Jardim dos Poetas e Aspectos da Literatura Parnaibana

DIÁRIO

[Jardim dos Poetas e Aspectos da Literatura Parnaibana]

Elmar Carvalho

15/11/2020

Faço parte de quatro grupos de risco, com relação à covid-19, mas daqui a alguns minutos sairei para votar. Mas não é disto que desejo falar. O que desejo dizer é que na sexta-feira, em conversa telefônica com Valdeci Cavalcante, no ensejo de lhe comunicar a publicação virtual de meu livro Aspectos da Literatura Parnaibana, que já se encontra disponível na Amazon, lhe sugeri a construção do novo Jardim dos Poetas, no entorno do Castelo de Eventos, na Praça Mandu Ladino, em Parnaíba. Sobre essas coisas, seguem detalhes abaixo, na Apresentação de meu e-book, que torno parte integrante deste Diário:

Apresentação

Estava eu posto em sossego, após ter realizado a edição virtual de Diário Incontínuo, disponível na Amazon, quando fui interpelado, por WhatsApp, pelo escritor e poeta Claucio Ciarlini, da seguinte forma: “Um amigo, o escritor Carvalho Filho, estava a me perguntar ainda hoje se tenho conhecimento de uma possível futura reedição de Aspectos da literatura parnaibana. Há tempos ele o procura.”

Eis minha resposta: “Não pensei nisso. Não está nos meus planos. Mas talvez eu comece a pensar numa edição virtual aumentada. Quando eu me livrar de uns sufocos, vou pensar numa edição virtual, revista e aumentada, com o acréscimo de uns artigos e discursos novos sobre a literatura parnaibana. Vou pensar nisso.”

Contudo, um pouco depois, eu já lhe noticiava ter tomado a decisão de fazer uma publicação virtual (e-book) de Aspectos da literatura parnaibana, em edição revista e substancialmente aumentada. Pedi-lhe o favor de bolar a capa, com base em duas fotografias (que lhe enviei) de uma marinha que orna a sala de minha casa, da autoria do pintor F. Chagas (2008) e de uma estatueta de um poeta, que pela magreza mais parece Dom Quixote, a empunhar, em vez de uma lança ou espada, uma pena de escrever, da autoria do grande escultor Braga Tepi.

Faço aqui um parêntese para dar aos poetas e leitores uma boa nova. Tendo em vista que o pequeno ensaio Aspectos da literatura parnaibana foi por mim escrito especialmente para a inauguração do Jardim dos Poetas, idealizado pelo escritor e teatrólogo Benjamim Santos e construído na gestão do prefeito Paulo Eudes, em que fui um dos oradores, resolvi mandar, por WhatsApp, uma mensagem de áudio ao dinâmico presidente da Fecomércio/PI, Dr. Valdeci Cavalcante, lhe informando sobre a vertente edição, e lhe explanando sobre o Jardim dos Poetas, que me ensejou elaborar o referido texto; em seguida lhe disse que o aludido logradouro fora abandonado há muitos anos, pelo que entrara em estado de ruínas, com as placas dos poemas retiradas de seu suporte.

Sugeri-lhe a construção de um novo Jardim dos Poetas ou Praça dos Poetas, em terreno perto do Castelo de Eventos, na Praça Mandu Ladino, ou em outro imóvel de sua conveniência. O grande mecenas da cultura e das artes em geral, imediatamente me respondeu que o construiria nas proximidades do Castelo, local nobre e muito frequentado pela sociedade parnaibana.

Acredito que o novo Jardim dos Poetas será erigido, por uma única e simples razão: Valdeci Cavalcante tem por hábito cumprir as suas promessas. Agora mesmo, ele terminou a construção do Centro de Cultura, em Teresina, com teatro, cineteatro e diversos outros espaços culturais, um dos quais, para honra minha, terá o meu nome, a ser inaugurado oportunamente. Se monarquia não estivesse fora de moda, o magnífico edifício bem poderia ser designado como Paço ou Palácio da Cultura.

Sobre o novo Jardim dos Poetas, que mais poderia dizer, exceto que os poetas ficarão eternamente gratos a Valdeci, bem como os parnaibanos, que terão mais um local e monumento dedicado ao culto das artes e da poesia, pois certamente nesse espaço haverá o casamento perfeito de uma obra arquitetônica com a poesia, sobretudo a que louva as louçanias de Parnaíba.

Fechado o parêntese, volto ao curso natural desta apresentação. Como disse, esta é uma edição revista e demasiadamente aumentada, com vários textos, que produzi após o lançamento do opúsculo na solenidades de inauguração do Jardim, ocorrida em 30 de abril de 2003.

Vários outros textos que escrevi, antes de possuir computador, aqui não foram enfeixados, tanto porque não os encontrei, como porque não teria disposição e nem tempo de digitá-los, neste tempo de pandemia, em que, às vezes, nos quedamos sem ânimo. Entre essas matérias sobre literatura e autores parnaibanos, há uma sobre o poeta, memorialista e romancista Renato Castelo Branco, com quem me correspondi por cartas, através da velha ECT (Correios), e outra sobre o romancista e contista Fontes Ibiapina, que conheci pessoalmente, proprietário de imensa biblioteca, onde estive uma vez.

Como se pode ver, numa simples verificação do sumário, neste livro coligi matérias diversas. Muitas são crônicas, discursos ou pequenos ensaios, em que comento livros, autores e fatos de nossa vida literária. Portanto, há algo de crítica e de historiografia literária, embora não me considere um historiador e muito menos um crítico literário.

Talvez alguém ache fora de propósito eu haver inserido a crônica Professor Amstein. Fiz sua inclusão porque Amstein foi um homem bom e um bom professor, um contador de “causos” anedóticos, em que muitas vezes ele era o protagonista; porque nela eu falo em muitos intelectuais, professores e escritores de Parnaíba. E porque ele era uma espécie de escritor ou literato oral, se é que não estou proferindo alguma heresia gramatical. KKKKK.

Achei por bem incluir, na parte denominada ANEXOS, textos dos professores, poetas e escritores  Alcenor Candeira Filho e Claucio Ciarlini, que complementam os textos de minha autoria, agrupados sob o mesmo título do livro – ASPECTOS DA LITERATURA PARNAIBANA. Os textos de ANEXOS estudam os poetas e escritores, que surgiram depois de minha geração, a chamada geração 70 ou Geração Mimeógrafo.

É esta obra apenas parte de minha modesta contribuição à Literatura de Parnaíba.

Contudo, a História da Literatura Parnaibana, de forma exaustiva, sistêmica e aprofundada, com comentários críticos e contextualização histórica, ainda está por ser escrita, esperando por um dinâmico e ousado “sangue novo”, que nos preste esse extraordinário serviço, que talvez só possa ser levado a cabo por uma equipe proativa e bem coordenada, talvez com necessidade de incentivo e verba de nossa Universidade Federal do Delta do Parnaíba, cujo embrião foi o Campus Universitário Ministro Reis Velloso, em que cursei Administração de Empresas, e cujo Diretório Acadêmico 3 de Março presidi.   

Como disse, esta é apenas minha contribuição ao estudo de Literatura Parnaibana. Outros poderão fazer muito mais e melhor.