Keats









Keats

Rogel Samuel

Leio em Torre de papel, de Eduardo Frieiro, que as obras de Keats receberam as piores críticas. O grande poeta romântico inglês foi ridicularizado pela Quarterly Review, onde J. Lockhard se referiu a ele como um certo boticário que deveria voltar às sangrias, poções, emplastros e purgantes. Ele era farmacêutico. E realmente Keats abandonou a poesia para cuidar de seu irmão gravemente enfermo... Sua poesia não lhe ofereceu nada, nem fama, nem alegria, nem reconhecimento. “Padeceu fome e finou-se de tuberculose em Roma, aos vinte e cinco anos de idade“, diz Frieiro. Como seu amigo Chatterton, a quem dedicou o Endymion, morreu “de incompreensão e desdém”. Segundo Lord Byron a Quarterly Review” o matou.
Ele escreveu pouco, por pouco tempo, só três anos, de 1816 a 1819. Foram 150 poemas. Os mais famosos foram escritos em nove meses, de janeiro a setembro de 1819. Nasceu em Londres, em 1795 e morreu em Roma, em 1821.
Produziu belos poemas, como a Ode à melancolia, de que ouso traduzir livremente a última estrofe:

Ela mora com a Beleza - Beleza que tem que morrer;
E a Alegria, cuja mão já está em seus lábios
Em despedida; e perto do dolorido Prazer,
Bebendo veneno enquanto bebe os favos de mel:
Sim, no mesmo templo de Delícia
O véu da Melancolia tem seu santuário soberano.
A alma dele provará a tristeza do seu poder,

E estará entre os seus troféus nublados pendurados.