Cunha e Silva Filho


Volto, leitor, aos “English sonnets,” desta vez com a tradução do “Sonnet V. ” Veja abaixo:

Sonnet V

HOW CAN I THINK, or edge my thoughts to action,
When the miserly press of each day’s need
Aches to a narrowness of spilled distraction
My soul appalled at the world’s work time-greed?
How can I pause my thoughts upon  the task

 My soul was born to think that it must do

When every moment has a thought to ask
To fit the immediate craving of its cue?
The coin I’d heap  for  marrying my Muse
And build our home i’th’ greater Time—to-be
Becomes dissolved by needs of each day’s use
And I feel beggared of infinity,
   Like a true-Christina sinner, each day flesh-driven
   By his own to forfeit his wished heaven.


Soneto V

COMO PENSAR POSSO, ou em ação meu pensamento transformar
Se a pressão mesquinha da diária necessidade
Anseia pela carência de maiores distrações
E minh’alma se assusta com a avidez do tempo de trabalho do mundo?
Como interromper posso sobre as minhas obrigações meus pensamentos
Quando minh’alma nasceu com o pensamento de realizá-l

Quando, a todo instante,  a questionar tem um pensamento
A fim de se ajustar ao anelo imediato de sua sugestão?
As moedas que acumularia para minha Musa desposar
E nosso lar formar num Amanhã mais grandioso
Se tornam nulas com as necessidades do seu diário uso
Assim, me sinto na orfandade da infinitude
    Qual pecador, autêntico cristão, a cada dia da carne escravo
    Em face de, pelo próprio ato, no céu perder, por castigo, a desejada vez.