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FORTUNA CRÍTICA

UM CONTISTA

 

Em 1991, como secretário executivo do Projeto Petrônio Portela, tive a oportunidade e a satisfação de propiciar a estréia, em livro, de um dos melhores contistas da nossa atualidade literária: João Pinto. O autor já tivera, antes, conto inserido numa antologia em João Pessoa, PB, e outro publicado com destaque na revista Ficção, do Rio, mas era praticamente desconhecido do público piauiense, “Luzes Esvaídas”, obra de surpreendente unidade, estilo forte, constante, escrita com o apuro formal que robustece a literatura brasileira, segundo o olho clínico do competente Francisco Miguel de Moura, foi aprovada com louvor pelo conselho editorial do PPP. E constituiu-se, no ano em que foi publicada, numa grata revelação.

Com a simplicidade do professor de província, inata em João pinto, o contista de Luzilândia, perdoem-me a redundância, trabalha o seu ofício, e, seja em sua terra, em Teresina ou em Manaus onde reside atualmente, vai se firmando como escritor de primeira linha, e agora, sem alarde, acaba de conquistar outra vitória que enobrece e orgulha o Piauí. Venceu o concurso de contos do Departamento de Letras e Língua Portuguesa da Universidade do Amazonas.

Para melhor informação e entendimento, transcreve-se, na íntegra, o que diz Leyla Leong em artigo no jornal “A Crítica”, daquele Estado, edição de 13.10.95, sob o título: “Professor tem conto premiado”.

“O professor piauiense João Pinto (43) é o vencedor do Concurso de Contos do Departamento de Letras e Língua Portuguesa da Universidade do Amazonas, com o conto “O crime da Zezé”, cuja ação se passa durante o ciclo da carnaúba no Piauí e mostra ao público amazonense o estilo pessoal e agressivo do autor.

Entre dezenas de trabalhos enviados, nos dois gêneros, o único classificado foi o conto de João Pinto, que não é um estreante na literatura. Em 1991, ele publicou, com o apoio do governo do Piauí, o seu primeiro livro de contos Luzes Esvaídas, que não teve circulação em Manaus.

O autor é formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e mora em Manaus há 15 anos, trabalhando como professor de Língua Portuguesa e Literatura nas escolas Dom João de Sousa Limas e Senador João Bosco Ramos de Lima, no bairro Cidade Nova.

Admirador dos autores latino-americanos, João Pinto confessa sentir-se influenciando pelo estilo do argentino Júlio Cortazar e do colombiano Gabriel Garcia Marques,. Entre os autores brasileiros, as suas preferências recaem sobre a obra de Autran Dourado e Guimaraes Rosa.

(...)

Pelo artigo de Leyla Leong, infere-se que por lá o trato cultural não anda melhor do que por qui. Quanto à sereidade do trabalho de João Pinto não há dúvidas. Ele já me disse pessoalmente que tem histórias que leva ou ou dois anos para terminar de escrever. O texto, diz ele, tem que amadurecer e ser depurado. Parabéns para um contista piauiense, exemplo de consci~encia literária.

 

Hardi Filho – Diário do Povo, 12 de novembro de 1995.