HABEAS ANIMA - Poema de Diego Mendes Sousa
Por Diego Mendes Sousa Em: 04/09/2022, às 15H00
HABEAS ANIMA
Para Hugo Napoleão do Rego Neto
“A poesia dá senso ao insensato.”.
Giambattista Vico
A poesia é uma condição
de Habeas Corpus.
O preso é levado ao juiz
ao tribunal dos homens
para deliberação
e preservação
da sua liberdade.
O poeta
é apresentado a Deus
para a remissão da vida
para a glória
e o seu rito.
Vaticina o juízo...
A poesia é um sacerdócio
de destino trágico.
Ao invés de tome corpo!
Tome alma, tome alma,
tome alma...
A poesia salva-âmago
na doação à arte
para nada acontecer.
Uma múltipla verdade
que não produz
acontecimentos
mundanos.
Na maldição da mania
em sua repetição
comove,
deleita
e ensina.
A poesia
é o salvo-conduto
da imaginação
e da loucura.
A poesia
é a impugnação
às dores do mundo.
Não um recurso,
mas sim purgação,
catarse
e purificação
no nirvana
místico e agônico
dos tempos.
Poema de Diego Mendes Sousa
Fotografia de Jairo Nunes Leocádio
Centro Cívico, na Parnaíba, na costa do Piauí