ÁUREO MELLO
 
ROGEL SAMUEL
 
Conheci Aureo Mello em Manaus, no Shopping. Apresentado por Luiz Bacellar. Era um bom papo. Contou-me a vida política, de como foi vítima de uma “armação” no Senado, mas de como saiu-se bem. Ele circulava na Internet, em Blocos on-line, ao contrário dos seus pares, outros poetas de sua idade.

Uma perda.
 





A vida é como um trem que vai passando...
Cada vagão é um ano transcorrido
Puxados por um coração sofrido
Aos poucos da estação se distanciando.

Esses tablóides cheios vão rodando
Nos trilhos do mistério indefinido,
Levando histórias do que foi vivido,
Do infante ao velho que já vai findando.

Às vezes passam mais de oitenta ou cem
Vagões repletos de produtos vários
(O conteúdo vivencial do trem)

E sempre apita um derradeiro adeus
Como se fosse um som de Stradivarius
 Se despedindo dos amores seus...







AUREO MELLO
(1924-2015)


Aureo Macedo Bringel Viveiros de Mello nasceu em Santo Antônio do Madeira, MT, em 1924, mas viveu boa parte de sua vida no Amazonas. Poeta, advogado, jornalista, pintor e político (ex-deputado e ex-senador). Publicou, entre outros, os livros: Luzes tristes (1945), Claro-escuro (1948),  Presença do estudante Inhuc Cambaxirra,  As aureonaves (1985), Inspiração (1989),  O muito bom sozinho(2000),  Como se eu fosse um cantador (1999), Onde está Gepeto?(1999), Heliotrópios adamantinos lácteos: suco de estrelas (2004).