde esse dia comeram desses tapurus.

68. Como já não podiam mais voltar, eles iam com o vento, remavam para ajudá-lo.

69. Assim, contam, caminharam muitas luas.

70. Um dia, contam, viram uma sombra escura diante deles todos gritaram logo:

71. Ali está nossa cidade!

72. Coração deles pulou de alegria, todos remaram bonito para chegar depressa.

73. Os pássaros já voavam por cima da cabeça deles quando foram encostar na praia onde os pássaros estavam pondo ovo.

74. Eles tiraram logo fogo do pau, assaram os ovos dos pássaros, depois comeram.

75. Como aí na beira da praia havia sombra de mato aí mesmo dormiram esta noite.

76. Quando acordaram no dia seguinte coração deles estava alegre, aí mesmo disseram todos:

77. Aqui mesmo nós vamos fazer nossa cidade.

78. Três luas depois cidade deles estava feita.

79. Depois, contam, um moço encontrou porção de rastro de gente por trás da cidade, foi dizer ao tuixaua:

80. O’ tuixaua, eu achei rastro de gente porção, penso que nos espiam.

81. O tuixaua espantou-se, perguntou imediatamente:

82 Julgas então que há outra gente além de nós Filhos do Sangue do Céu?

83. Eu, creio, agora tu para acreditares vamos ver com teus olhos.

84. Eles foram, quando chegaram onde estavam as pegadas o tuixaua fez enen…

85. As pegadas que ele viu eram direito as pegadas dele.

86. Andaram mais para diante, encontraram um cacete de âmago de pau.

87. Quando o tuixaua chegou na cidade mandou logo fazer frechas, curabis, cuidarus, fundas, para guerrear contra os que os estavam espiando.

88. Uma lua depois chegou gente, gente, cercaram logo a cidade.

89. Os Tárias também começaram logo frechando, lançando pedra contra seus inimigos.

90. Quando o sol desse dia já se queria sumir nenhum só dos inimigos dos Tária vivia mais.

91. O tuixaua mandou imediatamente pegar as mulheres dos seus inimigos para escravas.

92. Ninguém conheceu linguagem delas porque era diferente.

93. Deste modo elas passaram três anos nesse lugar sem lhes aparecer outra gente.

94. Como agora essas mulheres já falavam a língua dos Tárias o tuixaua perguntou:

95. Vocês querem será voltar para a terra donde vieram?

96. Elas responderam:

97. Não, porque os outros nossos parentes estão muito longe, é custoso lá chegarmos.

98. O tuixaua, contam, perguntou logo:

99. Então ainda tem outra gente será para diante de nós?

100. Elas responderam:

101. Sim, são porção mesmo, só não tem com que matar gente, tu mesmo podes acabá-lo com tuas pedras.

102. O tuixaua perguntou de novo:

103. Vocês me levam lá será?

104: Elas disseram já:

105. Nós levamos, só não ficamos mais porque nossos filhos já têm sangue de vocês.

106. Nessa mesma lua eles foram procurar essa gente, quando fez mão de luas chegaram lá.

107. Essa gente, contam, cercou logo os Tárias.

108. Todos eles vinham com cacetes, os Tárias encontraram-nos com frechas.

109. Batalharam, contam, três dias.

110. Quando esta gente já estava para acabar fugiu.

111. Todas as mulheres ficaram como escravas.

112. Deste modo, contam, os Tárias vieram chegando para aqui, eles vieram batalhando por todo o caminho com os outros povos.

113. Quando chegaram na boca deste rio já porção de tuixauas tinha morrido, tuixaua deles era então Buopé, [
1] já nosso princípio.

114. Eles foram subindo este rio, foram encontrando gente por toda a margem, quando chegaram da cidade de Cucuhy ele disse:

115. Tuixaua, já tem gente para cima, volta, procura lugar bonito por esses rios, faz a tua cidade.

116. Os Tárias desceram, entraram pelo Issana, subiram o Aiari, aí encontraram os Seusy-Tapuias.

117. Aí ficaram para descansar.

118. Um dia, contam, os Tárias foram caçar, com eles foram alguns Seusys.

119. Caça que aparecia diante dos Tárias estes matavam, não erravam.

120. Os Seusys tomaram medo, foram, contam, contar ao tuixaua.

121. O tuixaua, contam, não sabia como dizer para Buopé sair da terra dele.

122. Alguns dias depois disse a Buopé:

123. Tuixaua, para este lado tem um rio grande onde ainda não há gente, vai para lá, porque eu não quero que tu mates toda a caça das minhas matas.

124. Buopé, contam zangou-se por isso, disse no amargor do seu coração:

125. Levanta, vais morrer!

126. O tuixaua dos Seusys já ia fugindo quando o curabi de Buopé se cravou no tronco do pescoço dele, fê-lo cair sem vida no chão.

127. A gente de Buopé viu ele matar o tuixaua dos Seusys, começou também matando essa gente.

128. Somente alguns ficaram vivos porque caíram na cachoeira, água os escondeu do curabi dos Tárias.

129. No dia seguinte Buopé com a gente dele entrou no mato a dentro procurando este rio.

130. Já de tarde, contam, chegaram da cabeceira do Ygarapé da Arara, [
2] daí desceram para a Iauaraté-Cachoeira, [ 3] aí fizeram cidade deles.

131. Daí, contam, Buopé começou já guerreando contra toda a gente.

132. Matou, enxotou quem não quis ficar vassalo dele.

133. Matou toda a gente Arara porque Iauhixa, tuixaua deles, mandou matar seu filho ainda menino que se chamava Pacudána. [
4]

134. Uauhi, [
5] filha dele, casou-se com Nhánfure.

135. Nhánfure era filho do tuixaua dos Uananas, por isso ele não os acabou também.

136. Depois de matar todos os seus inimigos, ele ia para o porto, aí fazia um funil de folha, cuspia dentro, assoprava, depois deixava-o de bubuia, a água o levava para baixo.

137. Assim fazia para chamar nova gente para este rio por meio de sua pajeçagem.

138. Dois anos depois, apareceram-lhe os Uerekenas, pedindo lugar para fazerem sua cidade.

139. Buopé disse logo que sim, deu o tronco da Serra do Tucano [
6] para fazerem sua cidade.

140. Como eles já eram agora vassalos de Buopé podiam andar por todo o rio.

141. Uma porção deles passou para o Papori, [
7] outra seguiu direito pela mãe do rio.

142. Uma lua depois Buopé soube que os Uerekenas que seguiram pelo Papori comiam gente por lá.

143. No dia seguinte soube também que esses que foram direito pelo corpo do rio também comiam gente.

144. Ele mandou logo seu filho Koeuánaka matar esses comedores de gente, o resto ele mandou para a boca deste rio.

145. Ano porção depois os Coatis, Seusys, Boiaçus atravessaram do Issana para o Kerari e Kuduiari comendo todas as gentes que encontravam por lá.

146. Buopé mandou logo seu filho Kare matar todos eles, deles tomar as mulheres e crianças verdes.

147. Assim, contam, Kare fez, ele andou por lá a contagem de uma mão de anos. [
8]

148. Depois de passarem muitos anos uma noite, contam, Buopé sonhou que tinha morrido, ele viu seu próprio corpo já sem sombra, gente porção chorava perto dele.

149. Quando acordou chamou todos os seus filhos, disse para eles:

150. Eu já vou morrer, porque Mãe do Sonho assim me mostrou essa noite.

151. Tu, Koeuánaka, como és o mais velho de teus irmãos, ficarás dono de todas as nossas cidades.

152. Tu, Kare, serás o cabeça dos guerreiros de teu irmão.

153. Contem, nas noites de luas, como meu nome ficou famoso nesta terra, embaixo deste Sol.

154. Antes da madrugada seguinte Buopé fez hum!… hum!….

155. Toda a gente dele estava a seu lado.

156. Quando o Sol saiu ele morreu.

157. Todos os que estavam aí, contam, viram um beija-flor saiu do corpo dele, ir direto para o céu.

158. Koeuánaka tomou logo, contam, todas as cousas de seu pai, foi deixar na casa de pedra, [
9] depois veio chorar a morte dele.

159. Já só vagamente ouvi três anos depois tiraram seus ossos, foram deixar junto das suas cousas.

160. Assim meus avós e meu pai contam nosso princípio.


Notas:

1. Buopé: esse nome que segundo a lenda era do primitivo chefe que conduziu os Tárias, fixando-os no rio Ucaiari, estendeu-se à nação, donde hoje o chamar-se também esse rio o rio dos Buopés ou mais simplesmente o rio Buopé. Ao influxo de línguas estranhas esse nome tomou novas formas, tornando-se Uaupé, Uaupés, Waaupéz, Bouaupés, Goaupé, Aupés e Uayupez. O seu nome primitivo, isto é, Ucaiari, é pronunciado e ordinariamente escrito com a queda da inicial, devida talvez à tendência de considerá-la como artigo. Esse nome não é exclusivo dele, mas acha-se dado a muitos outros, não só afluentes do rio Negro, como também do Amazonas. Sabe-se que era esse nome primitivo do rio Madeira, e sofrida apenas a permuta do r em l, é o de um afluente do Alto Amazonas, isto é, do Ucayáli ou Ucaiale. No rio Branco tem o mesmo nome um afluente, acima do Cauamé; Araújo Amazonas ainda o escreve corretamente, mas hoje em dia a forma corrente é Cajari. Há ainda, no rio Negro, um outro afluente do mesmo nome acima de Maracabi e no Solimões um outro em frente do canal Manhana. Esse nome também se acha escrito Ucayari, Cayari, Ucajari e como acima já notamos, Cajari. Wallace, em sua carta, escreve Uacajari. Convém notar que o y, nas formas em que aparece, vale por um i agudo, e sendo a inicial do segundo componente desse vocábulo, indica não haver ditongo, devendo ele ser lido Uca-iári. A tônica, no português, devido talvez ao nheengatu, deslocou-se tornando agudo o vocábulo, tendo-se conservado grave no castelhano como se vê em Ucaiale, Cassikiare, Guaviare e muitos outros. Em Kiiari, nome primitivo do rio Negro, escrito Quiari, donde o ser também Cuyari, vê-se mais uma vez a queda da inicial; Condamine, que aliás o confundiu com o Ucayari, ainda o escreveu Uquiari. Segundo o padre Noronha, Ucaiari significa rio de água branca na língua dos Manais e Barés.

2. O Yarapé da Arara fica logo abaixo da Cachoeira do Caruru, ao lado esquerdo, donde começa a seguir para a foz o domínio dos Tárias.

3. Iaruaté-Cachoeira: é a segunda cachoeira de Ucaiari, a contar de Ipanoré ou Ipunoré que é por alguns considerada como propriamente a primeira, e segundo outros a quinta. A sua povoação foi uma das mais populosas.

4. Pacudana foi o último filho de Buopé. Os outros foram Kare, Koeuánaka Fué e Tumunine. As filhas foram Kuae, Anassanduá, Ananció, Bari e Uauhi. Estes nomes são dados apenas a descendentes de tuixauas. O de Buopé ficou nele, a ninguém mais tendo sido até hoje dado para, dizem os tarianas, não profanarem a sua memória.

5. Uauhi, que tanto sangue fez derramar, tinha entre os Uananas o nome de Pitiapo, que no tupi corresponde a Surucuá. Com esse nome de Pitiapo publicou em 1900 o meu amigo e companheiro de viagem ao Alto Rio Negro. E. Stradelli, um poemeto decalcado sobre a lenda que adiante se encontra entre as lendas Uananas. Anassanduá tem também o nome de Dassuen.

6. A serra do Tucano fica acima da Tupana-roka. Em frente fica uma ilha chamada a ilha do Demo (Tabaco).

7. O Papori, afluente da margem direita, acima da Iauaraté-Cachoeira, é o mesmo a que Noronha, e Sampaio chamam Capuri.

8. À esquerda do Cobio-Paraná, ao lado da serra do Japu, no começo do campo que se prolonga até às margens do Apapuná, existem duas grutas. Em uma delas, mostram os tarianas, esteve Kare aquartelado com a sua gente à espera dos Boiaçus que se haviam refugiado na cachoeira do Biarahibo, que é a última do Ucaiari.

9. Os tarianas guardam até hoje absoluto segredo sobre esta gruta ou casa de pedra, onde foram depositados os restos de Buopé, suas armas e utensílios".

(Recolhida por Brandão de Amorim. In CASCUDO, Luís da Câmara.
Literatura oral no Brasil)".
 

(http://www.jangadabrasil.com.br/agosto60/indios.htm) 

 

 

 

 

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SAMBÓDROMO DE MANAUS, CARNAVAL DE 2010:

A ESCOLA DE SAMBA VITÓRIA RÉGIA

SAUDOU OS MEMBROS DA A. A. L.

(ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS),

COM MENÇÃO A BUOPÉ, TAMBÉM:

"ALA 3: BUOPÉ: GUERREIRO MAGNÍFICO DO UAUPÉS"

(PORTAL DA CBN / MANAUS)

 

  

"Carnaval 2010


8. G.R.E.S.VITÓRIA RÉGIA
Enredo: “Cantando o pensamento na Amazônia, a Verde e Rosa saúda os imortais.”
Presidente: Mauricio Vieira de Castro
Carnavalesco: Junior Thompson
Autor: Joca de Carvalho (Joca do Cavaco)
Desenvolvimento: Chico Cardoso

Roteiro do desfile
Setor I – “Abram Alas para a Academia”
Num cenário nada propício, pois a borracha caia vertiginosa no mercado internacional e a economia sofria as agruras da Guerra Mundial, intelectuais de diversas áreas, dispostos a formular o pensamento voltado para as questões culturais de nosso Estado e região, em 1918 precisamente, fundam a Academia Amazonense de Letras. As trinta primeiras poltronas foram ocupadas por nomes ilustres da época, como Adriano Jorge, Álvaro Maia, Araújo Lima, Dorval Porto, Heliodoro Balbi, Huascar de Figueiredo, Nunes Pereira, Josué Cláudio de Souza, Mário Ypiranga Monteiro para citar alguns. Começa, assim, a trajetória do pensamento imortalizado no Amazonas.
COMISSÃO DE FRENTE: “Os Imortais da Academia”
A Comissão de Frente vem trajando o fardão da Academia Amazonense de Letras (esmolque) trazendo em seu resplendor (costa de plumagem) o brasão da Academia, com 15 bailarinos que formam os imortais da Academia Amazonense de Letras, representando a cerimônia de posse dos imortais numa coreografia em que interagem com o público e com as cadeiras.
A frente do Carro Abre-Alas virá um tripé que receberá as cadeiras que representam as poltronas da Academia Amazonense de Letras e interagir-se-á com a Comissão de Frente.
CARRO I (ABRE-ALAS): “Academia Amazonense de Letras”
Esta alegoria, quando vista de frente, tem como destaque o símbolo maior do GRES Vitória-Régia.Traz, também, uma mesa de reuniões; ao fundo a fachada da Academia Amazonense de Letras com um destaque principal representando os imortais da Academia; tochas nas laterais e vários destaques de composição.
ALA 1: “Flor de Pedra” (Heliodoro Balbi)
Poucos fragmentos da obra desse ilustre literato chegaram aos nossos dias, devido a um incêndio criminoso no prédio de seu jornal. Abrimos as alas em homenagem a sensibilidade desse imortal, o Heliodoro Balbi.
ALA 2: “Moronguetá, Um Decameron Indígena”
Uma homenagem ao maior indigenista da Amazônia, Nunes Pereira, referência a todos os naturalistas que pisaram no solo úmido da Amazônia.
ALA 3: “Buopé – Guerreiro Magnífico do Uaupés”
A literatura que vai navegar no universo indígena, representado em nosso desfile pela Obra de Epaminondas Barahuna, imortal da Academia Amazonense de Letras.
1° CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: “O livro e a Sabedoria”
O livro é o tema que inspirou a composição do primeiro casal. A Porta-Bandeira e o Mestre-Sala carregam em suas fantasias livros de diversos tamanhos e cores, agrupados cuidadosamente para que a forma da fantasia possa alcançar o sublime, como é a literatura em busca da sabedoria.
ALA 4 (BATERIA): “Inspiração Amazônica”
Os ritmistas da bateria NOTA 10 da Praça 14 de Janeiro, vestem uma fantasia criada a partir da maior inspiração de nossos poetas e escritores, que é a Amazônia, como cenário de uma literatura humanista, moderna e reveladora. Inspiração Amazônica, portanto, é nossa homenagem a nossos escritores na figura de Arthur Cezar Ferreira Reis, astro de primeiríssima grandeza no cenário literário amazônico.
ALA 5: “Segredos da Flora Amazônica”
A literatura que vai revelar ao mundo as riquezas da Amazônia começa com os escritores da Academia Amazonense de Letras, aqui representada pela obra de Aurélio Pinheiro.
ALA 6: A Amazônia – “A Terra e o Homem” (ribeirinho)
Uma referência ao pensamento sobre o homem e a região, desde a fundação da Academia Amazonense de Letras, na obra de Araújo Lima. Aqui representada por nossa comunidade na ala sincronizada.
Setor II: “Pensamento a Amazônia”
Com o surgimento da Academia Amazonense de Letras, nasce uma literatura particular, voltada para os aspectos que caracterizam a singularidade da Amazônia. Neste setor, mostraremos obras dos imortais que pensaram a Amazônia como Álvaro Maia e Djalma Batista.
CARRO II: “Amazônia, Literatura da Floresta”
Uma homenagem a dois vultos da literatura amazônica, Álvaro Maia e Djalma Batista, cujas obras deram larga contribuição para a compreensão do homem simples dos beiradões de nossos rios e sua enorme força cultural no convívio com a natureza.
ALA 7: “Canção de Fé e Esperança”
Uma das mais importantes obras de Álvaro Maia que o destacou no meio literário e fez com que o concite para a Academia Amazonense de Letras fosse formulado em 1918, passando a ser um de seus fundadores.
ALA 8: “Beiradão”
Obra que reflete sobre o homem que vive nos beiradões dos rios amazônicos, caminho da literatura que evidencia a vida na Amazônia. Outra obra de Álvaro Maia.
ALA 9: “Banco de Canoas”
No silêncio dos rios, em sua canoa o caboclo pensa a vida e descobre que o banco da canoa é o lugar onde começa a vida na Amazônia. Obra de Álvaro Maia.
ALA 10: “Codajás, Comunidade Amazônica”
ALA 11: “Letras da Amazônia”
ALA 12: “Da Habitabilidade na Amazônia”
As três principais obras de Djalma Batista, representadas nas alas de números 10, 11 e 12, fecham o setor sobre a literatura na floresta, posto que é considerado uma das glórias da Amazônia, justamente por enveredar, com sua literatura, pela Amazônia.
Setor III: “Amazônia, Literatura da Floresta”
Este setor faz uma homenagem a primeira mulher a ingressar na Academia Amazonense de Letras, a poetiza Violeta Branca, eleita em 1949. Violeta nasceu em Manaus, no ano de 1912 e foi amplamente elogiada por sua rara sensibilidade estética. Sua obra “Rithmos de Inquietude e Alegria” nos dá referencia da poesia amazonense para o desenvolvimento deste setor, dedicado a Violeta e a todos os poetas de nossa terra.
CARRO III: “Violeta Branca”
Uma homenagem a primeira mulher a ingressar na Academia Amazonense de Letras e sua obra. O carro será construído, ainda, com referência a poesia dos imortais da Academia Amazonense de Letras como: Aldízio Filgueiras, Élson Farias, Luiz Bacelar, Aníbal Beça e Thiago de Melo.
ALA 13 (BAIANAS): “Musas Caboclas”
Homenagem a todas as mulheres que ocupam um lugar de destaque na Academia Amazonense de Letras, chamadas carinhosamente pelos imortais de musas caboclas, aqui representadas por nossas nobres senhoras da comunidade da Praça 14 de Janeiro, as nossas “baianas”.
ALA 14: “Tauacuéra”
Referente à poesia de Elson Farias.
ALA 15: “Varanda de Pássaros”
Referente à obra do poeta Jorge Tufic.
ALA 16: “Frauta de Barro”
Referente à obra do grande poeta Luiz Bacelar.
ALA 17: “Amazonas, Pátria d’Água”
Referente à obra do grande poeta Thiago de Melo.
Setor IV: “O Folclore de Mário Ypiranga”
Mário Ypiranga Monteiro, eleito em 1949, é o autor mais importante que o Estado possui quando se trata do folclore amazonense. Sua contribuição está justamente na documentação de todas as manifestações folclóricas do Amazonas, mostrando a diversidade da obra acadêmica.
CARRO IV: “Roteiro do Folclore Amazônico”
Em referência a uma das obras mais importantes de Mário Ypiranga Monteiro, esta alegoria apanha elementos singulares das danças folclóricas do Amazonas, mostrando a diversidade da obra acadêmica.
ALA 18: “Ciranda”
ALA 19: “Boi Bumba”
ALA 20: “Quadrilha”
As alas de números 18, 19 e 20, usam referência a obra do escritor Mário Ypiranga Monteiro e sua vasta produção literária sobre o folclore.
2° CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: “Festas Juninas”
Também referente a uma das obras do escritor Mário Ypiranga Monteiro.
ALA 21: “O Regatão”
ALA 22: “A Catedral”
ALA 23: “Teatro Amazonas”
As alas de números 21, 22 e 23 usam referências das obras de relevante importância do Professor Mário Ypiranga Monteiro. Desta vez sua incursão na história para revelar aspectos da cidade de Manaus, fechando o setor.
Setor V: “O Livro na Amazônia”
O ultimo setor do desfile do GRES Vitória-Régia presta uma homenagem aos escritores da Academia Amazonense de Letras, escolhendo o escritor Márcio Souza como representante da produção literária e intelectual de nossos dias. Seja pelo conjunto de sua obra, destacando “Galvez, O Imperador do Acre”, bem como o seu teatro indígena com “A Paixão de Ajuricaba”.
ALA 24: “Galvez, O Imperador do Acre”
Referente ao primeiro romance de Márcio Souza que o projetou nacional e internacionalmente.
ALA 25 (ALA SHOW): “As Folias do Látex”
Obra que foi interditada pela censura na ditadura militar e provocou reação de apoio em todo país.
ALA 26 (ALA SINCRONIZADA): “As Palavras Literárias”
É uma ala bem especial, composta por nossa comunidade, que irá interagir com o 5° carro, onde os integrantes subirão para formar palavras literárias dentro do livro através de uma belíssima coreografia.
CARRO V: “O Livro na Amazônia”
Esta alegoria encerra o desfile do GRES Vitória-Régia, mostrando livros diversos em cores e tamanhos, onde estarão presentes vários dos imortais da Academia Amazonense de Letras, como os senhores: José Braga (Presidente), Cláudio Chaves. Max Carpentier, Aldízio Filgueiras, Élson Farias, Rosa Brito, Mário Ypiranga Monteiro Neto, Almir Diniz.
ALA 27 (VELHA GUARDA): “Sabedoria Acadêmica”
Composta pelas figuras mais ilustres de nossa comunidade, pelos eméritos e históricos membros da Vitória-Régia.
ALA 28 (OS COMPOSITORES): “Letras Literárias”
Composta por compositores da velha e da nova gerações de artistas e poetas da comunidade “BERÇO DO SAMBA”.

Samba-enredo:
Autores: Marinho Saúba, Onécio Torres, Rodrigo Novaes, Lúcio Júnior e Edmundo Soldado.

Letra:

OS IMORTAIS
RISCANDO O CHÃO DE POESIA
IMORTALIZANDO O PENSAMENTO
ESTAMPADO NA FANTASIA
APÓS O TEMPO SOMBRIO, UMA ESTRELA SURGIU
ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS
ILUMINANDO O CÉU DO PENSAR
DO CABOCLO SONHADOR
QUE NO BEIRADÃO É REVELADO
ATRAVÉS DE LITERATURAS MAGISTRAIS
NO JARDIM DA INSPIRAÇÃO: MUSAS CABOCLAS
FLORES LENDÁRIAS DA MAIS BELA CRIAÇÃO

SOU POETA TROVADOR... EU SOU!
VIAJANDO NA CANÇÃO... QUE EMOÇÃO!
LINDA AQUARELA, PERFEITA HARMONIA
VITÓRIA-RÉGIA COM OS FARDÕES DA ACADEMIA

NA ARTE, EXPRESSÃO DE LIBERDADE
CONSTELAÇAO DE CULTURA
FOLCLORE NOSSA IDENTIDADE
QUE MARAVILHA! O TEATRO
NOS ATOS, A ÓPERA DA VIDA
RETRATANDO A SAGA DO HOMEM DA FLORESTA
QUE LUTA E NÃO SE VERGA
EM BUSCA DE UM FUTURO PROMISSOR
TEM SABEDORIA E DESTREZA
O DESTEMIDO GUARDIÃO DA NATUREZA

ALÔ PRAÇA 14!
BERÇO DO SAMBA, EU TE AMO DE PAIXÃO
SOU VERDE E ROSA SOBERANA DA FOLIA
CANTANDO A HISTÓRIA DA NOSSA ACADEMIA".
 

(http://www.cbnmanaus.com.br/site/gres_vitoriaregia.php)

 

 

 

SOBRE A FUNDAÇÃO DA A. A. L., leia, por favor,

nesta mesma Coluna:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-criacao-da-academia-amazonense-de-letras,236,5249.html

("A criação da Academia Amazonense de Letras",

matéria imediatamente posterior a esta que você lê)

 

 

 

VISITE SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA!

 

 

 

MERGULHE NO FABULOSO RIO NEGRO,

sem medo de JACARÉS, PIRANHAS,

PEIXES CANDIRUS e outros bichos

impressionantes, MAS EVITE FICAR

LONGE DE ANIMADOS GRUPOS DE

BANHISTAS FLUVIAIS E LACUSTRES e evite,

também, pular nu na água (*risos*) ou com

ferimentos que estejam sangrando!

 

 

(Não jogue plásticos e outros resíduos

de consumo como latas, na água - nem

na beira de rios e lagos ou na floresta -, 

assim ajudando a proteger os

ecossistemas naturais amazônicos...

E DENUNCIE À AUTORIDADE POLICIAL

MAIS PRÓXIMA QUALQUER EVENTO

DE PROSTITUIÇÃO DE MENORES QUE VOCÊ

EVENTUALMENTE VENHA A PRESENCIAR,

na Amazônia, como em qualquer lugar do Brasil!)