Sonnet XVIII

 


INDEFINITE SPACE, which, by co-substance night,
In one black mystery two void mysteries blends;
The stray stars, whose innumerable light
Repeats one mystery till conjecure ends;
The stream of time, known by birth-bursting bubbles;
The gulf of silence even of nought;
Thoughts’s high-walled maze, which the ousted owner troubles
Because the string’s lost and the plan forgot:
When I think on this and that here I stand,
The thinker of these thoughts, emptily wise,
Holding up to my my thinking my thing-hand
And looking at it with thought-alien eyes,
       The prayer of my wonder looketh pas
       The universal darkness lone and vast.


Soneto XVIII


ESPAÇO INDEFIIDO, que, por noite cossubstancial,
Num escuro mistério dois mistérios funde;
Perdidas as estrelas, cuja infinita luz
Um mistério repete até a final hipótese;
Do tempo o fluxo, da vida a origem na explosão das bolhas;
Do silêncio o abismo, até do nada vazio;
Elevado e protegido labirinto do Pensamento, perturbação do expulso dono
Porquanto perdido está o cordão, e olvidado o plano:
Aqui permaneço quando nisso e naquilo penso,
Destas idéias o pensador, vaziamente sábio,
Com a minha mão-objeto  o  meu pensamento  sustentando 
E com olhos de pensamento-alheio para ele olhando
          Do meu espanto a prece bem perto está
          Da universal escuridão, solitária e vasta.
 

                                           (Tradução de cunha e Silva Filho)