Falece Antonio Olinto
Em: 12/09/2009, às 05H54
Soneto de Natal de Antonio Olinto
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"
Machado de Assis
Mudaria o Natal ou mudo iria
Mudar sempre o menino o mundo em tudo?
Ou fui só quem mudei, e meu escudo
Novidadeiro, múltiplo, daria
Ao mudadiço mito da alegria
Em noite tão mutável jeito mudo?
O homem é mudador, muda de estudo,
De mucama, de verso, pouso, dia,
Porque a muda modula esse desnudo
Renascimento em palha, e molda e afia
O instrumento da troca, o fim miúdo,
A noite amena erguendo-se em poesia.
Mudei eu sempre sem saber que mudo
Ou somente o Natal me mudaria?
Nova York, Natal de 1965
"Tempo de Verso" - poesia - 1992
Morre no Rio o escritor Antônio Olinto
Ele teve falência múltipla dos órgãos, e morreu em casa.
Academia Brasileira de Letras tem luto oficial por três dias.
Morreu na madrugada deste sábado (12) o escritor Antônio Olinto. Segundo a Academia Brasileira de Letras, ele teve falência múltipla dos órgãos, e morreu em casa, por volta de 4h30, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O acadêmico tinha 90 anos.
O corpo do acadêmico será velado no Petit Trianon da ABL a partir das 10h, e às 16h será sepultado no mausoléu acadêmico, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul. Olinto, que foi casado com a escritora Zora Seljan, falecida no Rio em 2006, não teve filhos.
Sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária e análise política.
O presidente da ABL, acadêmico Cícero Sandroni, determinou luto oficial por três dias. Na próxima quinta-feira (17), será realizada a sessão de saudade, ao final da qual o presidente declarará aberta a vaga de Olinto, assim como o prazo de 30 dias para o recebimento de candidaturas. Segundo o estatuto da ABL, haverá trinta dias para o registro dessas inscrições. Ao final desse tempo, a direção marcará a data para eleição do novo acadêmico.
“Este é um dia de profunda tristeza para a nossa casa. Perde o Brasil um de seus mais ilustres intelectuais, e a Academia um de seus mais atuantes membros”, declarou Cícero Sandroni.
Carreira
Olinto nasceu em Ubé, Minas Gerais, em 1919. O acadêmico estava na Academia Brasileira de Letras desde 1997.
Foi crítico literário de O Globo por 25 anos e colaborou em jornais de todo o Brasil e de Portugal. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. A Academia diz também que o poeta e ensaísta teve publicados na década de 50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.
Olinto dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil, na TV Tupi, e em seguida nas TVs Continental e Rio.
O escritor foi casado com a escritora e jornalista Zora Seljan. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de O Globo, Zora assinava a crítica de teatro no mesmo jornal. Zora Seljan faleceu no Rio de Janeiro em 25 de abril de 2006.
Em 31 de julho de 1997 foi eleito para a ABL na Cadeira nº 8, sucedendo o escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de diretor-tesoureiro nas gestões de 1998-99 e 2000. Nos últimos anos, segundo a ABL, proferiu ainda conferências em seminários no Brasil e no exterior.
Quando o Jornal de Letras sendo Antonio Olinto o editor-chefe da nova fase. Em setembro, a Embaixada do Brasil na Romênia inaugurou em Bucareste a Biblioteca Antonio Olinto.
Em 2001 foi nomeado pelo então prefeito do Rio, César Maia, para o cargo de Diretor Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da Secretaria das Culturas.
Recebeu o Prêmio Machado de Assis, em 1994, pelo conjunto de obras, da Academia Brasileira de Letras.
Bibliografia de Antônio Olinto
Poesia
Presença. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1949.
Resumo. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1954.
O Homem do Madrigal. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1957.
Nagasaki. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1957.
O Dia da Ira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1959.
The Day of Wrath. Tradução inglesa de O Dia da Ira, por Richard Chappell. Londres: edição Rex Collings, 1986.
As Teorias. Rio de Janeiro: Edição Sinal, 1967.
Theories and other Poems. Tradução inglesa de As Teorias, por Jean McQuillen. Londres: edição Rex Collings, 1972.
Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1967.
A Paixão segundo Antonio. Rio de Janeiro: Editora Porta de Livraria, 1967.
Teorias Novas e Antigas. Rio de Janeiro: Editora Porta de Livraria, 1974.
Tempo de Verso. Rio de Janeiro: Editora Porta de Livraria, 1992.
Ensaio
Jornalismo e Literatura. Rio de Janeiro: MEC, 1955.
O “Journal” de André Gide. Rio de Janeiro: MEC, 1955.
Dois Ensaios. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1960.
Brasileiros na África. Rio de Janeiro: Edições GRD, 1964.
O Problema do Índio Brasileiro. Embaixada do Brasil em Londres, 1973.
Para onde Vai o Brasil?. Rio de Janeiro: Editora Arca, 1977.
Do Objeto como Sinal de Deus. Ensaio sobre a arte africana. Londres: RIEX, 1983.
On the Objects as a Sign from God. Tradução inglesa de Do Objeto como Sinal de Deus, por Ira Lee. Londres: RIEX, 1983.
O Brasil Exporta. História da exportação brasileira. Banco do Brasil, 1984.
Brazil Exports. Tradução inglesa de O Brasil exporta. Banco do Brasil, 1984.
Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Editora LISA, 1994.
Letteratura Brasiliana. História da literatura brasileira. Tradução italiana de Adelina Aletti, Jaca Book, 1993.
Scurt Istorie a Literaturii Braziliene (1500-1994). Tradução romena de Micaela Ghitescu, Editora ALLFA, 1997.
Antonio Olinto apresenta Confúcio e o Caminho do Meio. Rio de Janeiro: Editora Bhum – Ao Livro Técnico, 2001.
Romance
A Casa da Água. Rio de Janeiro: Edições Bloch, 1969. 2.a ed., Círculo do Livro, 1975; reimpressão, 1988. 3.a ed., Difel, 1983. 4.a ed., Nórdica, 1988. 5.a ed., Nova Fronteira, 1999.
The Water House. Tradução inglesa de A casa da Água, por Dorothy Heapy. Londres: Edição Rex Collings, 1970. Nova edição, Thomas Nelson and Sons Ltd., Walton-on-Thames, 1982.
The Water House. Tradução americana de A Casa da Água. Carrol & Graff, 1985. La Maison d’eau. Tradução francesa de A Casa da Água, por Alice Raillard. Edição Stock, 1973.
La Casa del Água. Tradução argentina de A Casa da Água, por Santiago Kovadlof. Editorial Losada, 1973.
Bophata Kyka (macedônio). Macedônia Makepohcka Khnra (km). Skopje, 1992.
Dom Nad Woda. Tradução polonesa de A Casa da Água, por Elizabeth Reis. Edição Wydawnictwo Literackie, 1983. Edição em braile polonês, Polska Braille, 1985.
Casa dell’Acqua. Tradução italiana de A Casa da Água, por Sonia Rodrigues. Edição Jaca Book, 1987.
O Cinema de Ubá. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1972.
Copacabana. Rio de Janeiro: Editora LISA, 1975. Coleção Biblioteca da Literatura Brasileira, 5. 2.a ed., Nórdica, 1981.
Copacabana. Tradução romena, por Micaela Ghitescu. Bucareste: Univers, 1993.
O Rei de Keto. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica, 1980.
Le Roi de Ketu. Tradução francesa de O Rei de Keto, por Geneviève Leibrich. Edição Stock, 1983.
Il Re di Keto. Tradução italiana, por Sonia Rodrigues. Edição Jaca Book, 1984.
The King of Ketu. Tradução inglesa, por Richard Chappell. Londres: Edição Rex Collings, 1987.
Kungen av Ketu. Tradução sueca, por Marianne Eyre. Estocolmo, Norstedts, 1988.
Os Móveis da Bailarina. Rio de Janeiro, 1985.
I Mobili della Ballerina. Tradução italiana de Os Móveis da Bailarina, por Bruno Pistocchi. L’Umana Avventura, 1986.
Les Meubles de la danseuse. Tradução francesa de Os Móveis da Bailarina. L’Aventure Humaine, 1986.
Die Möbel der Tänzerin. Tradução alemã de Os Móveis da Bailarina. Humanis, 1987.
The Dancer’s Furniture. Tradução inglesa de Os Móveis da Bailarina, por C. Benson. Editorial Nórdica, 1994.
Mobilele Dansatoarei. Tradução romena de Os Móveis da Bailarina, por Micaela Ghitescu. Editorial Nórdica, 1994.
Trono de Vidro. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica, 1987.
Trono di Vietro. Tradução italiana de Trono de Vidro, por Adelina Aletti. Jaca Book, 1993.
The Glass Throne. Tradução inglesa de Trono de Vidro, por Richard Chappell. Sel Press, 1995.
Tempo de Palhaço. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica, 1989.
Timpul Paiatelor. Tradução romena de Tempo de Palhaço, por Micaela Ghitescu. Bucareste: Univers, 1994.
Sangue na Floresta. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica, 1993.
Alcacer-Kibir. Romance histórico. Editora CEJUP, 1997.
A Dor de Cada Um (Coleção Anjos de Branco, vol. 1). Rio de Janeiro: Editora Mondrian, 2001.
Ary Barroso. A História de uma Paixão. Rio de Janeiro: Editora Mondrian, 2002.
Artes plásticas
African Art Collection. Tradução inglesa de Ira Lee. Londres: Printing and Binding, 1982.
Conto
O Menino e o Trem. Rio de Janeiro: Editora Blhum – Ao Livro Técnico, 2000.
Literatura infantil
Ainá no Reino do Baobá. Rio de Janeiro: LISA, 1979.
Crítica literária
Cadernos de Crítica. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1958.
A Verdade da Ficção. Rio de Janeiro: COBRAG, 1966.
A Invenção da Verdade. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica, 1983.
Gramática
Regras Práticas para Bem Escrever / Laudelino Freire (1873-1937) – ampliada e atualizada por Antonio Olinto. Rio de Janeiro: Lótus do Saber Editora, 2000.
Dicionário
Minidicionário Poliglota. Editora Lerlisa.
Minidicionário Antonio Olinto: inglês-português, português-inglês. Editora Saraiva, 1999.
Minidicionário Antonio Olinto: espanhol-português, português-espanhol. Editora Saraiva, 2000.
Minidicionário Antonio Olinto da língua portuguesa. Editora Moderna, 2000.
Traduções
The Day of Wrath. Tradução inglesa de O Dia da Ira, por Richard Chappell. Londres: edição Rex Collings, 1986.
Theories and other Poems. Tradução inglesa de As Teorias, por Jean McQuillen. Londres: edição Rex Collings, 1972.
African Art Collection. Tradução inglesa de Ira Lee. Londres: Printing and Binding, 1982.
On the Objects as a Sign from God. Tradução inglesa de Do Objeto como Sinal de Deus, por Ira Lee. Londres, RIEX, 1983.
Brazil Exports. Tradução inglesa de O Brasil Exporta. Banco do Brasil, 1984.
Letteratura Brasiliana. História da literatura brasileira. Tradução italiana de Adelina Aletti, Jaca Book, 1993.
The Water House. Tradução inglesa de A Casa da Água, por Dorothy Heapy. Londres, Edição Rex Collings, 1970. Nova edição, Thomas Nelson and Sons Ltd., Walton-on-Thames, 1982.
The Water House. Tradução americana de A Casa da Água. Carrol & Graff, 1985. La Maison d’Eau. Tradução francesa de A Casa da Água, por Alice Raillard. Edição Stock, 1973.
La Casa del Água. Tradução argentina de A Casa da Água, por Santiago Kovadlof. Editorial Losada, 1973.
Bophata Kyka (macedônio). Macedônia Makepohcka Khnra (km). Skopje, 1992.
Dom Nad Woda. Tradução polonesa de A Casa da Água, por Elizabeth Reis. Edição Wydawnictwo Literackie, 1983. Edição em braile polonês, Polska Braille, 1985.
Casa dell’Acqua. Tradução italiana de A Casa da Água, por Sonia Rodrigues. Edição Jaca Book, 1987.
Copacabana. Tradução romena, por Micaela Ghitescu. Bucareste, Univers, 1993.
Le Roi de Ketu. Tradução francesa de O Rei de Keto, por Geneviève Leibrich. Edição Stock, 1983.
Il Re di Keto. Tradução italiana, por Sonia Rodrigues. Edição Jaca Book, 1984.
The King of Ketu. Tradução inglesa, por Richard Chappell. Londres: Edição Rex Collings, 1987.
Kungen av Ketu. Tradução sueca, por Marianne Eyre. Estocolmo: Norstedts, 1988.
I Mobili della ballerina. Tradução italiana de Os Móveis da Bailarina, por Bruno Pistocchi. L’Umana Avventura, 1986.
Les Meubles de la danseuse. Tradução francesa de Os Móveis da Bailarina. L’Aventure Humaine, 1986.
Die Möbel der Tänzerin. Tradução alemã de Os Móveis da Bailarina. Humanis, 1987.
The Dancer’s Furniture. Tradução inglesa de Os Móveis da Bailarina, por C. Benson. Editorial Nórdica, 1994.
Mobilele Dansatoarei. Tradução romena de Os Móveis da Bailarina, por Micaela Ghitescu. Editorial Nórdica, 1994.
Trono di Vietro. Tradução italiana de Trono de Vidro, por Adelina Aletti. Jaca Book, 1993.
The Glass Throne. Tradução inglesa de Trono de Vidro, por Richard Chappell. Sel Press, 1995.
Timpul Paiatelor. Tradução romena de Tempo de Palhaço, por Micaela Ghitescu. Bucareste, Univers, 1994.