Centro Cívico da Parnaíba
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HABEAS ANIMA

 

Para Hugo Napoleão do Rego Neto

 

“A poesia dá senso ao insensato.”.

Giambattista Vico

 

 

 

A poesia é uma condição

de Habeas Corpus.

 

O preso é levado ao juiz

ao tribunal dos homens

para deliberação

e preservação

da sua liberdade.

 

O poeta

é apresentado a Deus

para a remissão da vida

para a glória

e o seu rito.

 

Vaticina o juízo...

 

A poesia é um sacerdócio

de destino trágico.

 

Ao invés de tome corpo!

Tome alma, tome alma,

tome alma...

 

A poesia salva-âmago

na doação à arte

para nada acontecer.

Uma múltipla verdade

que não produz

acontecimentos

mundanos.

 

Na maldição da mania

em sua repetição

comove,

deleita

e ensina.

 

A poesia

é o salvo-conduto

da imaginação

e da loucura.

 

A poesia

é a impugnação

às dores do mundo.

 

Não um recurso,

mas sim purgação,

catarse

e purificação

no nirvana

místico e agônico

dos tempos.

 

Poema de Diego Mendes Sousa

 

Fotografia de Jairo Nunes Leocádio

 

Centro Cívico, na Parnaíba, na costa do Piauí