Guerras inúteis
Por Cunha e Silva Filho Em: 30/07/2013, às 14H15
Cunha e Silva Filho
A presença americana no Iraque, mesmo com o afastamento da maior parte da força militar lá instalada, não tem impedido a continuidade da intolerância entre facções opostas, ou seja, entre xiitas e sunitas.
Os extremistas persistem, não dão trégua, nenhum dos dois lados deseja o diálogo, palavra que, ao que tudo indica, não se encontra no dicionário da tragédia da guerra civil que se alastra com mais morte,s , carros-bombas, covardias e perdas de vidas com destruição das cidades. Tudo aponta para um descontrole de países em conflitos fratricidas, seja no Egito, na Síria, no Iraque e em outros regiões Até parece que não mais existem organismos de paz internacionais que serviriam para dirimir conflitos entre nações que se matam por tomada de poder, por religiões sangrentas, por outras razões desconhecidas. Será que chegamos a um ponto em que as nações tendem a se destroçar sem que ninguém faça algo concreto em direção à paz?
Governos foram destruídos, mortos seus líderes, os quais foram substituídos por outros que, por sua vez, não têm contentado a unidades dos povos . É uma fase da História da Humanidade nada alvissareira. Ao contrário.
Neste momento triste para o ser humano universal é preciso extrair água da pedra, não desanimar, não cair na indiferença e conclamar todos os homens de bem do Planeta a fim de que possam ter sua voz ouvida e tomada em consideração por aqueles que diariamente estão se matando levados por extremismos, facciosismos, intolerância, fanatismo esses grandes males de que a criatura humana mostra-se por vezes dotada.
A História dos povos não tem, até agora, servido de lição às nações em conflito, já que as atrocidades da guerra civil prossegue entre vários povos. Como se poderá construir uma cidade, um estado, um país de forma sólida e de paz duradoura se as guerrilhas, as guerras, os combates, o terrorismo – este o mais desumano instrumento de covardia de que deu exemplo o ser humano em tempos atuais.
Ora, se os organismos de segurança mundial, como a ONU, a OTAN e outros, pouco têm atualmente obtido sucessos no diálogo e na negociação entre conflagrações de países, só vejo um caminho com alguma esperança: a dimensão espiritual sem fanatismos: um equilíbrio com força transcendental que possa transformar o fanatismo, a intolerância e o terrorismo em atitudes tomadas pelo homem que, sem abdicar dos limites lógicos da condição humana, consigam levar os povos ao diálogo franco e aberto às concessões mútuas, reconhecendo diferenças e visões díspares. Contudo, entendo que, cedendo uma parte de suas divergências, há de se encontrar um caminho que tenha uma abertura ao entendimento universal. Se o homem é capaz de aprender e se comunicar num língua, como o inglês ou o espanhol, ou outra língua bastante falada por habitantes do Planeta, por que não o poderia fazer no tocante à consecução da paz entre as nações e entre os filhos de uma mesma nação?
Existe uma espécie de Torre de Babel que ainda está muito atuante na contemporaneidade: a diversidade de vozes e visões políticas, ideológicas e religiosas. Porém, essa confusão de vozes, aqui considerada metaforicamente, que atrapalham a chegada da paz pode bem ter como forma de solução, o instrumento decisivo da linguagem humana universal, i.e., o uso do diálogo, segundo já sugeri linhas acima, mas o uso sem preconceitos, sem subterfúgios, sem tentativas de sonegar intenções escusas, um diálogo onde não haveria espaço para um dos grandes males da vida, a hipocrisia.
Este diálogo, sim, seria uma saída para a partilha, a compreensão do outro sem conotações hegemônicas, sem sujeições e oportunismos.Isso não utopia de um jovem, porque não o sou, apenas alguém cuja aspiração maior é ver o mundo, as nações, o Planeta num tempo n o qual reine duradoura paz.