Ultimas notícias sobre o caso da aluna vítima de violência

 
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Segundo a ministra, a ouvidoria da SPM já havia solicitado à Uniban explicações sobre o caso, inclusive perguntando quais medidas teriam sido tomadas contra os estudantes que hostilizaram a moça. Nesta segunda-feira, 9, a SPM deve publicar nova nota condenando a medida e provocando outros órgãos de governo como o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Educação (MEC) a se posicionarem.

As cerca de 300 participantes do seminário A Mulher e a Mídia decidiram divulgar, ainda neste domingo, moção de repúdio à Uniban pela expulsão da estudante Geisy Arruda, que foi hostilizada no dia 22 do mês passado por cerca de 700 colegas, por usar um vestido curto durante as aulas. Aluna do primeiro ano do curso de turismo, Geyse foi expulsa da instituição, que tem sede em São Bernardo do Campo (SP). A decisão foi divulgada em nota paga publicada hoje em jornais paulistas.

A decisão da Uniban também foi reprovada pela deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), uma das participantes do seminário. Segundo a deputada, a expulsão de Geisy não se justifica e parte de um "moralismo idiota". "Mesmo que ela fosse uma prostituta, qual seria o problema da roupa? Temos que ter tolerância com a decisão e postura de cada um", afirmou Erundina.

A socióloga e diretora do Instituto Patrícia Galvão, Fátima Pacheco, discordou da decisão e questionou o argumento da universidade de que a aluna "teria tido uma postura incompatível com o ambiente acadêmico", conforme diz a nota da Uniban. "Ela não infringiu nada. Ela estava vestida do jeito que gosta, da maneira que acha adequado para seu o corpo e a interpretação do abuso, da falta de etiqueta é uma interpretação que não tem sentido"’, disse Patrícia. "É uma reação à mulher e à autonomia sobre o seu corpo. Não se faz isso com rapazes sem camisa, com cueca para fora ou calças rasgadas", completou a socióloga.

Para a psicóloga Rachel Moreno, do Observatório da Mulher, a reação dos estudantes e da universidade refletem posições contraditórias e "hipócritas" da sociedade em relação à mulher. "Por um lado, a nossa cultura diz que a mulher tem que ser valorizar o corpo, afinal de contas, tem que ser bonita, tem ser gostosa e tem que se mostrar. Por outro lado, a mulher é punida quando assume tudo isso com tranqüilidade."

Isso quer dizer que, para a sociedade, em termos de sexualidade, a mulher deve ser objeto de desejo e não de manifestar o seu desejo, sua sensualidade, concluiu Rachel.

O Movimento Feminista de São Paulo prepara manifestação nesta segunda-feira, 9, às 18 horas, em frente à Uniban. Na convocação, o movimento pede que as manifestantes compareçam usando minissaias ou vestidos curtos.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) também condenou a decisão da Uniban.

A UNE, segundo ele, vai chamar a atenção de outras instituições para que recebam a aluna, se for o caso, inclusive oferecendo bolsas de estudo a ela. "Não podemos permitir que ela interrompa sua trajetória escolar por causa disso", completou Chagas. Ele demonstrou ainda preocupação com a possibilidade de o caso gerar reações negativas quanto à organização coletiva de estudantes. Segundo o presidente da UNE, a falta de espaço de mobilização dos alunos para assuntos importantes da vida acadêmica é um dos fatores que propiciam esse tipo de interação não saudável.

Em nota publicada neste domingo em jornais de São Paulo, Estado onde fica a Uniban, a instituição responsabiliza a aluna pelo episódio ocorrido no último dia 22, quando estudantes formaram uma multidão que a ameaçou de linchamento por causa da roupa que ela usava. "Foi constatada atitude provocativa da aluna, que buscou chamar a atenção para si por conta de gestos e modos de se expressar", diz a nota da Uniban. A instituição considerou ainda que a atitude dos outros alunos foi uma "reação coletiva de defesa do ambiente escolar".

Apesar de também suspender, temporariamente, das atividades acadêmicas os demais alunos envolvidos e devidamente identificados no incidente, a universidade ressaltou o apoio a seus "60 mil alunos injustamente aviltados" pela cobertura midiática sobre o caso.

A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), informou neste domingo, 8, que que vai cobrar da Universidade Bandeirante (Uniban) explicações sobre a decisão de expulsar uma aluna que usava um vestido curto e sobre o andamento das medidas contra estudantes que a "atacaram verbalmente". Nilcéa condenou a decisão de expulsar a universitária e disse que a atitude da escola de demonstra "absoluta intolerância e discriminação". "Isso é um absurdo. A estudante passou de vítima a ré. Se a universidade acha que deve estabelecer padrões de vestimenta adequados, deve avisar a seus alunos claramente quais são esses padrões", disse a ministra à 'Agência Brasil', ao chegar para participar do seminário seminário A Mulher e a Mídia.

Em anúncio pago publicado nos jornais deste domingo e que já circulam neste sábado, a Uniban informou a expulsão da aluna Geisy Arruda. Diz o texto que a moça adotou uma “postura incompatível com o ambiente da universidade” e que ela provocou os colegas ao fazer “um percurso maior que o habitual”, desfilando todo o seu “desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”.As cerca de 300 participantes do seminário A Mulher e a Mídia decidiram divulgar, ainda neste domingo, moção de repúdio à Uniban pela expulsão da estudante

A decisão da Uniban também foi reprovada pela deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), uma das participantes do seminário. Segundo a deputada, a expulsão de Geisy não se justifica e parte de um "moralismo idiota". afirmou Erundina

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, considerou "descabida" a decisão da Universidade Bandeirante (Uniban) de expulsar a aluna após o episódio em que ela foi humilhada por outros alunos.

A culpa é da vítima

Esse desfecho já era esperado. Desde quando houve a sindicância o advogado de Geyse reclamou sobre o tipo de interrogatório que estava sendo promovido ali. Perguntas e mais perguntas sobre a vida pessoal de Geyse, suas roupas, seu comportamento, etc. Depois na quinta-feira em um propgrama de TV, também o assessor jurídico disse que eles iriam investigar se ela provocou, se não provocou, se ela tinha o hábito de ir com aquelas roupas, ou não, e que os alunos, professores e funcionários iriam ser ouvidos, porque ele estava impressionado como que na universidade há tantas meninas que usam vestidos curtos e roupas decotadas e ainda assim não ocorre o que ocorreu com Geyse. Alguma causa há, dizia ele.

E mesmo a ministra Nilcea Freire tendo enviado um documento para a Uniban no qual dizia, entre outras coisas:“Justificar qualquer crime ou mesmo discriminação contra a mulher só faz propagar a cultura sexista de gênero, pois afasta a culpa dos agressores, transmitindo a fatores secundários como o uso inadequado de roupas, comportamento provocativo ou ainda à conduta da mulher”...Parece que ninguém deu muita bola para ministra.

Expulsão de aluna da Uniban chega à mídia internacional

Em artigo, o New York Times, a história de Geisy. Ao final do texto, o jornal diz que, apesar de o Brasil ser conhecido por suas roupas sumárias, a maior parte dos estudantes usam roupas mais modestas nas universidades, como jeans e camisetas.Outros jornais que deram destaque para o caso foram o Guardian e o Daily Telegraph, ambos do Reino Unido. Além disso, a versão on-line da rede americana CBS traz matéria sobre a expulsão da estudante.


MEC pedirá explicações sobre expulsão da estudante

O Ministério da Educação vai pedir explicações à Universidade Bandeirante (Uniban) sobre a expulsão da estudante Geisy Arruda, ameaçada de agressão por colegas depois de ir à faculdade com um vestido curto. A secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dallari, disse ao jornal O Estado de S.Paulo que a instituição será notificada oficialmente, dentro de um processo de supervisão especial que pode ser aberto a qualquer momento quando há denúncias.

"Uma universidade tem uma obrigação educacional que precisa estar presente em todos os momentos. É um local não apenas de convivência, mas de formação de valores. Esse caso me parece ter um forte caráter de gênero", afirmou Maria Paula. "O MEC tem o dever de pedir explicações. Seria a mesma coisa em um caso de racismo".

A secretária ressalta que todas as informações que teve até agora vieram das reportagens de jornais e da nota paga publicada pela Uniban hoje para justificar a expulsão de Geisy. Por isso, não pode adiantar que medidas poderiam ser tomadas. Isso será feito depois de ouvir a instituição.

"Uniban expulsa aluna vítima de violência

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) decidiu expulsar a estudante de Turismo Geisy Arruda, de 20 anos, que foi perseguida, encurralada e xingada por um grande grupo de alunos nos corredores da instituição, no câmpus de São Bernardo, porque usava um vestido curto. Ela saiu do local escoltada pela polícia. O tumulto ocorreu no dia 22 de outubro e ganhou repercussão, gerando debates sobre intolerância na sociedade, após vídeos terem sido colocados do Youtube.

"Com o término da sindicância e da apuração dos fatos, a universidade decidiu desligar Geisy de seu quatro de estudantes por entender que ela foi responsável, que provocou a situação com sua atitude", afirmou ao Estado o assessor jurídico da Uniban, Décio Lencioni Machado. "Nunca tinha acontecido isso e outras meninas usam vestidos e saias curtas. Ocorreu com ela por causa de sua atitude em querer aparecer, desfilar na rampa, tirar fotos e passar pelas salas", justifica. A sindicância da instituição decidiu também que suspenderá temporariamente os estudantes envolvidos no tumulto e advertirá funcionários que também foram identificados.

Geisy, que foi informada sobre a decisão pela reportagem, contou que vai recorrer à Justiça. "A Uniban vai comprar uma briga maior ainda", disse ela, na tarde de ontem. "Eu não sou um problema. Os alunos é que agiram como bichos", afirmou a jovem, que trabalha em um mercado perto de sua casa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo."


"Uniban expulsa aluna vítima de violência

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.



A Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) decidiu expulsar a estudante de Turismo Geisy Arruda, de 20 anos, que foi perseguida, encurralada e xingada por um grande grupo de alunos nos corredores da instituição, no câmpus de São Bernardo, porque usava um vestido curto. Ela saiu do local escoltada pela polícia. O tumulto ocorreu no dia 22 de outubro e ganhou repercussão, gerando debates sobre intolerância na sociedade, após vídeos terem sido colocados do Youtube.


"Com o término da sindicância e da apuração dos fatos, a universidade decidiu desligar Geisy de seu quatro de estudantes por entender que ela foi responsável, que provocou a situação com sua atitude", afirmou ao Estado o assessor jurídico da Uniban, Décio Lencioni Machado. "Nunca tinha acontecido isso e outras meninas usam vestidos e saias curtas. Ocorreu com ela por causa de sua atitude em querer aparecer, desfilar na rampa, tirar fotos e passar pelas salas", justifica. A sindicância da instituição decidiu também que suspenderá temporariamente os estudantes envolvidos no tumulto e advertirá funcionários que também foram identificados.


Geisy, que foi informada sobre a decisão pela reportagem, contou que vai recorrer à Justiça. "A Uniban vai comprar uma briga maior ainda", disse ela, na tarde de ontem. "Eu não sou um problema. Os alunos é que agiram como bichos", afirmou a jovem, que trabalha em um mercado perto de sua casa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo."