Porto das Barcas e o Rio Igaraçu, na Parnaíba, litoral do Piauí
Porto das Barcas e o Rio Igaraçu, na Parnaíba, litoral do Piauí

Diego Mendes Sousa tem em "Velas Náufragas" (Editora Penalux, 2019) dois livros, cada um com a sua autonomia: o livro dos Cantos e o livro das Líricas.

O primeiro, como o próprio subtítulo sugere (Alma litorânea), é um Canto Geral, de asas abertas, epopéico e ufanista. Canto dos homens, de um povo e de um lugar. Foi a parte com a qual mais me identifiquei.

O segundo, o da Lírica, já vi como uma lente mais particular do poeta, do detalhe, do flagrante, do cotidiano dos seres e das coisas, mais reservado, contido e mais impessoal.

Ambos são a Parnaíba, que disputa seu espaço com Altaíba, sua cidade imaginária. Há momentos em que estão sobrepostas, outras vezes escoteiras, ladinas.

Opus I me deixou mais cúmplice do livro, talvez por isso tenha gostado mais. Mas, no Opus II, há poemas de rara beleza, com destaque para "Alto-mar" e "Poseidon". Pura poesia!

Todo escritor tem a sua Macondo particular ou a sua Pasárgada, por isso falei 'asas abertas', como o voo do condor.

Poesia confessional. Não separa o sujeito e o objeto. Diego Mendes Sousa é o próprio observador mergulhado no objeto.

A obra contém passagens belíssimas.
A série dos "aprendizados" é fantástica!
Poemas que me impactaram.

Diego Mendes Sousa é um trovador! Suas velas aportam em porto seguro.



Depoimento de João Luiz Rocha do Nascimento, escritor e jurista.