Floresta Amazônica e Cataratas do Iguaçu estão entre as sete novas maravilhas naturais do mundo
Por Flávio Bittencourt Em: 11/11/2011, às 17H22
[Flávio Bittencourt]
Floresta Amazônica e Cataratas do Iguaçu estão entre as sete novas maravilhas naturais do mundo
As outras cinco estão no Vietnã, Coreia do Sul, Indonésia, Filipinas e África do Sul (Cidade do Cabo).
SETE QUEDAS (PARANÁ, BRASIL):
UMA INTERVENÇÃO HUMANA
EM FORMA DE PONTE MARAVILHOSA:
(http://wosiack.wordpress.com/2011/10/10/sete-quedas-de-guaira/)
BRASÃO DE ARMAS DO MUNICÍPIO DE GUAÍRA, ESTADO DO PARANÁ (BRASIL),
ONDE FICAVA O SALTO DE SETE QUEDAS, QUE GOVERNANTES ENLOUQUECIDOS
E TOTALITÁRIOS RESOLVERAM DESTRUIR:
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Gua%C3%ADra_(Paran%C3%A1)
"Sete Quedas por nós passaram
e não soubemos amá-las
e todas sete foram mortas,
e todas sete morrem no ar,
sete fantasmas, sete crimes
dos vivos golpeando a vida,
que nunca mais renascerá."
Carlos Drummond de Andrade
ESCUDO DO ESTADO DO AMAZONAS (BRASIL):
(http://www.manausonline.com/t_hist_escudoamazonas.asp)
ESCUDO DO ESTADO AMAZONAS (VENEZUELA):
(http://www.viajandoporvenezuela.com/informacion_general/general/estados/amazonas/simbolos.php)
"VISITE AS CATARATAS DE IGUAÇU E A
FLORESTA AMAZÔNICA VOCÊ TAMBÉM!
SE ESTIVER SEM MUITO DINHEIRO, PROCURE OS
ALBERGUES DA JUVENTUDE
(por exemplo, em Foz do Iguaçu, o excelente
Paudimar Hostel [JÁ ME HOSPEDEI,
TAMBÉM, NO HOSTEL DE SÃO PAULO, CAPITAL, E
NO HOSTEL DE MANAUS (Rua Lauro Cavalcante, nº 231,
Centro)]; E HÁ AS PROMOÇÕES DAS COMPANHIAS AÉREAS
(passagens aéreas baratas), ÓTIMAS FACILIDADES
QUE NO PASSADO SIMPLESMENTE não existiam"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
"PARA QUE FOSSE DESTRUÍDA UMA DAS MAIS
SOBERBAS MARAVILHAS DA NATUREZA BRASILEIRA -
O SALTO DE SETE QUEDAS - FOI PRECISO QUE NOSSO PAÍS
ESTIVESSE HUMILHADO E AMORDAÇADO POR UMA GROTESCA
DITADURA MILITAR DE SÍMIOS DE GRANDE PORTE (gorilas repelentes),
REGIME POLÍTICO INDIGNO ATÉ MESMO DAS MAIS POBRES (porém dignas)
repúblicas das bananas DAS AMÉRICAS"
(IDEM)
"NO INFERNO ESTÃO OS RESPONSÁVEIS
PELA DESTRUIÇÃO DO SALTO SETE QUEDAS
[http://pt.wikipedia.org/wiki/Salto_de_Sete_Quedas]
(só os que já morreram, é claro, porque os
outros ainda estão vagando, como zumbis,
pela face do planeta Terra [UMA VEZ QUE
NÃO ESTÃO PRESOS, INFELIZMENTE])"
(IBIDEM)
PARABÉNS AOS SENHORES E SENHORAS
QUE TÃO BEM SOUBERAM VOTAR
NAS SETE NOVAS MARAVILHAS NATURAIS DE
NOSSO BELO E SOFRIDO PLANETA!
11.11.2011 - ESTE DIA 11.11.11 FOI ÓTIMO PARA O BRASIL, no que se refere à primeira contagem das SETE NOVAS MARAVILHAS NATURAIS DO MUNDO! - Não por isso - mas por mera coincidência, diga-se de passagem - amanhã o responsável por esta Coluna "Recontando..." estará em Foz do Iguaçu e, no domingo, 13.11.2011, depois de amanhã, se Deus assim permitir, no lado brasileiro do assim chamado Parque das Cataratas do Iguaçu, cujo nome oficial é Parque Nacional do Iguaçu [http://www.cataratasdoiguacu.com.br/parque.asp]. (NO FINAL DE MAIO DE 2010, TIVEMOS A ENORME SORTE DE PODER VISITAR O MAJESTOSO LAGO DO AYAPUÁ, NO MUNICÍPIO DE BERURI, interior do ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL, e, depois, ficamos, por mais de uma semana, em Manaus, CIDADE CENTRAL DA FLORESTA AMAZÔNICA.) F. A. L. Bittencourt
PANROTAS HÁ POUCO DIVULGOU:
"Conheça as sete novas maravilhas naturais do mundo
Uma das maiores quedas d´águas do mundo está nas Cataratas do Iguaçu (PR)
Saiba um pouco de cada uma das sete novas maravilhas naturais:
Amazônia (Brasil e oito países)
A Amazônia tem sete milhões de quilômetros quadrados em nove países. Ela representa a maior floresta do mundo e tem a mais extensa quantidade de espécies de vida tropicais. O Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água, com um fluxo de água maior que os dez rios subsequentes combinados. O destino também conta com, aproximadamente, 1/50 do fluxo da água do planeta. Nenhuma ponte cruza o rio.
Cataratas do Iguaçu (Brasil e Argentina)
As Cataratas do Iguaçu, uma das maiores quedas d´águas do mundo, com uma extensão de 2,7 quilômetros. A Garganta do Diabo, uma das atrações do destino, tem 80 metros de altura. Na região onde as cataratas se situam também são encontradas raras espécies de animais. Foz do Iguaçu é o portão de entrada no Brasil, e Puerto Iguazú na Argentina.
Halong Bay (Vietnã)
Halong Bay está localizada na província de Quáng Ninh, no Vietnã. A baía tem uma costa de 120 quilômetros de extensão e, aproximadamente, 1.553 quilômetros quadrados de área, com 1969 ilhotas. Muitas das ilhas são ocas, com enormes cavernas. Outras ilhas flutuantes abrigam vilas de pescadores. O editor-assistente da PANROTAS, Alex Souza, está em viagem para o destino e trará mais informações sobre a Baía de Halong.
Jeju Island (Coreia do Sul)
Jeju é uma ilha vulcânica, a 130 quilômetros do sudeste da costa da Coreia do Sul. Maior ilha e menor província do país, o destino tem uma área de 1.846 quilômetros quadrados e abriga um vulcão inativo, que está 1.950 metros acima do nível do mar. 360 vulcões menores circundam o principal.
Komodo (Indonésia)
O Parque Nacional da Indonésia inclui três grandes ilhas: Komodo, Rinca e Padas, cuja área total é de 1.817 quilômetros quadrados – sendo 603 quilômetros em terra. O parque nacional foi fundado em 1980 para a proteção do dragão de Komodo. Depois, o destino se dedicou à proteção de outras espécies, incluindo animais marinhos. As ilhas do Parque Nacional são de origem vulcânica.
Porto Princesa (Filipinas)
O Parque Nacional do Rio Subterrâneo de Porto Princesa está localizado a 50 quilômetros ao norte de Porto Princesa, em Palawan, nas Filipinas. O destino é formado por uma região montanhosa, na qual há 8,2 quilômetros de rio subterrâneo navegável. Lá, é possível encontrar a formação de cavernas e estalactites. O rio subterrâneo é o maior do mundo. Na entrada da caverna onde se encontra o rio, é possível encontrar uma lagoa límpida, rodeada por árvores centenárias. Macacos e lagartos são algumas espécies encontradas próximos à caverna.
Montanha da Mesa (Cidade do Cabo, África do Sul)
A Montanha da Mesa é um ícone e o único local no mundo que tem uma constelação com nome próprio – Mensa, significa “A mesa”. A região montanhosa sofreu erosão por mais de seis milhões de anos e uma das mais ricas, e, também, menores reinos de florais na terra, com cerca de 1.470 espécies diferentes. A Montanha da Mesa abriga diversas espécies raras de animais, inclusive algumas que sofrem risco de extinção. É um dos locais mais conhecido da Cidade do Cabo.
Confira imagens das demais maravilhas, clicando em "Ver Álbum". As fotos são do site da New Seven Wornders e arquivo PANROTAS. (Colaborou Sávia Reis)
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"O Parque Nacional do Iguaçu
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Ele é o maior e mais importante parque da Bacia do Prata e foi o primeiro parque no Brasil a receber um Plano de Manejo, por abrigar um importante patrimônio genético de espécies animais e vegetais, algumas ameaçadas de extinção. O Parque Nacional do Iguaçu é, além de espetacular, pioneiro. A primeira proposta de parque nacional brasileiro queria doar às "gerações vindouras", conservados "tal qual Deus os criou", um cenário natural que reúne "toda a gradação possível do belo ao sublime, do pitoresco ao assombroso" e "uma flora que não têm igual no mundo" no "magnífico salto do Iguaçu". Com essas palavras, publicadas no livro "Província do Paraná, Caminhos de Ferro para Mato Grosso e Bolívia", do engenheiro André Rebouças, começou no Brasil a campanha para a preservação das Cataratas do Iguaçu. Elas datam de 1876. E Yellowstone, o primeiro parque nacional do planeta, tinha quatro anos de idade.
Como previa Rebouças, ele tem como objetivo básico à preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. O Parque localiza-se extremo-Oeste do estado do Paraná, na bacia hidrográfica do rio Iguaçu, a 17 km do centro da cidade de Foz do Iguaçu. Faz fronteira com a república Argentina, onde está implantado o Parque Nacional Iguazu, criado em 1934. O limite entre os dois países e seus parques nacionais é formado pelo rio Iguaçu, que nasce próximo a Serra do Mar, em Curitiba, e percorre todo o Estado do Paraná, numa extensão de cerca de 1.300 km. A foz do rio ocorre 18km depois das Cataratas, onde ele deságua no rio Paraná. Esse encontro de rios forma uma tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.
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VERBETE 'SALTO DE SETE QUEDAS',
WIKIPÉDIA:
"Salto de Sete Quedas
Salto de Sete Quedas Saltos del Guairá |
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Altura | 114 metros |
Rio | Rio Paraná |
Local | |
Coordenadas | 24° 04′ S 54° 17′ W |
País(es) | Brasil Paraguai |
O Salto de Sete Quedas também chamado Salto Guaíra (em espanhol: Saltos del Guairá) foi a maior cachoeira do mundo em volume de água, até o seu desaparecimento com a formação do lago da Usina hidrelétrica de Itaipu. No entanto resquícios delas aparecem quando o nível de água da usina está baixo[1][2].
Índice |
Descrição
Apesar do nome, eram constituídas por 19 cachoeiras principais, sendo agrupadas em sete grupos de quedas. Recordistas mundiais em volume d'água, as Sete Quedas eram o principal atrativo turístico de Guaíra, cidade que, à época, chegou a ter 60 mil habitantes, rivalizando em importância com as cataratas de Foz do Iguaçu. À época, Guaíra era um dos destinos brasileiros mais visitados por estrangeiros. Atualmente, a população da antiga cidade real espanhola é inferior a 30 mil habitantes.
Alagamento
Quando da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, ocorreu uma super visitação ao parque nacional das sete quedas. Milhares de pessoas, de todas as partes do Brasil e do mundo, iam a Guaíra para presenciar os últimos dias das Sete Quedas. Devido à superlotação, em 17 de Janeiro de 1982 ocorreu a queda da ponte Presidente Roosevelt, que dava acesso ao salto 19, tendo como consequência a morte de 32 pessoas. No entanto, 6 pessoas sobreviveram, salvas por pescadores de Guaíra. A investigação apontou para uma dupla causa: primeiro, a falta de cuidado com a manutenção das pontes sob a presunção de que em breve as Sete Quedas seriam inundadas; e depois, o aumento descontrolado da visitação, pois todos queriam ver os saltos antes de seu desaparecimento para a formação do lago de Itaipu.
Às vésperas da inundação, uma grande manifestação ocorreu no parque nacional das Sete Quedas. Centenas de pessoas se reuniram e realizaram o ritual indígena Quarup, em memória das Sete Quedas.
Em 13 de outubro de 1982, o fechamento das comportas do Canal de Desvio de Itaipu começou a sepultar, com as águas barrentas do lago artificial, um dos maiores espetáculos da face da Terra: as Sete Quedas do Rio Paraná ou "Saltos del Guaíra".
Durante a inundação, os moradores de Guaíra iam até a beira do rio para se despedirem das Sete Quedas. Foi uma época muito triste, segundo pessoas que viveram esta tragédia de perto.
A inundação das Sete Quedas durou apenas 14 dias, pois ocorreu em uma época de cheia do rio Paraná, e todas as usinas hidrelétricas acima de Itaipu abriram suas comportas, contribuindo com o rápido enchimento do lago.
Portanto, em 27 de outubro de 1982 o lago estava formado e as quedas, submersas. Nos dias seguintes ao alagamento, apenas as copas das árvores ficavam acima do nível do rio, uma cena um tanto deprimente, pois pareciam "mãos pedindo socorro".
De acordo com levantamentos altimétricos a primeira ponte - a do Saltinho - ficava a 204 metros acima do nível do mar, o que significa que o lago formado pela represa de Itaipu, ao atingir sua cota que é de 220 metros acima do nível do mar, deixou esta ponte sob 16 metros abaixo da lâmina de água.
Posteriormente, a parte do afloramento rochoso foi dinamitado para melhorar as condições de segurança da navegação.
Em 1982, às vésperas dos 80 anos, o poeta Carlos Drummond de Andrade expressou sua inconformidade com a destruição do Salto de Sete Quedas, um patrimônio natural do Brasil e da humanidade.
Na edição de 9 de setembro, quando afinal se anunciava o fechamento das comportas para a criação do lago da hidrelétrica de Itaipu, Drummond publicou este poema no Jornal do Brasil. Em letras grandes, os versos ocuparam uma página inteira, a capa do Caderno B:
Sete quedas por mim passaram,e todas sete se esvaíram.
Cessa o estrondo das cachoeiras, e com ele a memória dos índios, pulverizada, já não desperta o mínimo arrepio. Aos mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes, aos apagados fogos de Ciudad Real de Guaira vão juntar-se os sete fantasmas das águas assassinadas por mão do homem, dono do planeta. Aqui outrora retumbaram vozes da natureza imaginosa, fértil em teatrais encenações de sonhos aos homens ofertadas sem contrato. Uma beleza-em-si, fantástico desenho corporizado em cachões e bulcões de aéreo contorno mostrava-se, despia-se, doava-se em livre coito à humana vista extasiada. Toda a arquitetura, toda a engenharia de remotos egípcios e assírios em vão ousaria criar tal monumento. E desfaz-se por ingrata intervenção de tecnocratas. Aqui sete visões, sete esculturas de líquido perfil dissolvem-se entre cálculos computadorizados de um país que vai deixando de ser humano para tornar-se empresa gélida, mais nada. Faz-se do movimento uma represa, da agitação faz-se um silêncio empresarial, de hidrelétrico projeto. Vamos oferecer todo o conforto que luz e força tarifadas geram à custa de outro bem que não tem preço nem resgate, empobrecendo a vida na feroz ilusão de enriquecê-la. Sete boiadas de água, sete touros brancos, de bilhões de touros brancos integrados, afundam-se em lagoa, e no vazio que forma alguma ocupará, que resta senão da natureza a dor sem gesto, a calada censura e a maldição que o tempo irá trazendo? Vinde povos estranhos, vinde irmãos brasileiros de todos os semblantes, vinde ver e guardar não mais a obra de arte natural hoje cartão-postal a cores, melancólico, mas seu espectro ainda rorejante de irisadas pérolas de espuma e raiva, passando, circunvoando, entre pontes pênseis destruídas e o inútil pranto das coisas, sem acordar nenhum remorso, nenhuma culpa ardente e confessada. (“Assumimos a responsabilidade! Estamos construindo o Brasil grande!”) E patati patati patatá... Sete quedas por nós passaram, e não soubemos, ah, não soubemos amá-las, e todas sete foram mortas, e todas sete somem no ar, sete fantasmas, sete crimes dos vivos golpeando a vida que nunca mais renascerá. |
Cronologia
- 1979 - Em 29 de Outubro o Governo Federal outorgou à Eletrosul, conforme decreto nº 84.126, a concessão para exploração do aproveitamento hidráulica em trecho do Rio Paraná, situado entre a foz do rio Paranapanema, nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, e o Salto de Guaíra.
- 1982 - Em 14 de Outubro ocorre o fechamento das comportas de Itaipu.
- 1982 - Em 27 de Outubro as Sete Quedas de Guaíra já não existiam.
Referências
Ligações externas
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Salto_de_Sete_Quedas)
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PLANETA NEWS,
SEÇÃO "CRÒNICAS",
de Pedro Bondaczuk,
"SETE QUEDAS":
"26/04/2004 01:00
Sete quedas
Por Pedro J. Bondaczuk
O desaparecimento de um dos mais fantásticos espetáculos com que a natureza dotou o Brasil está completando 22 anos [EM 2011 COMPLETOU 29 ANOS, JÁ QUE O ARTIGO FOI ESCRITO E PUBLICADO EM 2004]. Nos referimos aos saltos de Sete Quedas, no Rio Paraná, que ficaram submersos no imenso lago artificial que foi criado para possibilitar o funcionamento da maior hidrelétrica do mundo (parece que agora foi superada, ou está em vias de ser, por uma ainda mais imponente, na China) a de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
Na ocasião do seu desaparecimento, personalidades de várias áreas manifestaram-se – favoráveis ou contrárias – à decisão. Redigiram-se editoriais, crônicas e até poemas em jornais e revistas. Mas ninguém agiu de forma efetiva, séria e prática para impedir sua submersão.. "Words, words, words...", diria Shakespeare, do alto da sua sapiência. Hoje, poucos brasileiros sequer se lembram que essas cachoeiras existiram. Alguns confundem as sete quedas desaparecidas com os saltos existentes na Foz do Iguaçu.
Quem teve a oportunidade de assistir a esse fantástico espetáculo da natureza, traz a cena gravada para sempre na retina. Mas por mais imaginativo que seja, por melhor memória que possua, jamais conseguirá reproduzir a imagem majestosa, de bilhões de metros cúbicos de água despencando por segundo do alto de ribanceiras rochosas para o abismo, com um ruído ensurdecedor. Quem viu, muito que bem. Quem não teve esse privilégio, jamais verá, pelo menos ao vivo. Pode, quando muito, apreciar os filmes e vídeos feitos antes da submersão, o que não é a mesma coisa.
Fico imaginando como as pessoas se sentiriam, por exemplo, se a Torre de Pisa, que de ano para ano aumenta a sua inclinação, apesar das várias reformas por que passou, finalmente desmoronasse. Ou se as pirâmides do Egito, que resistiram a tantos e tantos cataclismos, entre os quais catastróficos terremotos, finalmente se vissem vencidas pelo tempo e ruíssem. Ou, o que é pior, se fossem demolidas por algum maluco insensato, que pensasse em as remover do caminho para passar por ali uma rodovia qualquer. Ou se ocorresse o mesmo em relação à Esfinge. Ou se a Torre Eiffel, que se tornou referencial de Paris, fosse desmontada e vendida como sucata.
Guardadas as devidas proporções, foi o que aconteceu com Sete Quedas. Sua beleza, majestosidade e volume de água eram superiores às das famosas cataratas do Niágara, na fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Ali também há uma hidrelétrica. Mas os saltos não desapareceram. Estão ali para quem quiser ver, poder apreciar.
Os defensores da submersão argumentam com a necessidade de aproveitar, ao máximo, acidentes da natureza como este, para trazer conforto e bem-estar ao homem. Caso Itaipu não existisse, o País estaria hoje em sérios apuros em matéria de geração de eletricidade. Em pouco tempo, essa obra, que já chegou a ser considerada faraônica, se tornou insuficiente para suprir a demanda de um país que ainda está para iniciar sua arrancada para o pleno desenvolvimento.
Mas suponhamos – e não se trata de suposição tão tola quanto aqueles que não têm visão de futuro podem supor – que o homem desenvolva outras tecnologias, mais avançadas e racionais do que as atuais, para gerar energia. É possível que no espaço de algumas décadas, o que está aí seja absolutamente arcaico, ultrapassado, irracional, considerado coisa “primitivíssima”. Nessas circunstâncias, as hidrelétricas, todas elas, se tornariam inúteis, certo? Inclusive Itaipu, não é mesmo?
Pois bem, haveria como restabelecer Sete Quedas? Certamente que não! E mesmo se houvesse, alguém iria investir neste restabelecimento? A resposta, mais uma vez, é negativa. O desaparecimento dessa maravilha da natureza, portanto, é irreversível.
Quantas coisas mais não teriam desaparecido, sem deixar o mínimo vestígio, em séculos passados, pela ação do homem?! Há uma teoria que diz que a civilização é feita em ciclos. Afirmam, estes teóricos, que a humanidade atingiu o ápice e retroagiu às cavernas, à mais absoluta barbárie não somente uma vez, mas três, cinco, dez, vinte vezes ou mais. Será?!
Ninguém pode provar que isto de fato tenha ocorrido. Mas o contrário também não. Em relação ao alagamento das cachoeiras, ficamos com o protesto quase solitário de Carlos Drummond de Andrade, feito em versos magistrais, que dizem:
"Sete Quedas por nós passaram
e não soubemos amá-las
e todas sete foram mortas,
e todas sete morrem no ar,
sete fantasmas, sete crimes
dos vivos golpeando a vida,
que nunca mais renascerá".
E pensar que isso foi obra de seres sumamente transitórios, mortais...
[Pedro J. Bondaczuk é] Jornalista, radicado em Campinas, mas nascido em Horizontina, Rio Grande do Sul. Tem carreira iniciada no rádio, em Santo André, no ABC paulista. Escritor, com dois livros publicados e detentor da cadeira de número 14 da Academia Campinense de Letras. Foi agraciado, pela sua obra jornalística, com o título de Cidadão Campineiro, em 1993. É um dos jornalistas mais veteranos ainda em atividade em Campinas. Atualmente faz trabalhos como freelancer, é cronista do PlanetaNews.com e mantém o blog pedrobondaczuk.blogspot.com. Pontepretano de coração e autêntico "rato de biblioteca". Recebeu, em julho de 2006, a Medalha Carlos Gomes, da Câmara Municipal de Campinas, por sua contribuição às artes e à cultura da cidade."
(http://www.planetanews.com/news/2004/10187)