Lêdo Ivo falece na Espanha

[Da redação]

Uma das mais celebradas vozes vivas da literatura brasileira se calou ontem, em Sevilha, aos 88 anos. O escritor Lêdo Ivo, ocupante da cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras, faleceu, vítima de infarto, enquanto almoçava  em restaurante, na companhia do filho, o artista plástico Gonçalo Ivo.

O escritor nasceu em Maceió, Alagoas, em 1924. Teve parte de sua formação literária construída em Recife, mas foi no Rio de Janeiro, a partir de 1943, que daria passos largos para a glória literária, o que o situaria entre as expressões da geração modernista de 45.
Lêdo Ivo era jornalista, romancista e poeta. Estreou na literatura em 1944, com o livro de poemas “Imaginações”. Publicou ainda o livros de poemas “Ode e Elegia", "Acontecimento do Soneto", "Ode ao Crepúsculo", "Cântico", "Linguagem", "Um Brasileiro em Paris", "Magias", "Estação Central", "Finisterra", "O Soldado Raso", "A Noite Misteriosa", "Calabar", "Mar Oceano", "Crepúsculo Civil" e "Curral de Peixe".
Como Ficcionista publicou “As Alianças" (l947), que recebeu o Prêmio Graça Aranha;  "Ninho de Cobras", ganhador do Prêmio Nacional Walmap de 1973; "O Caminho Sem Aventura", "O Sobrinho do General" e "A Morte do Brasil". Publicou ainda o livro de contos "Use a Passagem Subterrânea".
Segundo o estudioso da obra de Ivo,  Ivan Junqueira, “ele lia tudo, em todas as línguas. Ele manteve até os 88 anos, isso eu acho uma coisa espantosa, um interesse profundo por tudo de novo que aparecia”.
EPITÁFIO - O poeta João Cabral de Melo Neto escreveu epitáfio para Ledo Ivo, nunca publicado, que circulou em blogs hoje, após a morte do escritor.
"Aqui repousa
Livre de todas as palavras
Ledo Ivo,
Poeta,
Na paz reencontrada
de antes de falar
E em silêncio, o silêncio
de quando as hélices
param no ar"