[Flávio Bittencourt]

Fevereiro de 1942: Stefan Zweig foi assassinado com a esposa em Petrópolis?

Deonísio da Silva concedeu uma importante entrevista a Luciano Trigo sobre o seu romance Lotte & Zweig

 

 

 

 

  

  

 

 

"(...) Desde a adolescência ansiei por ver o Amazonas, o rio mais caudaloso, desde a adolescência, desde que pela primeira vez li alguma coisa acerca de Orelhana, que, na mais memorável de todas as viagens, foi o primeiro a descê-lo numa pequena canoa, partindo do Peru — desde a adolescência, quando no Jardim Zoológico de Viena vi os papagaios que ostentavam o brilho de suas cores, e os ágeis macaquinhos, e li nas tabuletas: Amazonas. Agora me acho na foz do Amazonas, ou melhor, numa das suas fozes, das quais cada uma é mais larga do que a de qualquer dos nossos rios da Europa. (...)"
 

(STEFAN ZWEIG)

 

  

 

 

 

(http://www.hgitner.com/shop/13-austria)

 
 
 
 
 
 
 

 "(...) O inquérito da morte dos Zweig foi uma farsa. O médico legista não era legista. A autópsia foi proibida por ninguém menos do que o presidente Getúlio Vargas, que veraneava em Petrópolis, como então era costume. Os judeus pediram os corpos para serem enterrados no Rio. Ora, os judeus não enterravam suicidas em seus cemitérios, por que queriam aqueles corpos? Acho que alguns rabinos, muito sagazes, viram algo estranho ali. (...)"

(DEONÍSIO DA SILVA)

 

  

 

 

"Stefan Zweig continua vivo."

(ALBERTO DINES, na abertura de

discurso histórico proferido em Petrópolis,

Estado do Rio, confirmando a inscrição da

placa dourada com a efígie de Zweig, que

existe no monumento erigido em homenagem

à sua memória em Salvador, Bahia, Brasil)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOTO DA CATEGORIA "Momentos Espontâneos",
Stefan Zweig Still Alive  -
A girl touching a commemorative golden plate of Stefan Zweig in Brazil
[NA CIDADE DE SALVADOR, BAHIA] (...):
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inspirado no livro Morte no Paraíso [CUJO AUTOR
É ALBERTO DINES, do Observatório da Imprensa], filme
retrata a última semana de vida do escritor austríaco no Brasil: 

 

 

 

 

 

 

(http://tvbrasil.ebc.com.br/programadecinema/episodio/lost-zweig-2)

 

 

 

 

 

 

ZWEIG E LOTTE

("Escritas em inglês, a correspondência íntima revela um

contexto histórico de opressão, fuga e perda de identidade, inclusive

linguística, nos últimos dois anos de vida do casal"

[Akemi Nitahara/Agência Brasil]):  

(http://espacoescolar.com.br/intervalo/setenta-anos-apos-sua-morte-livro-destaca-os-ultimos-anos-de-stefan-zweig-autor-de-brasil-o-pais-do-futuro/,

onde se pode ler:

"As cartas mostram o destacado papel de Lotte na vida de Stefan Zweig [foto:Google Imagens]"

 

 

 

 

 

 

"NO DISCURSO DE INAUGURAÇÃO DA CASA STEFAN ZWEIG, EM PETRÓPOLIS,

O DIRETOR DAQUELA INSTUIÇÃO DE CULTURA DR. ALBERTO DINES NÃO

DEIXOU DE AGRADECER AO SENHOR CÔNSUL-GERAL DA ALEMANHA -

que naquela solenidade estava presente - PELA SIGNIFICATIVA DOAÇÃO

RECEBIDA, PRESENTE FINANCEIRO DE ALTO VALOR SIMBÓLICO,

QUE MATERIALMENTE GARANTIU O TÉRMINO DA OBRA"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público") 

 

 

 

 

 

STEFAN ZWEIG : LE JOUEUR D'ÉCHECS (Lu par Jacques Weber)

[leitura feita pelo famoso ator e diretor de cinema francês 

J.Weber, http://fr.wikipedia.org/wiki/Jacques_Weber (EM FRANCÊS) e

http://es.wikipedia.org/wiki/Jacques_Weber (EM ESPANHOL)],

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=bEgU5IdNNVI&feature=related

 

 

 

 

 

OS ATORES RÜDIGER VOGLER e RUTH RIESER

INTERPRETAM, COM PRECISÃO, ZWEIG E LOTTE,

RESPECTIVAMENTE:

 Lost Zweig : foto

(http://www.adorocinema.com/filmes/filme-195404/fotos/detalhe/?cmediafile=19970080#title)

 

 

  

 

 

Trailer de LOST ZWEIG,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=aSFRSg7V3jw

 

 

 

 

 

 

CANOAS, ÍNDIOS, REMOS, CESTOS E

FRUTOS (NOS CESTOS) DE BALATA

[borracha de segunda categoria]

DO ARTESANATO DA AMAZÔNIA:

(http://www.amazoniazen.com.br/Produto/Produto/5303236400587181586)

 

  

 

 

 

 

 

The Giant Granny "Samaumeira":

(http://www.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/North/Amazonas/Mirituba/photo1113797.htm)

 

  

 

 

 

"O aproveitamento artesanal da balata consiste em confeccionar, com o assim chamado leite da balateira, após o cozimento de seu látex, vários bichinhos ou figuras humanas, utensílios e tudo o que se relaciona com a vida do caboclo da Amazônia."

(COLUNA "Recontando...", 20.6.2010, "O Aproveitamento artesanal da balata",

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/o-aproveitamento-artesanal-da-balata,236,4258.html)

 

 

 

 

 

 

O aproveitamento artesanal da balata

 

 

 

 

 

 

  

 

CASA DO CABOCLO NO RIO PURUS,

BAIXO RIO PURUS, MARGEM ESQUERDA,  MUNICÍPIO DE 

BERURI, ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

 

FOTO: Jair Jacqmont

(Sábado, 29.5.2010, a bordo do motor-recreio "Alberto Guedes", de Manaus,

especialmente para o portal ENTRETEXTOS; reprodução autorizada,

deste que citada a autoria e a fonte)

[http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/o-aproveitamento-artesanal-da-balata,236,4258.html]

 

  

 

 

 

 

UM LIVRO CLÁSSICO DO

DR. CLÁUDIO DE ARAUJO LIMA: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.skoob.com.br/livro/15219/)

 

 

 

 

 

"CATÁLOGO DE ARTESANATO BRASILEIRO [PETROBRAS]

Produto: Jabuti [FEITO DE BORRACHA DA MAÇARANDUBA]

Localidade de origem: Boa Vista (RR)

Dimensões: 6 cm

Produção mensal: 200

Matéria-prima: látex de maçaranduba

Contato: [email protected] 0055 95 624-2999 / 95 9971-4362"

(PETROBRAS / RESPONSABILIDADE SOCIAL:

"SOUVENIRS - ARTESANATO BRASILEIRO",

http://www2.petrobras.com.br/ResponsabilidadeSocial/catalogo_brindes/portugues/index.asp?area=souvenirs&qtResult=6&atual=4)

 

 

 

 

 

 

"(...) O romance de Claudio Araújo Lima [CORONEL DE BARRANCO], embora tenha sido publicado na década de 1970, não pode ser aproximado à terceira fase do regionalismo, do romance super-regionalista, que corresponde à consciência dilacerada do subdesenvolvimento. Não há, nesse romance, material do nativismo transfigurado em valor universal, excetuando um momento e outro já focalizados na análise deste trabalho, devido a escolhas formais operadas pelo autor: o foco narrativo centrado no rapaz oriundo de família abastada, o qual descreve pitorescamente a postura dos rudes seringalistas e do trabalhador do seringal, quase sempre com o olhar paternalista sobre esses dois mundos sociais, por não terem conhecido o mundo civilizado." (pp. 71-72)

VANESSA LOPES RIBEIRO, mestre em Literatura pela UFSC. "CORONEL DE BARRANCO: ENTRE O PITORESCO E A DENÚNCIA" (ENSAIO). In Revista de Letras, Goiânia, vol. I, n. 1, p. 59-73, jan.-jun. 2012, http://www.revistanome.com.br/download/Artigo5.pdf)

 

 

 

 

 

 

DA SÉRIE BRASILIANA, UM

LIVRO DE AMAZONOLOGIA

DE UM PESQUISADOR CUJO

FILHO (DR. CLÁUDIO DE ARAUJO LIMA)

ESCREVEU SOBRE STEFAN ZWEIG:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

LIVRO SOBRE STEFAN ZWEIG DO

TAMBÉM AUTOR DO ROMANCE CLÁSSICO-AMAZÔNICO

INTITULADO CORONEL DE BARRANCO [Rio: Ed. Civilização Brasileira,

1970 (2ª ed. - Manaus: Ed. Valer / Governo do Est. do AM, 2003)]

(CLAUDIO DE ARAUJO LIMA, MÉDICO PSIQUIATRA

INFELIZMENTE JÁ FALECIDO, FILHO DO

EX-PREFEITO DE MANAUS

DR. JOSÉ FRANCISCO DE ARAUJO LIMA,

AUTOR (este último) DE AMAZÔNIA - A TERRA E O HOMEM:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.sebodomessias.com.br/sebo/(S(1w5qpcfob24p3g45kpyb2l55))/detalheproduto.aspx?idItem=8874)

 

  

 

 

 

FINAL DE BRASIL, PAÍS DO FUTURO,

ONDE ZWEIG AFIRMA QUE DESDE SUA

ADOLESCÊNCIA ANSIOU POR VER O

CAUDALOSO RIO AMAZONAS:

 

"(...) Chegamos afinal a Belém. 


     Desde a adolescência ansiei por ver o Amazonas, o rio mais caudaloso, desde a adolescência, desde que pela primeira vez li alguma coisa acerca de Orelhana, que, na mais memorável de todas as viagens, foi o primeiro a descê-lo numa pequena canoa, partindo do Peru — desde a adolescência, quando no Jardim Zoológico de Viena vi os papagaios que ostentavam o brilho de suas cores, e os ágeis macaquinhos, e li nas tabuletas: Amazonas. Agora me acho na foz do Amazonas, ou melhor, numa das suas fozes, das quais cada uma é mais larga do que a de qualquer dos nossos rios da Europa. 


     Belém mesma a princípio não é tão impressionante como eu esperava, pois não se acha diretamente à margem do rio e não o alcança livremente com a vista. Mas é uma cidade bonita, movimentada, de amplas proporções, com avenidas largas, grandes praças e interessantes palácios antigos. Há quarenta ou cinqüenta anos teve Belém a ambição de tornar-se uma metrópole moderna e talvez mesmo a capital do Brasil. Isso ocorreu quando começou a grande alta da borracha e o norte do Brasil ainda tinha nas mãos todo o monopólio da Hevea brasiliensis. Nessa época a borracha que em embarcações descia o Amazonas, com rapidez fantástica se transformava em ouro e em Belém reinava opulência. Belém, como Manaus, construiu então um grande e magnífico teatro, que hoje é quase inútil, para receber condignamente os Carusos; edificaram-se muitas vilas de luxo, e parecia que, graças ao “ouro vermelho”, a economia do Brasil iria, como outrora, depender sobretudo do norte. Sobreveio a crise, que se foi mais e mais agravando, as companhias internacionais e as casas comerciais perderam sua importância ou desapareceram. Desde então Belém voltou a ser o que fora antes, uma cidade magnífica, mas de pouco movimento. Mas percebe-se que ela vai ter um novo surto de progresso quando terminar a guerra, pois, graças à sua feliz situação geográfica é o ponto inicial para todas as linhas de aviação que se possam imaginar. De Belém, em direção para o norte, seguem aviões para Cuba, Trinidad, Miami e Nova York, em direção para o oeste, para Manaus, Peru e Colômbia, em direção para o sul, para o Rio de Janeiro, Santos, São Paulo, Montevidéu e Buenos-Aires, e, em breve, novamente seguirão, em direção para o leste, para a Europa e África. Em Belém, dentro de poucos anos, surgirá, terá que surgir um dos grandes centros nervosos da América do Sul, e, sobretudo quando as imensas regiões do Amazonas tiverem sido exploradas, realizar-se-á grandiosamente o sonho que Belém teve outrora, o de tornar-se uma grande capital. 


     As grandes coisas dignas de serem vistas que Belém possui, são seus dois jardins, o zoológico e o botânico, os quais encerram exemplares de toda a fauna e de toda a flora da Amazônia. Quem não teve a sorte, tempo e coragem de subir o Amazonas, numa viagem de dias, ver o “deserto verde”, como denominam a Amazônia, porque, numa monotonia ininterrupta, mas grandiosa, se estendem as florestas à direita e à esquerda do rio, pode, andando por caminhos cobertos de saibro e cômodos, nesses jardins ter uma idéia da mata virgem, pode respirá-la e olhá-la. Vi em Belém a célebre Hevea brasiliensis, a árvore da borracha, que prometeu riqueza a essa zona e depois a deu ao mundo inteiro, em vez de dá-la somente à sua pátria; pude sangrar uma dessas árvores e, um minuto depois, do pequeno talho escorreu um líquido branco e pegajoso. Vi também outra maravilha, a árvore que os aborígenes veneravam como sagrada, porque é a única que não permanece no seu lugar, muda de raízes e migra. Migra de fato, pois estende tanto sua ramagem que esta se fadiga e se inclina para o solo. A ramagem penetra nele, adquire novo vigor, formam-se novo tronco e galhos, e durante isso o tronco velho seca e cai. Assim a árvore avança alguns passos, e, apesar de o tronco já ser outro, a árvore é a mesma. Deste modo migra ela, admirada pelos selvagens como um ser que tem alma, que tem sabedoria. E mais outras maravilhas: os troncos gigantescos que há muito um homem não consegue abarcar, os cipós emaranhados, os variadíssimos arbustos, as aves coloridas, os peixes delgados e transparentes, alguns dos quais têm na parte anterior e na posterior um farol, como os automóveis — maravilhas duma natureza cuja prodigalidade e capricho não têm fim. E tudo isso não se apresenta ordenado como num museu, não é cultivado artificialmente. O tempo é pouco para ver tudo, e não me sinto com suficientes conhecimentos de botânica. No fim da viagem sinto verdadeiramente que estou apenas no começo. Quanto mais olho para o mapa, tanto mais vejo que grandes partes desse país gigantesco ainda não visitei. Não deveria eu demorar mais duas semanas, dois meses, para subir o rio Amazonas e prosseguir para Mato Grosso e Goiás, estados meio inexplorados e que só muito poucos brasileiros verdadeiramente conhecem? Não deveria penetrar mais, penetrar no perigoso e, por isso, misteriosamente sedutor da floresta virgem, para conhecer toda a energia ainda íntegra da natureza tropical? Mas aonde iria parar eu e onde seria o fim? Não seria cada vez maior a tentação de penetrar mais e mais? E não será talvez demasiada pretensão, com uma viagem de poucos meses, pensarmos que conhecemos realmente um país que é um mundo e, em grande parte, um mundo ainda não inteiramente explorado mesmo por expedições arrojadas? Viajar no Brasil é sempre descobrir coisas novas, e temos que nos conformar com o fato de que no Brasil a ninguém é possível ver tudo. Ser razoável é saber resignar-se no momento oportuno, e por isso tive que dizer a mim mesmo: por essa vez basta! 


     Portanto voltemos para o aeroporto. Ao lado do avião em que sigo para os Estados Unidos, acha-se outro que está de partida para Manaus. Vejo o possante aparelho alçar vôo e rumar para as zonas minhas desconhecidas. Ainda não deixei o Brasil e já começo a ter saudades dele, já começo a sentir o desejo de em breve voltar a este país maravilhoso. No momento em que a hélice do aparelho em que vou partir, principia a girar, desperta-se em mim toda a gratidão pela felicidade e pelos conhecimentos com que essas semanas inolvidáveis me presentearam. Quem teve a sorte de conhecer uma parte apenas da inesquecível superabundância do Brasil, já viu beleza suficiente para o resto da vida.


Despedida

 

     Quem visita o Brasil, não gosta de o deixar. De toda a parte deseja voltar para ele. Beleza é coisa rara e beleza perfeita é quase um sonho. O Rio, essa cidade soberba, torna-o realidade nas horas mais tristes. Não há cidade mais encantadora na terra." [TRADUÇÃO: ODILON GALLOTTI]
 

(http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paisdofuturo.html)

 

 

 

 

 

Stefan Zweig - Autopsie d'un suicide

[depoimento em vídeo, em francês,

de Dominique Frischer],

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=Yckm9-wBwBM&feature=related,

onde se pode ler:

"Le soir du 22 février 1942, Stefan Zweig et sa seconde épouse Lotte Altman, de 28 ans sa cadette, se donnent la mort dans leur demeure, sur les hauteurs de Rio. Rien ne laissait présager cette fin tragique, que Dominique Frischer tente d'élucider.
Comment expliquer la décision du couple d'en finir avec la vie ? Exilés au Brésil, ils n'étaient pas soumis aux persécutions réservées aux intellectuels juifs et antinazis de l'Europe occupée, et jouissaient de bonnes conditions matérielles. Comme en témoignent ses écrits des dernières années et les témoignages de ses proches, l'écrivain autrichien à qui la vie avait toujours souri était en réalité un désespéré qui depuis longtemps avait programmé son suicide pour sortir d'une situation affective sans issue.
À partir de l'analyse de son journal, de sa correspondance et de ses ultimes biographies et écrits romanesques, Dominique Frischer met à nu la pensée de l'humaniste autrichien et ses motivations secrètes, perçant à jour un acte qui permet d'appréhender l'ensemble de son oeuvre littéraire et son suicide sous un angle nouveau.

Dominique Frischer, "Stefan Zweig - Autopsie d'un suicide", Édition Écriture, 340 pages.
"

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.skoob.com.br/livro/28218/)

 

 

 

 

 

 

LITORAL BELGA:

PRAIA DA CIDADE DE

OOSTENDE (OSTENDE):

(http://www.belgiumview.com/belgiumview/tl2/view0004015.php4)

 

 

 

 

 

REPRODUÇÃO DE IMAGEM DE CAPA

DE ROMANCE DE JOSEPH ROTH:

"Joseph Roth (Brody, 1894Paris, 1939) foi um jornalista e escritor austríaco. Moses Joseph Roth nasceu no extremo do Império Austro-Húngaro.

De origem judaica, estudou na Universidade de Viena e participou na I Guerra Mundial, essencialmente como jornalista. Depois da guerra, viajou por toda a Europa. Foi um grande cronista da República de Weimar – os tempos de crise que precederam a ascensão do nazismo na Alemanha. Nos artigos de Berlim, Roth regista o espetáculo da velha capital prussiana tomada de assalto por refugiados, autocarros [ÔNIBUS] e arranha-céus, transformando-se no epicentro da cruel história europeia que se seguiria.

Em 1932 publica a obra prima Marcha de Radetzky. Em 1933, emigra para França, onde publica Tarabas (1934), O Falso Peso (1937), O Anticristo (1934), A Confissão de um Assassino (1938) e, postumamente, A Lenda do Santo Bebedor (1939).

A sua vida torna-se cada vez mais difícil, entrega-se ao álcool e acaba por morrer em Paris, em 1939."

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Roth)

 

 

 

 

   

JOSEPH ROTH EM PARIS, POR VOLTA DE 1925:

joseph-roth-3-465.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Joseph Roth in Paris, around 1925

(http://www.newyorker.com/online/blogs/culture/2012/01/book-excerpt-the-letters-of-joseph-roth.html)

 

  

 

 

STEPHAN ZWEIG,

OLHANDO PARA A OBJETIVA

DA CÂMARA FOTOGRÁFICA

QUE MUITO BEM FIXAVA O

SEU ROSTO, EM BRANCO E PRETO,

PARA POSTERIDADE:

(http://drieschverlag.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html,

onde se pode ler a seguinte indicação bibliográfica e audiovisual:

(Joseph Roth's letter to Stefan Zweig, November 1935, read by Michael Hoffman
A Life in Letters, impeccably translated and read here by the poet Michael Hofmann, offers a vivid picture of Roth the author. [Article and Video]") 
 

 

 

 

 

S. ZWEIG E SEU GRANDE AMIGO J. ROTH NA BÉLGICA

[NA CIDADE DE OSTENDE], EM 1936:

joseph-roth-2-465.jpg

Joseph Roth with Stefan Zweig in Ostende, Belgium, 1936.

(http://www.newyorker.com/online/blogs/culture/2012/01/book-excerpt-the-letters-of-joseph-roth.html)

 

 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://bardeferreirinha.blogspot.com.br/2011/04/artigo.html)

 

 

 

 

ANTIGO HOTEL E CASSINO QUITANDINHA,

EM PETRÓPOLIS-RJ-BRASIL (cidade onde,

infelizmente, faleceu com sua esposa, em 1942.

Stefan Zweig), HOJE CONDOMÍNIO RESIDENCIAL:

 

(http://megaarquivo.com/tag/cidades/)

 

 

 


 

"Discurso inaugural da Casa Stefan Zweig
 
Alberto Dines
 
Senhor Embaixador Hans-Peter Glanzer, representante da República da Áustria que nos apoia e estimula desde os primeiros momentos.


 

Senhor Cônsul-Geral Michael Worbs, representante da República Federal Alemã cuja significativa doação garantiu o termino da obra.


 

Senhora Embaixadora da República da Eslovenia, Milena Smit.


 

Doutora Mariana Várzea, Superintendente de Museus, representante da Secretária da Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, querida amiga e por isso tão atenta à continuidade desta empreitada.


 

Senhor Vice-Prefeito, Oswaldo da Costa Frias, em nome do prefeito Paulo Mustrangi, representantes do povo petropolitano que sempre ofereceu a Stefan Zweig carinho, hospitalidade e a nós integra na comunidade.


 

Uma saudação ao Dr. Rubem Bomtempo, ex-prefeito que inaugurou esta convivência.


 

Bem-vinda Professora Eva Alberman, representante da família Altmann, sobrinha querida de Lotte Zweig que veio de Londres para participar da inauguração deste memorial e lembrar a generosidade do seu pai, Manfred Altmann;


 

Uma saudação especial à jornalista Tereza Cruvinel, ex-presidente da EBC, que através da TV-Brasil produziu o documentário “Paraíso Utópico” a ser exibido em setembro.


 

Caríssimos diretores, colaboradores e apoiadores da Casa Stefan Zweig, companheiros de sonho, travessia e realização.


 

Demais autoridades, colegas jornalistas, queridos amigos e Amigas. Meine Damen und Herren,


 

Stefan Zweig continua vivo. Vivo e ativo. Tão inspirado e inspirador como sempre foi. Não me refiro apenas a um fenômeno literário, o escritor que desafia modas e recusa desaparecer. Refiro-me ao infatigável mensageiro da humanidade, filho do século XIX, figura-síntese do século XX, bússola para os tempos vindouros.


 

Prova da permanência e vitalidade de Stefan Zweig nos foi oferecida há poucos dias na Festa Literária em Paraty onde o premiado escritor libanês Amin Maalouf escolheu um trecho das tocantes memórias de Stefan Zweig, O Mundo de Ontem, para ler na sessão final.


 

O que há de comum em Zweig e Maalouf? Muito. Embora tão distantes no tempo e no espaço, nascidos com um intervalo de 68 anos, um em Viena, Europa Central, o outro em Beirute, Oriente Médio, engajaram-se na mesma missão, parceiros do mesmo compromisso -- a preservação da mensagem humanista, a crença na liberdade individual, Die persönliche Freiheit, que Zweig menciona na sua despedida escrita aqui, nesta casa, a poucos passos de nós.


 

Zweig é uma ponte e esta sua casa no bairro das Duas Pontes, é um monumento,de proporções modestas, porém sólido, dedicado à constância e à persistência.


 

Este bangalô construído nos anos 20 do século passado começou a ser pensado como “Casa Stefan Zweig” dias depois depois da morte em Fevereiro de 1942. A idéia foi do jornalista Raul de Azevedo num pequeno texto publicado no “Correio da Manhã” onde imaginava uma subscrição popular para comprar o imóvel e transformá-lo em museu. A iniciativa não foi adiante.


 

Pouco depois, comovido com as homenagens prestadas pelo governo brasileiro ao seu cunhado, o médico Manfred Altmann, irmão de Lotte e pai de Eva Alberman aqui presente, em Abril de 1942, iniciava as démarches para oferecer ao povo e às autoridades brasileiras o espólio do escritor constante de meio milhar de volumes de suas obras traduzidas para os principais idiomas, espécimes dos diários, anotações, manuscritos inéditos, cartas, móveis, objetos pessoais, desenhos, pinturas e fotografias autografadas dos melhores amigos. Um tesouro literário, mostruário das vivências de uma figura tão especial, como “expressão da gratidão do escritor ao povo do país onde encontrou as qualidades que mais apreciava: amor à liberdade e afeição à herança cultural do mundo”. Manfred e sua mulher Hannah também se dispunham a ajudar a futura entidade a comprar o imóvel onde Zweig viveu e morreu.


 

Participou ativamente das negociações o saudoso diplomata e agitador cultural Pascoal Carlos Magno que então servia em Londres e delas deixou um detalhado registro em suas memórias. A negociação foi acompanhada e divulgada com destaque pelo jornalista Murilo Marroquim então correspondente dos Diários Associados na capital britânica.


 

O Itamaraty exultou com o oferecimento e uma vez assentados os termos da doação, o então chanceler Oswaldo Aranha encaminhou o assunto à pasta da Justiça e Negócios Interiores. E o que aconteceu? O projeto de uma “Casa Stefan Zweig” – esse o nome escolhido -- foi engavetado e esquecido num ministério onde operavam notórios integralistas.


 

Sonhos, como as nuvens, estão sujeitos aos ventos, mas sonhos coletivos, resistem, têm durabilidade. Sessenta e um anos depois, a terceira tentativa de criar a Casa Stefan Zweig. PARECE que deu certo e hoje estamos aqui para comemorá-la junto a tantos amigos. Portanto, sejam bem-vindos à pequena usina de quimeras que começa a funcionar.


 

Nossa história começou em fins de 2004 quando pedi à pianista Clara Sverner que reunisse em sua casa um pequeno “bando de loucos”, loucos mansos, dispostos a levar adiante o tardio tributo a Zweig em Petrópolis. A outro grande amigo, Tobias Cepelowicz, solicitei que indicasse os loucos.


 

Oito anos depois, com a honrosa presença destes precursores e de uma segunda leva mais sensata, com os pés no chão, encabeçada por Renato Bromfman, estamos entregando a primeira fase da Casa Stefan Zweig, integralmente recuperada. Não posso omitir seus nomes: Ruth Stern e o pranteado Hans Stern, Nancy Hartstein, José Pio Borges, Israel Beloch, Beatriz Lessa, Kristina Michahelles, Stephan Krier, Antonio Monteiro de Castro, José Luís Alqueres, o historiador Fábio Koifman e os curadores Nelci Frangipani e André Vallias que recriaram o clima zweiguiano em ambiente tão claro e luminoso. Não podemos esquecer o talento e o engenho do arquiteto Miguel Pinto Guimarães que projetou o conjunto e a devoção do nosso diretor, o engenheiro-arquiteto Mário Azevedo que o está materializando com tanto empenho e capricho.


 

Apesar de ajudas oficiais que esperamos fiquem mais visíveis, trata-se de uma façanha de sonhadores individuais, admiradores de Stefan Zweig, devotados cultores da preservação da memória. Seus nomes estão inscritos na placa à entrada.


 

Somos protagonistas da antiga fábula onde um passante alerta outro: “atenção, há um tesouro na casa ao lado”. O outro olha em volta e responde: “Mas não vejo nenhuma casa ao lado !”. Replica o primeiro: “Então vamos construí-la !”.


 

Esta é a nossa história. Tínhamos um tesouro – a vida, a obra e as mensagens de Stefan Zweig – faltava reconstruir a casa. Um museu não nasce pronto, tal como as biografias, museus são obras em construção, inacabáveis, cada tesouro gerará outros , cada fase nos empurrará para as seguintes.


 

Precisamos instalar um acesso mecânico para evitar tantos degraus, precisamos iniciar a próxima fase (biblioteca e auditório), precisamos, precisamos, precisamos... Faremos, faremos,faremos....


 

Nesta casinha de pouco mais de 100 metros, durante seis meses, um grande artista, verdadeiro Dichter, poeta, completou sua obra mais celebrada e dolorida, a autobiografia O mundo de ontem. Também concebeu e completou três obras superiores: a eletrizante novela Uma partida de xadrez, o ensaio sobre Michel de Montaigne e aquele emocionante texto de apenas 21 linhas e 168 palavras encimadas por um título em português, Declaração -- a carta de adeus: sóbria, dolorida e altiva.


 

Um canto em três vozes, três tramas e três estilos, entrelaçadas pela mesma sensação de luto, mesma renúncia, mesma resolução e, sobretudo, pela mesma coragem de ir às últimas conseqüências na defesa de causas e sentimentos.


 

Cabe ainda lembrar que Stefan e Lotte se refugiaram em Petrópolis para fugir do verão, mas também para escapar do burburinho da Capital Federal onde as calúnias do Correio da Manhã a respeito do livro Brasil, um país do futuro” tanto magoaram o seu autor.


 

O livro brasileiro de Zweig não é uma profecia, nem exercício de futurologia ou prognóstico macro-econômico, é um projeto moral, espiritual. Uma utopia centrada num país real, ao contrário da utopia de Thomas Morus situada em lugar nenhum. No auge do fanatismo racial nazista, o humanista entreviu um enorme país que crescia e se mantinha unido graças à tolerância e à convivência entre os diferentes. Zweig apostou no multiculturalismo antes mesmo que a palavra fosse inventada.


 

Pergunta: Brasil, um país do futuro é um projeto bem-sucedido ou maldição? Zweig estava certo ou enganou-se? Tinha razão Jeremias quando advertiu os poderosos para os perigos da arrogância? Ninguém sabe. O que importa é a certeza de que errados estiveram todos os que ao longo de sete décadas ignoraram a fantasia brasileira de Stefan Zweig.


 

Ao futuro só se chega quando se aprende a honrar o passado. O país do futuro jamais poderá ser o pais do esquecimento (aproveito aqui o inspirado título publicado n'O Globo.


 

Esta Casa Stefan Zweig não se destina a lembrar apenas os escritos e o escritor, o poeta e sua devotada companheira, Lotte. Esta Casa – como poderão verificar daqui a pouco -- contém um Canto dos Exilados, aquele recanto especial, um centro de memória para lembrar os artistas, intelectuais e cientistas que se refugiaram no Brasil no período 1933-1945. Poderiam ser mais numerosos e o volume de contribuições mais significativo, se as restrições do governo Vargas à entrada de refugiados da guerra, sobretudo judeus, não fosse tão drástica.


 

O acervo inicial já conta com mais de duas centenas de dossiês, chegaremos sem dificuldades a trezentos. Seus nomes estão inscritos aqui ao lado, Zweig, o mais famoso, ofereceu-lhes o refúgio para reunir os dispersos. A documentação será disponibilizada através da internet e, em seguida, em nossas instalações. 


 

Sempre atento às coincidências, Stefan Zweig não percebeu que o bangalô com a  varanda que tanto o encantou situava-se na Rua Gonçalves Dias. Desconhecia que nosso poeta romântico é autor da celebrada Canção do Exílio. Não sabia também que o verso famoso “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá” é inspirada num verso de Goethe: “Kennst du das Land, wo die Zitronen blüh’n ? Se o exilado percebesse tantas e tão fortes vinculações não se sentiria tão só, tão esquecido, nem irremediavelmente desgarrado.


 

Esta casa foi recuperada para celebrar a memória e abrigar o entendimento. Mãos à obra, temos muitos tesouros para encontrar."
 


 

 

 

 

 

"(...) Judeu, humanista, pacifista e crítico do nazi-fascismo, teve seus livros proibidos e queimados em praça pública. Em 1933, sua novela "Ardor Secreto" foi adaptada para o cinema, incitando a ira dos nazistas contra o escritor e seu contrato com a editora foi suspenso. Em 1934, Zweig iniciou sua peregrinação pelo mundo. Inicialmente radicado na Inglaterra, que lhe concedeu cidadania, Zweig se casou com sua secretária, Charlotte Elizabeth Altmann. (...)"
 

(http://tranca-on-line.blogspot.com.br/2009_11_01_archive.html)

 

 

 

 

 

STEFAN ZWEIG

AINDA JOVEM:

Ficheiro:Stefan Zweig2.png

 

 

 

 

 

 

 

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Zweig)

 

 

 

 

 

Nota do jornal francês Le Petit Parisien

sobre a morte do escritor:

 

 

 

 

  

(NOTÍCIA NO TAMANHO EM QUE

FOI ORIGINALMENTE PUBLICADA)

 

 

"(...) no romance Lotte e Zweig (...), Deonísio da Silva usa a narrativa ficcional como veículo para afirmar sua convicção de que que o casal foi vítima de um atentado de um comando nazista.

Nascido em Viena em 1881, Stefan Zweig escreveu dezenas de romances, peças teatrais, ensaios e biografias, chegando a ser um dos escritores mais famosos vendidos em todo o mundo, nos anos 30. Judeu, teve que fugir da Alemanha nazista, primeiro para os Estados Unidos, em seguida para o Brasil, onde se radicou em Petrópolis e escreveu Brasil – País do futuro e seu livro dr memórias, O mundo que eu vi. (...)"

(LUCIANO TRIGO, na apresentação da entrevista adiante transcrita, na íntegra)

  

 

  

 

 

O jovem Zweig (em pé), com o irmão Alfred (c. 1900):

 Ficheiro:Stefan Zweig 1900.jpg

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Zweig)

 

  

 

 

 

"(...) O inquérito da morte dos Zweig foi uma farsa. O médico legista não era legista. A autópsia foi proibida por ninguém menos do que o presidente Getúlio Vargas, que veraneava em Petrópolis, como então era costume. Os judeus pediram os corpos para serem enterrados no Rio. Ora, os judeus não enterravam suicidas em seus cemitérios, por que queriam aqueles corpos? Acho que alguns rabinos, muito sagazes, viram algo estranho ali. Além do mais, era usual os nazistas organizarem execuções que parecessem suicídios e era frequente que ordenassem que as vítimas se suicidassem, como fizeram até mesmo com gente deles, como foi o caso do general Rommel, que recebeu ordem de Hitler de se suicidar, em troca de enterro digno e amparo aos familiares. (...)"

(TRECHO DE IMPORTANTE DEPOIMENTO DO ROMANCISTA DEONÍSIO DA SILVA AO JORNALISTA - e também escritor - LUCIANO TRIGO)

 

 

 

 

 

 

"QUANDO MORAVA NO BRASIL, STEFAN ZWEIG ERA

CONSIDERADO O ESCRITOR VIVO MAIS TRADUZIDO NO MUNDO"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

  

 

 

 

SELO - em tamanho como se o(a)

nobre leitor(a) estivesse contemplando-o

com lente de aumento - COMEMORATIVO

DA REPÚBLICA DA ÁUSTRIA

(REPUBLIK ÖSTERREICH):

 

(http://chechar.wordpress.com/2011/12/10/an-unheard-of-continent-for-nationalists/)

 

 

 

 

 

"(...) [STEFAN ZWEIG, NASCIDO EM VIENA, ÁUSTRIA, EM NOV. / 1881] Separou-se de sua primeira esposa, Friderike von Winsternitz, e uniu-se com sua secretária, Charlotte Elizabeth Altmann (mais conhecida como "Lotte"). Em 1932, Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha e instalou a ditadura nazista. Com suas políticas antissemitas se disseminando até além das fronteiras, não demoraria para Zweig se sentir afetado na Áustria. Em 1934 deixou o país e passou a viver na Inglaterra, entre Londres e Bath, onde se naturalizou cidadão britânico.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e o avanço das tropas de Hitler pela França e em toda a Europa Ocidental, o casal atravessou o Oceano Atlântico em 1940 e se estabeleceu inicialmente nos Estados Unidos, em Nova York. Em 22 de agosto do mesmo ano, fez sua primeira viagem para o Brasil.

(...) A partir da terceira viagem ao Brasil, Lotte e Zweig se estabeleceram em Petrópolis, cidade na serra do Rio de Janeiro, onde finalizou sua autobiografia, "O Mundo que Eu Vi"; escreveu a novela "O Jogador de Xadrez" e deu início à obra "O Mundo de Ontem", um trabalho autobiográfico com uma descrição da Europa de antes de 1914.

Em 1942, deprimido com o crescimento da intolerância e do autoritarismo na Europa e sem esperanças no futuro da humanidade, Zweig escreveu uma carta de despedida e suicidou-se com a mulher, Lotte, com uma dose fatal de barbitúricos, na cidade de Petrópolis, no Brasil. A notícia chocou tanto os brasileiros quanto seus admiradores de todo mundo. O casal foi sepultado no Cemitério Municipal de Petrópolis, de acordo com as tradições fúnebres judaicas, no perpétuo 47.417, quadra 11.

A casa onde o casal cometeu [OU NÃO COMETEU (esta observação, "ou não cometeu") não está no original transcrito)] suicídio é, hoje, um centro cultural dedicado à vida e à obra de Stefan Zweig. (...)"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Zweig)

 

 

 

 

 

O GRANDE ESCRITOR AUSTRÍACO-BRITÂNICO STEFAN ZWEIG E SUA

ESPOSA LOTTE:

 Stefan and Elisabeth Zweig

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"STEFAN ZWEIG E SUA ESPOSA, A SRA. LOTTE, COMETERAM OU

NÃO COMETERAM SUICÍDIO, EM PETRÓPOLIS, INTERIOR DO ESTADO DO RIO,

BRASIL. A ÚNICA CERTEZA QUE SE TEM É A DE QUE ELES LASTIMAVELMENTE

NÃO MORRERAM DE MORTE NATURAL"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

"(...) No início da Primeira Guerra Mundial, o sentimento patriótico se disseminou com força entre os cidadãos da Alemanha e da Áustra, assim como entre suas populações judaicas. Zweig, bem como outros intelectuais judeus como Martin Buber e Hermann Cohen, aderiram à causa germânica. No entanto, ele jamais se alistou nas forças combatentes e trabalhou no arquivo do Ministério da Guerra. Porém, com o desenrolar do conflito e o banho de sangue subsequente, Zweig se tornou pacifista, assim como seu amigo Romain Rolland. Até o final da guerra e pelos anos seguintes, Zweig se manteve fiel ao pensamento pacifista, defendendo a unificação da Europa como solução para os problemas do continente. (...)"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Zweig)

 

 

 

 

STEFAN ZWEIG - Three Lives - Friderike, Lotte and Stefan Zweig (Drei Leben),

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=ruAGob9kBkA&feature=related

 

 

 

 

TRECHO INICIAL DO DISCURSO DO DR. ALBERTO DINES:

"(...) Demais autoridades, colegas jornalistas, queridos amigos e Amigas. Meine Damen und Herren,

Stefan Zweig continua vivo.
(...)"

 

 

 

 

                     NO ANO EM QUE TRANSCORRE O CENTENÁRIO DA PEÇA DE TEATRO

                     DE ZWEIG INTITULADA

                     “A casa junto ao mar. Um drama em duas partes” (Em três atos) 1912 /// Das Haus am Meer. Ein Schauspiel in zwei Teilen. (In drei Aufzügen) Leipzig 1912

                     E O CENTENÁRIO [que será celebrado em 12 de dezembro próximo]

                     DO NASCIMENTO DO JURISTA, JORNALISTA E ADVOGADO AMAZONENSE

                     CARLOS DAGOBERTO DE ARAUJO LIMA (1912 - 1998) - sobrinho do

                     médico e cientista social, mencionado, Doutor

                     J. F. de Araujo Lima [AUTOR, este último, de AMAZÔNIA - A TERRA E O  HOMEM,

                     ex-prefeito de Manaus-AM] -,

                     HOMENAGEANDO

                     O POVO DE VIENA, ÁUSTRIA (onde nasceu S. Zweig),

                     O POVO DE BRODY, UCRÂNIA [cidade hoje ucraniana que

                     quando Joseph Roth nasceu fazia parte do Império Austrohúngaro]

                     (onde nasceu J. Roth),

                     O POVO DE OOSTENDE (OSTENDE), BÉLGICA, 

                     O POVO DE PETRÓPOLIS, ESTADO DO RIO, BRASIL,

                     O POVO DE SALVADOR, ESTADO DA BAHIA, BRASIL, 

                      O POVO DA REPÚBLICA DA ÁUSTRIA (do qual faz parte o conjunto -

                      já acima citado - de vienenses, como é do conhecimento geral),

                      O POVO DA REPÚBLICA FEDERAL ALEMÃ,

                      O POVO DA REPÚBLICA DA ESLOVÊNIA,

                      O POVO DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL,

                      TODOS OS ARTESÃOS DA AMAZÔNIA,

                      OS DESCENDENTES DA HONRADA SRª. CHARLOTTE ZWEIG,

                      NA PESSOA DA PROFESSORA EVA ALBERMAN,

                     O JORNALISTA E ESCRITOR

                     ALBERTO DINES (um dos biógrafos de S. Zweig, diretor editorial do  

                     Observatório da Imprensa e diretor da

                     Casa Stefan Zweig, em Petrópolis [LOCALIZADA À

                     Rua Gonçalves Dias, nº 34]), O PESQUISADOR E ESCRITOR

                     DEONÍSIO DA SILVA, O JORNALISTA E ESCRITOR

                     LUCIANO TRIGO E

                     TODAS AS PESSOAS QUE TRABALHAM NO PORTAL

                     G1 / GLOBO  - E EM MEMÓRIA DE

                     MOSES JOSEPH ROTH (1894 - 1939)

                     JOSÉ FRANCISCO DE ARAUJO LIMA (=== em edição ===),

                     CLÁUDIO DE ARAUJO LIMA (=== em edição ===),

                     Friderike von Winsternitz  === em edição ===

                     STEFAN ZWEIG (1881 - 1942) e

                     Charlotte Elizabeth Altmann === em edição ===

ODILON GALLOTI (tradutor B., P. do F.)


ATORES  RÜDIGER VOGLER e RUTH RIESER == em edição ==

JACQUES WEBER (leu texto)

MOÇA DA FOTO EM SALVADOR, CUJO NOME NÃO FOI INDICADO,

ALFRED, IRMÃO DE S. ZWEIG

Dominique Frischer (autora de Autopsie d'un suicide, seu depoimento

                                      está no Youtube)

 

 

16.8.2012 - Deonísio da Silva concedeu entrevista sobre seu romance Lotte & Zweig a Luciano Trigo, do Portal G1 / Globo - "Petrópolis,1942: pacto suicida ou atentado nazista?", por Luciano Trigo, entrevista que veio a lume em abril do presente ano (14 de abril de 2012).  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

   

 

"Petrópolis, 1942: pacto suicida ou atentado nazista? 

sáb, 14/04/12
por Luciano Trigo

 

capa

“Minha vida está destruída há anos, e eu me sinto feliz por poder sair de um mundo que se tornou cruel e louco”. O trecho da carta a um amigo brasileiro é considerado há décadas uma evidência da decisão drástica pela morte voluntária de Stefan Zweig, que no  23 de fevereiro de 1942, ao lado de sua segunda mulher, Charlotte Elisabeth, teria tomado uma dose mortal de veneno em sua casa em Petrópolis.

A hipótese do duplo suicídio, motivado pela convicção de que a vitória do nazi-fascismo na Segunda Guerra era inevitável, conseqüência de sentimentos de tristeza diante das notícias sombrias que vinham da Europa, nunca foi seriamente contestada por nenhum pesquisador, nem mesmo pelos autores das três biografias do escritor austríacos publicadas no Brasil – Donald Prater, Dominique Bona e Alberto Dines (Morte no paraíso). Nunca, até agora. Pois no romance Lotte e Zweig (Leya, 128 pgs. R$39,90), Deonísio da Silva usa a narrativa ficcional como veículo para afirmar sua convicção de que que o casal foi vítima de um atentado de um comando nazista.

Nascido em Viena em 1881, Stefan Zweig escreveu dezenas de romances, peças teatrais, ensaios e biografias, chegando a ser um dos escritores mais famosos vendidos em todo o mundo, nos anos 30. Judeu, teve que fugir da Alemanha nazista, primeiro para os Estados Unidos, em seguida para o Brasil, onde se radicou em Petrópolis e escreveu Brasil – País do futuro e seu livro dr memórias, O mundo que eu vi.

Indícios não faltam de que, 70 anos depois, o episódio permanece, no mínimo, mal explicado. O casal foi encontrado morto, em sua casa na cidade serrana, logo após o carnaval de 1942. Não houve autópsia, a posição dos corpos foi modificada, e o pedido de acesso aos corpos por um rabino foi negado. A morte de Zweig foi comemorada nos círculos nazistas, e não eram incomum que assassinatos praticados por comandos nazistas fossem camuflados como suicídios. Nesta entrevista, Deonísio da Silva fala sobre o mistério que ainda cerca a dupla morte e sobre o desafio de escrever ficção com personagens reais.

- Fale sobre o desafio de escrever ficção com personagens reais. Quais são as dificuldades e limites? E quais são as vantagens?

Deonisio da SilvaDEONÍSIO DA SILVA: De algum modo, todos os personagens são reais, mas os inventados são muito mais, cada qual a seu modo, na dimensão em que os situamos. Gosto muito dos olhos das pessoas, que dizem mais do que sabemos delas. Persona em latim é máscara. Capitu é mais real do que qualquer mulher do século XIX! Os personagens de Shakespeare são mais reais do que os históricos, e alguns históricos somente persistem porque se tornaram ficcionais. Mas, claro, quando colocamos no texto um Estevão Ramos, tradução do nome alemão de Stefan Zweig, este último foi encontrado por tantas pessoas nas ruas do Rio, de Petrópolis, onde morava e onde morreu, acompanhado de Lotte, que o amava de verdade, uma mulher que tantos conheceram de fato, o desafio é não fazer bobagem, em primeiro lugar, em não fazer nada que contrarie em essência o que eles foram. E o que eles foram? Um casal de judeus que fugia do nazismo mundo afora e veio parar no Brasil. Mas sobre as vantagens não vejo nenhuma. Dá uma trabalheira danada reconstituir contextos e personagens.

- Seu romance sugere que a morte de Zweig e Lotte pode não ter sido um duplo suicídio, somo se acredita, mas assassinato por um comando nazista. Como nasceu essa tese, e quais são seus fundamentos?

DEONISIO: Um suicídio é sempre um homicídio, em geral as pessoas se esquecem disso. Portanto, é preciso um inquérito que esclareça, ainda que sem punição, muito embora alguns suicídios mereçam que sejam identificados e punidos os culpados, pois às vezes há culpados. O inquérito da morte dos Zweig foi uma farsa. O médico legista não era legista. A autópsia foi proibida por ninguém menos do que o presidente Getúlio Vargas, que veraneava em Petrópolis, como então era costume. Os judeus pediram os corpos para serem enterrados no Rio. Ora, os judeus não enterravam suicidas em seus cemitérios, por que queriam aqueles corpos? Acho que alguns rabinos, muito sagazes, viram algo estranho ali. Além do mais, era usual os nazistas organizarem execuções que parecessem suicídios e era frequente que ordenassem que as vítimas se suicidassem, como fizeram até mesmo com gente deles, como foi o caso do general Rommel, que recebeu ordem de Hitler de se suicidar, em troca de enterro digno e amparo aos familiares.

- É sabido que havia uma rede de espiões nazistas no Brasil, incluindo brasileiros. Mas quais seriam o sentido e a justificativa para o assassinato de Zweig pelos nazistas? Eram comuns ações desse tipo no Brasil?

DEONISIO: Escritor é bicho desconfiado. “O desconfiado Jeremias”, título de um dos capítulos leva um recado ao leitor. Aquele Jeremias tem muito do autor. E dei esse nome a ele porque o profeta Jeremias, cujo nome quer dizer “Javé revela”, encarregado pelo delegado, seu chefe, vê coisas que o chefe não vê. O chefe não lê nada, Jeremias está lendo Nada de novo no front quando recebe a tarefa. É à luz do que lê que ele desconfia de tudo. E vai compondo a sua versão a partir de bilhetes que a polícia ignora, da mudança da posição dos corpos, do roubo das joias de Lotte. Albert Speer, pouco antes de morrer, confessou a Alberto Dines, o melhor biógrafo de Stefan Zweig, que a morte de Zweig foi muito comemorada na Alemanha, inclusive no círculo íntimo do poder nazista. Se perseguiam e matavam daquele modo anônimos judeus, por que deixariam viver Stefan Zweig, que corria mundo afora escrevendo contra eles? Era muito comum exterminar inimigos no Brasil. E o governo Vargas ajudava a combatê-los aqui, como três décadas mais tarde também a ditadura militar ajudou as ditaduras do Cone Sul e foi por elas ajudada.

Stefan e Lotte

- Biografias de Zweig, como de Alberto Dines e Donald Prater, não cogitam essa hipótese. Eles estavam errados?

DEONISIO: Olha, o Alberto Dines é, além de um intelectual que admiro e respeito, um querido amigo. Tenho grande orgulho de contar com sua apresentação numa das abas. A biografia que ele faz do Zweig é fartamente documentada. Mas documentos são constituídos! Os militares que executaram Wladimir Heroz nos cáraceres de São Paulo também provaram que tinha sido suicídio. Depois foi comprovado que não foi, que foi uma execução. Mas digamos que a ditadura militar tivesse triunfado até hoje. É provável que tivesse prevalecido a versão deles. Comparo dois judeus executados em tempos diferentes para que o leitor seja um Jeremias e desconfie também. Desconfiados, chegaremos à verdade. Quer ver outros exemplos? Quem identificou Joseph Mengele, que morreu afogado na praia de Bertioga, no litoral de São Paulo? Eu acho que alguém o reconheceu e o matou. Mas Badan Palhares achou que o sujeito morreu lá numa boa, foi nadar, se afogou etc. Badan Palhares fez também os laudos (falsos ou ao menos controversos) de Paulo César Farias, de Suzana Marcolino, que foram amplamente contestados e por autoridades no assunto. Minha convicção: Zweig e Lotte foram executados. Pode até que tenham recebido ordens de se matar, mas dá no mesmo! Aquelas duas tragédias daquela noite de 22 de fevereiro de 1942 não tiveram testemunhas!

- Quando Zweig se mudou para o Brasil, em 1940, ainda não era clara a posição de Getúlio Vargas em relação à Segunda Guerra. Além disso, nas colônias alemãs no país havia focos de simpatia ao nazismo. Levando em conta que o Brasil vivia um regime com características fascistas, como o escritor lidava com a realidade do país e que relação tinha com outros imigrantes de língua alemã?

Zweig

DEONISIO: É verdade o que você diz, mas as coisas são ainda mais complexas. Fui casado mais de 30 anos com uma linda e intuitiva mulher de ascendência alemã, a poeta e professora Soeli Maria Schreiber, mãe de nossa única filha, que herdou a porção alemã de sua mãe, na inteligência como na intuição. Algunsde meus melhores amigos no mundo são austríacos ou alemães, como a austríaca Elfriede Prem, e além do mais sou catarinense, nasci, cresci e vivi entre descendentes de alemães. Morei no sul até os 32 anos, e te digo: poucos rejeitavam tanto o nazismo como os descendentes de imigrantes alemães. Eles entendiam mais profundamente o que se passava. Tinham informações confidenciais, obtidas de cartas e relatos de parentes. Poucos deles apoiavam aquelas brutalidades. Stefan Zweig era um pacifista, era até meio ingênuo, e o filme do Sylvio Back, Lost Zweig, mostra isso de forma muito original. Há uma cena em que Lourival Fontes, alto funcionário de Getúlio Vargas, mostra a Zweig que o livro dele, Brasil – País do Futuro, tivera sua edição paga pelo governo e estava encalhado. Aquilo deixa Zweig arrasado. Quanto à relação de Zweig com imigrantes alemães, ele tinha uma grandeza extraordinária, jamais olhou com preconceito alguém em razão de sua etnia ou cultura.

- Fale sobre a rotina do casal em Petrópolis, sua situação financeira, suas perspectivas de vida e sobre a relação que mantinham? O que mais te atraiu em Zweig e em Lotte, como personagens?

DEONISIO: Era uma vida triste. No começo, Zweig adorou a cidade, o bangalô, ele ganhava bem, não tinha dificuldade financeira alguma, e isso é meio caminho para evitar os principais problemas do cotidiano, sobretudo para quem quer escrever. Eles se amavam muito. Mas eu penso em detalhes em minha história de amor. E o beijo na boca, como fica? E aquela asma infernal que tanto maltratava a sua amada? E dormir em camas separadas nas noites frias de Petrópolis? Veja você que ela aproxima a sua cama da do marido para morrer abraçada a ele. Já que não vivia abraçada, que assim morresse, que tristeza! Os amores em geral nos fascinam. Os amores dramáticos fascinam um pouco mais. Os amores trágicos nos prendem do começo ao fim da história, ainda que saiba, como neste caso, o fim da história. Uma coisa bonita: eles recebiam os amigos, visitavam os amigos, amigos ilustres, como a escritora Gabriela Mistral, que depois ganharia o Prêmio Nobel de Literatura, e vivia em Petrópolis naqueles anos. Todo ano não celebramos a Semana Santa? Mas todos sabemos o fim. Judas se suicidará e Jesus, traído pelo amigo, morrerá na cruz. E alguém perde o espetáculo? O rito é o mesmo, seja celebrado pelo Papa ou pelo mais humilde pároco do mais remoto cafundó. Mas nunca do mesmo modo! Há sutis diferenciações em cada rito!

jornal da época

-As informações disponíveis sobre Lotte são relativamente escassas. Em que você baseou a construção da personagem?

DEONISIO: No poema Confissão, de Mário Quintana, mas, por um desses acasos, que têm suas leis, mas que entretanto nós as desconhecemos, quando o romance foi publicado, uma leitora querida, querendo me dar um presente, depois d eler o livro, me mandou esse poema, que achei de uma concidência extraordinária, mas sabemos que coincidências nã há. É tudo Maktub, tudo estava escrito e, como no jogo do bicho,, vale o escrito, ah, como vale. O poema do Mário Quintana é: “Que esta minha paz e este meu amado silêncio Não iludam a ninguém Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios Acho-me relativamente feliz Porque nada de exterior me acontece… Mas, em mim, na minha alma, Pressinto que vou ter um terremoto!” Foi com esse poema que o olhar de Lotte tomou conta de mim. Naturalmente, tive que inventar muito, pois escrevi um romance, não um documento, fiz uma biografia, mas desautorizada.

- Suicidas são personagens recorrentes em seus romances. Existe alguma razão para isso?

DEONISIO: Sim. Meu tio caçula, irmão de meu pai, suicidou-se. Quando coroinha, o padre nos assustava com suicidas, que eram enterrados fora do cemitério, em lugar onde os outros pudessem passar sobre eles nos enterros dos mortos “normais”, isto é, daqueles que “aguardavam a ordem do Senhor para partirem”, cena qu epus no romance Teresa d ´Ávila. Judas, o traidor, se suicidava todo ano, na Semana Santa, aquilo mexia muito comigo. Os suicidas da literatura universal, que são muitos, tanto personagens quanto escritores, fora aqueles a quem faltou coragem, como Goethe, um suicida nato, que entretanto morreu velhinho. Outro dia, conversando com o psicanalista Jacob Goldberg, meu personagem no Lotte & Zweig (agora já posso dizer, ele me autorizou num jantar, bebendo vinho), ele me disse que atende no consultório suicidas que jamais se matam porque entre a intenção e o ato vai uma distância enorme! Vou te fazer uma confidência: escrevi uma cena que cortei do romance, entre tantas outras igualmente cortadas, o livro chegou a ter 400 páginas e ficou com cento e poucas, eu não gosto de chatear o leitor com descrições desnecessárias. Um suicida está morrendo, tomou um veneno infernal, uma pessoa misericordiosa lhe traz um copo d´água, o moribundo pergunta: é filtrada? Este achado genial não é meu, está numa crônica de Nelson Rodrigues, quando uma viúva finge extrema dor com a morte do marido e entre soluços hipócritas tem tempo de verificar a procedência da água.As pessoas querem viver, mesmo os suicidas, eles sempre querem viver, paradoxalmente a morte é uma tentativa desesperada de chamar a atenção para alguém que os ajude a viver! Por isso, o suicídio é um assassinato coletivo. Muitos se omitem, querendo ou não, diante da tragédia dos outros."

(http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2012/04/14/1122/)

 

 

 

 

 

OSTENDE, BÉLGICA,

onde há museus famosos,

praias magníficas e

vistas como essa que

podemos ver na foto

abaixo reproduzida:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PETRÓPOLIS, BRASIL:

CASA DE STEFAN ZWEIG,

DIRIGIDA POR ALBERTO DINES,

BIÓGRAFO DE ZWEIG:

Ficheiro:Casa Stefan Zweig in Petropolis.jpg

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Zweig)

 

  

 

 

 

 

 

 "(...) Quem teve a sorte de conhecer uma parte apenas da inesquecível superabundância do Brasil, já viu beleza suficiente para o resto da vida. (...)"

(STEFAN ZWEIG)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://tvbrasil.ebc.com.br/programadecinema/episodio/lost-zweig-2)

 

 

 

 

 

(http://www.acflondon.org/literature-and-books/stefan-zweig-journeys/)