Neste ano que se encerra e em que vivemos todos, uns mais, outros menos, momentos de emoção e de plena felicidade; também, instantes de muita tristeza e comoção, nasceu, segundo estatísticos, a sétima bilionésima pessoa no planeta Terra. Como, ao mesmo tempo em que se sabia que um ser humano com aquele número nasceria, não se podia precisar onde tal nascimento ocorreria, ele pode ter nascido na China, na Índia, na Palestina, em Jerusalém, Israel, no Brasil; também no Egito ou na Grécia, berços da civilização e que, enquanto, felizes, comemoravam essa vida que surgia, contraditoriamente, infelizmente, viviam dias violentos e de muita turbulência econômica, social e política.
     As tensões vividas por egípcios e as agruras experimentadas por gregos repercutiram, tristemente, em dois mil e onze, pelo que aqueles povos representam para a história da humanidade, como fonte de conhecimento. Em consequência de disparates políticos, da ganância e da falta de visão de alguns governantes, elas chegaram à beira do caos social e do colapso econômico, agravados pelo sacrifício inócuo de algumas vidas. Ditadores insensíveis, que se negaram a reconhecer a realidade que viviam, garantiram para suas nações um futuro intranquilo e tortuoso.
     Voltando-nos, então, para a própria paróquia, percebemos que, também por aqui, tivemos nossas mazelas políticas, sociais, econômicas; sofremos perdas; ganhamos batalhas; sobrevivemos com alguns aranhões; sem problema: vitórias e derrotas são necessárias; a vida se renova a partir do confronto dessas realidades.
     A despeito dos revezes que a natureza nos impôs neste ano que se vai, se comparados aos ganhos que ela nos permitiu, na contabilidade existencial, houve lucro. Amigos nossos, irmãos, demonstrando força de vontade e coragem, conseguiram superar percalços e seus exemplos, não raro, nos fizeram rever arraigadas posições que defendíamos, ou ver outras com novos olhos, sob outros prismas. Conceitos que reputávamos intocáveis ganharam novas feições ou versões; situações que ocupavam boas posições no ranking das passíveis de preocupação ficaram relegadas, temporária ou, definitivamente, a planos de pouca relevância. Entendemos que precisamos aprender a preservar e valorizar aquelas virtudes que crescem e se fortalecem à medida que algum sentimento derrotista se abate pesadamente sobre nós.
     A avalanche de informações inéditas ou inusitadas, discricionariamente, oferecidas por tantas e tão diversas fontes, aliadas às que derivam da simbiose ou metamorfose dessas com as já consabidas, enriquecem-nos cultural e intelectualmente, mas também nos deixam enfastiados, nervosos, indefesos, exaustos, descrentes. Urge estarmos sempre vigilantes. Com confiança e fé venceremos os grandes combates e evitaremos que pequenos atos ou fatos possam redundar em situações irreversíveis ou se converter em transtornos consideráveis.
     Falando sobre o Filho de Deus que renasce neste final de ano em que o mundo viu nascer seu sétimo bilionésimo habitante, vamos pedir a Jesus Cristo que nos dê discernimento para sabermos distinguir o bem do mal, o real do ilusório; força para escaparmos das ameaças explícitas ou veladas que se põem em nossos caminhos; fé e esperança para acreditarmos que somos capazes de vencer as dúvidas, os perigos, as maledicências, os inimigos, inclusive, os que não vemos; saúde para usufruirmos em plenitude a dádiva da vida; paz, bondade, desprendimento, para que possamos compreender e ajudar os irmãos descrentes, perdidos ou insatisfeitos consigo mesmos.
     Alivia, Senhor, a dor daqueles que sofrem muito; permite-lhes gozarem de boa saúde nos próximos dias; perdoa aos sãos o não agradecimento pela ótima vida que tiveram; deixa-nos todos partilharmos e compartilharmos do que, certamente, ser-nos-á oferecido nos dias que advirão. Obrigado, Senhor! Tenhamos um Feliz Natal e ótimo Ano Novo!
     Antônio Francisco Sousa - Auditor-Fiscal e escritor piauiense ([email protected])