SESSÃO NOSTALGIA COM UMA  NOTA PRÉVIA AOS LEITORES:

      QUASE  OITO ANOS APÓS HAVER EU ESCRITO O ARTIGO  ABAIXO,  A SANHA DAS SUPERPOTÊNCIAS VOLTAM À CARGA, DESTA VEZ COM  AMEAÇAS DE INVASÃO DA  POBRE UCRÃNIA. QUANTO MAIS PASSAM OS ANOS,  TANTO MAIS  ESTOU CONVENCIDO  DE QUE OS HOMENS MAUS  NÃO SE CORRIGEM,  NEM MESMO  COM  AS ATROCIDADES HORRENDAS DA PRIMERIA E SEGUNDA GUERRAS MUNDIAIS.   

      HÁ UM DIFÍCIL  IMPASSE PARA UMA QUESTÃO  APENAS DE  HEGEMONIA DE PODER  E DE INTERESSES  GEOPOLÍTICOS DO ATUAL LÍDER   IMPERIAL   RÚSSO DO NOVO CZAR  PUTIN  -  O  IMPERADOR PÓS-MODERNO   TODO-PODEROSO,   A QUESTÃO DELICADA   DOS UCRANIANOS  AINDA NÃO DESATOU  O NÓ DA DISCÓRDIA ENTRE  AS FORÇAS DA OTAN  QUE  DESEJAM  QUE A UCRÂNIA  SEJA MAIS UM  MEMBRO  DESSA  ORGANIZAÇÃO BÉLICA  DE DEFESA DO OCIDENTE(SERÁ MESMO DEFESA  OU EXPANSIONISMO  HEGEMÔNICO?). MAS ESSA DEFESA TEM LÁ  TAMBÉM SEUS  INTERESSES  MESQUINHOS E DE HEGEMONIA   BÉLICA E TERRITORIAL   MUNDIAL.  OS GOVERNOS   AMERICANOS,  AINDA QUE TENHAM  EXERCIDO  UM  PROTAGONISMO     DECISIVO  NA  SEGUNDA  GUERRA  MUNDIAL, TODOS SABEMOS,    É UM PAÍS  CHEIO DE DEFEITOS E DE  OPRESSÕES  IMPERIALISTAS E ECONÔMICAS, CAMPEÃO DE INVASÕES , ATÉ MESMO  INVASÕES  COVARDES  E IMPERIALISTAS.  HAJA  VISTA O QUE O  TRESLOUCADO E  GENOCIDA  BUSH  II FEZ COM O IRAQUE  E COM QUE ACONTECEU    COM   KADAFFI.

       O OUTRO  PRESIDENTE AMERICANO,   O OBAMA  -  PAZ E AMOR - ,  TAMBÉM  NÃO FOI  DIGNO  DE RECEBER  O PRÊMIO NOBEL  DA PAZ. ELE FOI  TAMBÉM  TRUCULENTO COM BOMBARDEIOS   EM REGIÕES  MUNDIAIS CONFLAGRADAS.  SE FOSSE MAIS PRUDENTE (EU ATÉ ME ARREPENDO DE O TER ELOGIADO,  UMA VEZ,  EM ARTIGO   POSTO NO MEU  BLOG  "AS IDEIAS NO TEMPO" E NO "ENTRETEXTOS"),  TERIA  RESOLVIDO, ATRAVÉS DOS CANAIS  DIPLOMÁTIOCOS,   ALGUNS  CONFLITOS MUNDIAIS  DURANTE OS SEUS MEDÍOCRES  MANDATOS.   NEM OS NEGROS AMERICNAS POBRES  FORAM  BEM TRATADOS  PELA BESTIAIDADE   DE  POLICIAIS AMERICANOS. 

       O ATUAL  PRESIDENTE  AMERICANO,   JOE BIDEN,  TAMBÉM TEM  ME DECEPCIONAOD, SOBRETUDO  COM  A VERGONHOSA   SAÍDA    ÀS PRESSAS  DO AFEGANISTÃO,  TEMENDO   AS FORÇAS DOS TALIBÃS.  FOI  UMA  ATITUDE DE COVARIDA  DOS AMERICANOS.  DEIXARA  AO DEUS-DARÁ OS AFEGÃOS MORRENDO À MINGUA, DE FOME  OU  ASSASINADOS.    

       A RÚSSIA TEIMA    NÃO ARREDAR O  PÉ   DE IMPEDIR  QUE A UCRÂNIA  ADIRA  AO OCIDENTE   E SE AFASTE  DO PAÍS DOS CZARES   E DOS GRANDES  ESCRITORES   MUNDIAIS  RUSSOS: TOLSTÓI, DOSTOIÉVSKI,  GÓRKI,  ENTRE  OUTROS.  NOVAMENTE,  RECORRO A BERTRAND  RUSSELL (1872-1970): O MUNDO SÓ PODE TER  UMA COISA  DA MAIS ALTA RELEVÂNCIA:  A PAZ  MUNDIAL.  QUALQUER TENTATIVA     DE EXTIRPAR  A PAZ ENTRE AS NAÇÕES  SÓ TEM  DOIS CAMINHOS:  A DESTRUIÇÃO   OU A  PRÓPRIA PAZ DURADOURA  E,  SE POSSÍVEL,  PERMANNENTE.  É UMA QUESTÃO  DE SOBREVIVÊNCIA DO PLANETA TERRA.  

 

 

 

segunda-feira, 3 de março de 2014

 

Kiev, capital da Ucrânia

 

 

 

 

 

                                      Cunha e Silva Filho

 

 

 

       Naquelas  horas do café da manhã, sentados à mesa de nossa  casa na Rua Arlindo Nogueira,  em Teresina, Piauí,  todos  falavam, nós meninos e as  meninas, mamãe e também  papai. Talvez fosse um dia de fim de semana,  um sábado ou um domingo. Não importa o detalhe exato. O importante é a emoção,  o sentimento, o resíduo da memória e – por que não? – da saudade.

     Chega a vez de papai falar – estávamos, não todos,  falando  de países  do mundo. Meu  pai, professor também de geografia,  era rígido sempre que a conversa se transformava em  improvisada sala de aula. e  por vezes até  me constrangia quando,  por exemplo,  testando  a todos,  perguntava de repente: “Qual  a capital da Rússia, da Polônia, da Alemanha Ocidental, Oriental? " e assim  por diante.

    Chegara a minha vez de responder à pergunta sobre a capital da Ucrânia. Respondi-lhe errado. Deu-me  um quinau severo.  “Como é,  logo você, filho de um professor de geografia?"

   Fiquei calado e  envergonhado. Papai era assim em casa no que dizia respeito à competência dos filhos, não de todos, mas provavelmente daqueles que ele percebia eram os mais  dedicados aos estudos, como eu. Contudo,  a severidade dele me ajudou muito na vida, me fez compreender  para sempre o valor de ser estudioso, de ser aplicado e bom  na escola. Assim o fiz pela vida afora, com a  exceção, naqueles tempos de ginasiano do Domício, de algumas matérias nas quais era um tanto fraco ou para as quais, melhor dizendo,  não tinha  tão grande  interesse.

   Mal sabia eu que, tantos anos mais  tarde,  Kiev seria um  preocupação minha na vida de adulto. Tão longe estava do tempo em que a política  internacional, mesmo a nacional, ou a estadual, ou a municipal. Aqui tem alguma coisa de um poema de   Carlos  Drumond de Andrade. Deixo que o leitor faça a correlação intertextual.

   Não está nada bem a condição  atual de Kiev e, por extensão, da Crimeia. O mundo político  não quer, ou não deseja, que  os povos, as nações  pensem  por si  mesmas, ou seja,  tenham  voz  coletiva para  saberem  o que melhor seja para seu  povo. 

    Os ucranianos, ou parte  ponderável da nação,  são  favoráveis  a ter relações com  a União Europeia, outra parte é favorável ao alinhamento  político-econômico-ideológico com a Rússia. O presidente Viktor Yanukovich, segundo  reportou a imprensa  internacional,  foi quem  determinou  o covarde ataque contra os civis, provocando  os sangrentos confrontos entre as tropas do governo e a população civil, com um saldo de  mortes de cem manifestantes.

    A coragem e  a bravura da oposição civil  se fizeram  sentir e até com  o apoio de alguns  militares que se   bandearam para o lado da oposição diante  certamente  das agressões  homicidas do governo   ucraniano. Por fim,  não suportando a pressão do destemor  demonstrado  por um  povo varonil,  o presidente ainda  acenou com algumas  mudanças para atender à sociedade, mas,  tais  mudanças não  atingiam  o cerne das reivindicações  da nação, que era estabelecer  relações com a União Europeia.

    A pressão popular  se intensificou  com  novas manifestações  que resultaram na  deposição  de Yanukovich, sendo este obrigado a deixar Kiev e se homiziar  numa parte da Rússia. Instalou-e um governo interino, sob a liderança de Oleksander Turchinov.

    Vale  ressaltar que o descontentamento  do povo ucraniano  tem  um motivo mais  fundo e mais  definitivo: os povos, sob  regimes de governo ditos  democráticos,   embora com   promessas  de  agir  democraticamente e  desenvolver  o  país,  de repente mostram a que vêm:  apertar o povo,  aumentar seus poderes   presidenciais e frear as pretensões  justas  da sociedade civil. Por último,  vem à tona  o imbróglio da Crimeia,  sendo  invadida, de repente,  por  militares não identificados, provavelmente  a mando do Kremlin. Outra região com ameaças geopolíticas e de  confrontos  bélicos. Ali se encontram  tártaros muçulmanos,  a minoria,  e  russos, a maioria.  Estarei atento ao desdobramento da crise que, espero,  não seja  sangrenta. Que se entendam os dois lados.

      O caminho  mais acertado  para os governos  de todas as nações é um só e o mais  justo: a democracia   praticada  com   seriedade de propósitos e visando ao interesse da nação e da sociedade com liberdade  de ir e vir, de imprensa, de livre expressão do pensamento  dos cidadãos,  de respeito   aos direitos universais  de todos os povos,  direitos  civis  plenos,  eleições  honestas e periódicas, respeito  às suas Constituições,  combate ao terrorismo  e defesa por parte dos organismos   internacionais contra nações  que agridem a sociedade civil.

     Precisamos de governos  abertos e favoráveis a consultar os anseios  da sociedade na eventualidade de  fazer  mudanças  que  terão  consequências na vida das pessoas, como as efetivadas  nos setores da economia,  do câmbio,  da ciência,  da tecnologia, do comércio e da indústria internacional, dos intercâmbios  culturais com pesquisas nas mais diversos áreas do conhecimento   e da   diplomacia  com sensibilidade e injeção de humanismo que  possa  diminuir e mesmo  resolver,  através de negociações regidas pelo direito  internacional e da soberania dos  Estados, os mais  graves  problemas enfrentados  hoje  por  muitas  nações.
 Países, de resto,  com  gravíssimas disparidades  de vida   social, com  extrema  miséria convivendo com extrema  riqueza, não poderão  nunca solucionar  questões prementes da atualidade  como  a violência urbana e do interior,  as drogas e a delinquência  juvenil.

     A paz internacional  só será  atingida  pela via democrática, pela Educação  integral aliando  respeito às diferenças e eliminação   de tantos  preconceitos, seja étnico, seja sexual, seja  religioso. A  tão sonhada paz entre as nações  se concretiza pelo  respeito aos direitos  das  diferenças. Abaixo os extremismos,   os fanatismos, a violência,  as hipocrisias sociais  planetárias!